É Bombril ou lã de aço? Conheça a figura de linguagem que usa a marca no lugar do produto!
Figuras de linguagem são recursos de estilo empregados para tornar o discurso mais elaborado
A língua portuguesa é rica em figuras de linguagem que tornam o discurso mais expressivo e envolvente. Essas ferramentas são amplamente utilizadas na comunicação cotidiana, literatura, publicidade e em várias outras áreas. Um exemplo interessante é quando se usa uma marca famosa para fazer referência ao produto genérico, como dizer “Bombril” em vez de “lã de aço”.
Entenda como essa prática se relaciona com as figuras de linguagem, sua importância no idioma e o termo específico que define esse fenômeno linguístico.
O que são figuras de linguagem?
A importância das figuras de linguagem no cotidiano
As figuras de linguagem estão presentes no dia a dia, muitas vezes sem que se perceba. Quando se diz “vou colocar o teto em ordem”, se estar utilizando uma figura de linguagem para nos referirmos à casa como um todo.
Esses recursos tornam a comunicação mais dinâmica e criativa. Além disso, ajudam a criar conexões emocionais e simplificam ideias complexas, sendo especialmente úteis em campanhas publicitárias e discursos persuasivos.
Metonímia: o nome por trás da troca
A troca da marca pelo produto é um exemplo clássico da figura de linguagem chamada metonímia. Esse recurso ocorre quando há substituição um termo por outro que tem uma relação de proximidade ou associação.
O termo “metonímia” vem do grego “metonymía”, que significa “mudança de nome”. No caso de marcas e produtos, se utiliza o nome de algo bem conhecido (a marca) para representar o objeto genérico que ela produz.
Marca pelo produto: um tipo de metonímia
Dizer “Bombril” em vez de “lã de aço” ou “Nescau” para “achocolatado” é uma forma de metonímia conhecida como marca pelo produto. Essa prática é comum quando a marca se torna tão popular que passa a ser identificada como sinônimo do item.
Por que isso acontece?
Essa substituição ocorre, principalmente, devido à popularidade e ao reconhecimento da marca. Produtos de empresas pioneiras ou com forte apelo publicitário muitas vezes são usados para representar toda a categoria.
Exemplos incluem:
- Maisena em vez de “amido de milho”.
- Gillette no lugar de “lâmina de barbear”.
- Xerox para se referir a “fotocópias”.
Exemplos de metonímia e sua aplicação
A metonímia não se limita à troca da marca pelo produto. Ela possui várias outras formas de uso, como:
- Parte pelo todo: “Ele tem 20 cabeças de gado” (cabeças se referem aos bois inteiros).
- Matéria pelo objeto: “Passou a vida atrás do vil metal” (metal como referência ao dinheiro).
- Autor pela obra: “Estudei Camões na escola” (referindo-se às obras de Camões).
- Concreto pelo abstrato: “Ela tem uma ótima cabeça” (cabeça como sinônimo de inteligência).
Esses exemplos mostram como a metonímia está presente em diferentes contextos e como ela enriquece a comunicação.
Diferença entre metonímia e metáfora
Muitas pessoas confundem metonímia com metáfora. Embora ambas sejam figuras de linguagem, elas possuem diferenças claras:
- Metonímia: Substitui um termo por outro devido à relação direta ou de proximidade.
Exemplo: “Comprei Maisena para o bolo” (a marca representa o amido de milho). - Metáfora: Faz uma comparação implícita entre dois elementos diferentes.
Exemplo: “Ela é uma estrela” (comparando alguém brilhante a uma estrela).
Enquanto a metonímia se baseia em relações concretas, a metáfora envolve associações subjetivas e simbólicas.