Dúvidas de Português: ela mesma ou ela mesmo?

Será que as ambas as formas estão corretas?

A língua portuguesa é repleta de detalhes que, muitas vezes, passam despercebidos. Em diversas situações, expressões comuns no dia a dia acabam sendo usadas de forma errada. Um exemplo que confunde muita gente é a expressão “ela mesma” ou “ela mesmo”. Afinal, qual das duas está correta? Saiba que existe uma regra gramatical para esses casos, e entender essa diferença pode fazer toda a diferença na clareza e precisão da comunicação.

Muitas pessoas usam “ela mesmo” acreditando que a expressão está correta ou que soa mais natural. Outas utilizam “ela mesma” acreditando estar falado corretamente. Afinal, qual das duas formas está correta? Ou será que tanto faz? Essa confusão é comum tanto na fala quanto na escrita, e ocorre com bastante frequência, até mesmo em contextos formais.

No entanto, o português tem regras específicas sobre o uso correto de “mesmo” quando ele equivale a “próprio” ou “a própria pessoa”.  Entenda a seguir!

Ela mesma ou ela mesmo?

No português, a palavra “mesmo” pode ter diferentes significados, dependendo do contexto em que é usada. Um dos significados mais comuns é o de “próprio” ou “a própria pessoa”. Quando “mesmo” é usado com esse sentido, a palavra precisa concordar em gênero e número com o sujeito da frase. Isso significa que você deve ajustar a forma da palavra de acordo com o sujeito a que se refere.

Exemplos:

  • Ela mesma resolveu o problema. (Aqui, “mesma” concorda com “ela”)
  • Ele mesmo corrigiu o texto. (Aqui, “mesmo” concorda com “ele”)
  • Eles mesmos organizaram o evento. (Aqui, “mesmos” concorda com “eles”)
  • Elas mesmas prepararam o jantar. (Aqui, “mesmas” concorda com “elas”)

A concordância é fundamental para que a frase seja considerada gramaticalmente correta. Note que, em todos os exemplos, a palavra “mesmo” está variando em gênero (masculino ou feminino) e em número (singular ou plural), conforme o sujeito da oração.

Como entender a variação de gênero e número em “mesmo”?

Se o sujeito for feminino e singular, use "mesma". Se for masculino e singular, use "mesmo".
Se o sujeito for feminino e singular, use “mesma”. Se for masculino e singular, use “mesmo”. Imagem: Depositphotos

Para saber como ajustar a palavra “mesmo” corretamente, basta identificar o sujeito da frase. Se o sujeito for feminino e singular, use “mesma”. Se for masculino e singular, use “mesmo”. Já no plural, use “mesmos” para o masculino e “mesmas” para o feminino. Essa regra de concordância é a base para que a frase seja considerada correta.

Veja mais exemplos:

  • A professora mesma corrigiu todas as provas.
  • O diretor mesmo anunciou a mudança.
  • Os alunos mesmos decidiram organizar a festa.
  • As alunas mesmas entregaram o trabalho no prazo.

Essas frases seguem a regra de concordância de gênero e número, respeitando o gênero (masculino ou feminino) e o número (singular ou plural) do sujeito. Qualquer forma diferente dessas estaria incorreta.

O erro comum de usar “ela mesmo”

A expressão “ela mesmo” é um erro bastante comum, e, segundo a norma culta do português, está incorreta. Como visto, “mesmo” deve concordar com o sujeito, tanto no gênero quanto no número. Portanto, ao se referir a uma pessoa do gênero feminino, a forma correta é “ela mesma”, e não “ela mesmo”.

Por exemplo:

  • “Ela mesma” fará a apresentação. ✔️ (Correto)
  • “Ela mesmo” fará a apresentação. ❌ (Incorreto)

O mesmo vale para o plural:

  • “Elas mesmas” resolveram o problema. ✔️ (Correto)
  • “Elas mesmo” resolveram o problema. ❌ (Incorreto)

Esse tipo de erro acontece porque, muitas vezes, as pessoas não fazem a concordância automática entre o sujeito e a palavra “mesmo”. No entanto, é importante que essa concordância seja feita para que a frase fique de acordo com a norma culta da língua.

Por que é importante escrever e falar corretamente?

Falar e escrever corretamente é essencial para uma comunicação clara e precisa. Erros de concordância ou uso incorreto de palavras podem gerar confusões e até passar uma imagem de descuido ou falta de conhecimento. Em ambientes formais, como no trabalho ou em situações acadêmicas, a forma como nos expressamos reflete nossa atenção aos detalhes e nosso respeito pela norma culta da língua.

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