Dúvidas de Português: “é 20 reais” ou “são 20 reais”?
Quem nunca teve essa dúvida?
Você já ouviu alguém dizer “é 20 reais” e ficou se perguntando se o correto não seria “são 20 reais”? Interessante, não é mesmo?
Essa dúvida é mais comum do que parece e costuma surgir em frases que envolvem valores ou quantidades. Na língua portuguesa, pequenos detalhes fazem diferença e, nesse caso, entender a concordância do verbo pode ajudar. Neste texto, você irá descobrir o que está por trás dessa questão e compreender de vez como usar essas expressões de forma correta e natural.
Como funciona a concordância do verbo ser?
O verbo “ser” apresenta características únicas na concordância. Ele pode concordar com o predicativo do sujeito ou com o sujeito da oração, dependendo da situação. Isso significa que, em alguns casos, o verbo pode estar no singular mesmo quando o sujeito está no plural, ou vice-versa.
Em primeiro lugar, é importante destacar que o verbo “ser” concorda normalmente com o predicativo em frases que indicam medida, quantidade, valor, peso e preço. Isso vale, por exemplo, para frases que expressam valores em dinheiro.
Quando usar “é 20 reais”?
A forma “é 20 reais” é usada quando o objetivo é enfatizar o valor ou a quantidade. Nesse caso, o verbo “ser” fica no singular, pois concorda com a ideia geral de quantidade, não com o número específico. Observe os exemplos a seguir:
- “Vinte reais é o valor do ingresso.”
- “Duzentos reais é o preço do reparo.”
- “Mil reais é muito dinheiro para uma só pessoa.”
Nessas construções, o foco está na ideia de valor ou quantidade, e o verbo “ser” permanece no singular, independentemente do número.
Quando usar “são 20 reais”?
Por outro lado, a forma “são 20 reais” pode ser usada em contextos onde queremos enfatizar o pluralidade da quantidade, isto é, a soma dos reais de forma individual. Essa construção pode aparecer principalmente na linguagem coloquial ou em situações onde o foco está na quantia específica, como se cada real estivesse sendo contado. Observe os exemplos:
- “Esses produtos são vinte reais.”
- “Essas notas aqui são vinte reais.”
Entretanto, mesmo nesses casos, o mais comum na norma culta é o uso do verbo no singular quando se trata de valores ou preços.
Afinal, é 20 reais ou são 20 reais?
Regras de concordância do verbo “ser”
Para entender melhor, veja algumas regras gerais de concordância do verbo “ser” com diferentes tipos de sujeitos e predicativos.
- Concordância com o Predicativo: Em expressões que indicam quantidade, valor, peso e medida, o verbo “ser” geralmente concorda com o predicativo, ficando no singular. Isso ocorre porque a frase não está focada na contagem individual, mas sim no valor total. Por exemplo:
- “Vinte quilômetros é uma longa distância.”
- “Trinta quilos é o peso máximo permitido.”
- Concordância com Nomes Próprios ou Pessoas: Quando o sujeito é um nome próprio ou refere-se a uma pessoa, o verbo “ser” concorda com o sujeito, seguindo a concordância tradicional. Por exemplo:
- “A atriz principal é o destaque do filme.”
- “Os jogadores são o orgulho do time.”
- Concordância em Frases Abstratas: Em frases onde o predicativo possui um sentido mais abstrato, como em metáforas, o verbo “ser” concorda geralmente com o predicativo. Veja o exemplo:
- “A vida é uma jornada.”
- “O amor é o sentimento mais nobre.”
Como usar “é” e “são” em situações comuns?
Além dos exemplos anteriores, veja como essa regra funciona em diferentes contextos:
- Em frases sobre preços: “Cem reais é o valor total.” Essa frase indica o valor de uma compra, portanto, o verbo permanece no singular.
- Em frases sobre medidas: “Dez metros é a largura da piscina.” A largura é tratada como um valor total, então o verbo “ser” fica no singular.
- Em frases sobre quantias gerais: “Cinco mil reais é uma quantia considerável.” Nesse caso, o valor total da quantia é o foco, portanto, o verbo está no singular.