4 erros de gramática para evitar na redação do Enem – parte II

Aprenda a identificar e corrigir esses deslizes para melhorar sua nota.

Para garantir uma boa nota na redação do Enem, é crucial evitar erros, manter-se atualizado com as notícias, ler sobre diversos temas, praticar a escrita dissertativa regularmente e, acima de tudo, ter um sólido domínio das regras gramaticais do português. Embora possa parecer que ter um repertório sociocultural extenso ou elaborar uma solução eficaz para a conclusão sejam mais importantes, a competência gramatical também desempenha um papel fundamental.

Leia também: 5 erros de gramática para evitar na redação do Enem – parte I

Erros de gramática para evitar na redação

A Competência 1 da redação do Enem foca na avaliação do conhecimento do candidato sobre a norma culta da língua portuguesa. Nesta competência, os avaliadores devem verificar se o candidato domina a grafia correta das palavras, usa a pontuação de forma adequada, realiza a separação silábica correta e aplica as letras maiúsculas e minúsculas de maneira apropriada. Também é examinada a estrutura das frases, conhecida como estrutura sintática. Qualquer erro é observado com atenção.

E por falar neles, veja algumas das confusões mais comuns!

“Mal cheiro” e “mau-humorado”

A forma correta é usar “mau cheiro” e “mal-humorado”. Para decidir quando utilizar “mal” ou “mau”, uma dica útil é trocar as palavras pelos seus antônimos e verificar se a frase ainda faz sentido:

  • “Mal” é o oposto de “bem”.
  • “Mau” é o oposto de “bom”.

Aqui estão alguns exemplos:

  • Estou vivendo maus momentos na minha vida > Estou vivendo bons momentos na minha vida;
  • Passei mal após comer aquela coxinha > Passei bem após comer aquela coxinha.

“Porque” você fez isso?

A forma correta é “por que ele fez isso?”. A confusão entre os quatro tipos de “porquês” existentes no português é comum, por isso é essencial entender as regras para utilizar cada um deles corretamente:

  • Por que: utilizado no início de perguntas diretas e indiretas, ou quando se refere a razão, motivo ou causa.
  • Porque: usado em respostas para oferecer uma explicação ou justificativa. Pode ser substituído por expressões como “pois”, “para que” ou “uma vez que”.
  • Por quê: utilizado no final de perguntas ou de forma isolada, sempre seguido por um ponto final, de exclamação ou de interrogação. Pode ser substituído por “por qual motivo” ou “por qual razão”.
  • Porquê: usado quando a expressão tem valor de substantivo, significando “motivo” ou “razão”. Aparece precedido por artigo, pronome, adjetivo ou numeral.

Veja alguns exemplos:

  • Queria saber por que você me deixou esperando horas em frente ao cinema.
  • Leve um casaco quente porque lá costuma fazer muito frio.
  • Ele não foi à sua casa por quê?
  • Por favor, me explique o porquê de isto estar acontecendo.
4 erros de gramática para evitar na redação do Enem – parte II (Foto: Unsplash).
4 erros de gramática para evitar na redação do Enem – parte II (Foto: Unsplash).

Queria ficar, “mais” viajo amanhã

Na frase, o correto seria “queria ficar, mas viajo amanhã”. O conectivo “mas” é usado para indicar uma oposição entre ideias, enquanto o advérbio “mais” é usado para expressar intensidade, quantidade ou adição.

Veja os exemplos:

  • Adicionei mais água ao feijão;
  • Queria estudar Direito, mas não alcancei a nota mínima.

Antes de usar o elevador, verifique se “o mesmo” está no andar

A expressão “mesmo” não deve substituir pronomes ou substantivos. O correto seria escrever: “Antes de usar o elevador, verifique se ele está no andar.”

A palavra “mesmo” pode desempenhar diferentes funções, dependendo do contexto:

  1. Pronome demonstrativo: utilizado para reforçar uma ideia com o sentido de “próprio”, variando em gênero e número conforme o pronome ou substantivo a que se refere.
    • Exemplo: “Antigamente, as mães mesmas que educavam os filhos em casa.”
  2. Advérbio: significa “até”, “de fato”, “realmente” ou “justamente”, e é invariável.
    • Exemplo: “A polícia concluiu que as provas haviam sido mesmo fraudadas.”
  3. Substantivo: refere-se a algo igual ou semelhante.
    • Exemplo: “A teimosia do meu irmão é tanta que falar com ele é o mesmo que conversar com uma parede.”
  4. Palavra expletiva: usada para reforçar advérbios de tempo e lugar.
    • Exemplo: “O governo garantiu que hoje mesmo será anunciado o reajuste do salário mínimo.”
  5. Locuções concessivas: utilizada para indicar uma forma de negação na frase, sem anular completamente a oração principal.
    • Exemplo: “Mesmo que estivesse cansado, o estudante conseguiria escrever uma redação.”
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