Está correto? Descubra se a frase ‘Fazem dez anos que fomos à Itália’ está gramaticalmente correta
Muitos brasileiros possuem esta dúvida
Ao expressar a quantidade de tempo transcorrido, é fundamental compreender o conceito de impessoalidade verbal. Verbos como “fazer”, quando utilizados para indicar a passagem do tempo, são considerados impessoais, ou seja, não possuem um sujeito definido. Essa característica impessoal rege a concordância verbal correta a ser empregada.
A Regra Básica: Terceira Pessoa do Singular
A regra fundamental para construções temporais impessoais é o uso da terceira pessoa do singular, independentemente do período de tempo mencionado. Por exemplo:
- Faz três meses que eles se mudaram para a nova casa.
- Fez uma semana desde o último encontro.
- Vai fazer dez anos que nos conhecemos.
Observe que, mesmo quando se trata de um período longo, como “dez anos”, o verbo “fazer” permanece na terceira pessoa do singular: “faz dez anos”.
Exemplos Práticos: Construções Corretas e Incorretas
Para solidificar o entendimento dessa regra gramatical, vejamos alguns exemplos de construções corretas e incorretas:
Construções Corretas
- Faz três anos que iniciei meus estudos de português.
- Amanhã fará um mês que meu irmão se casou.
- Em dezembro, vai fazer dois anos que me formei na faculdade.
Construções Incorretas
- Fazem três anos que iniciei meus estudos de português. (Incorreto: “fazem” deveria ser “faz”)
- Amanhã farão um mês que meu irmão se casou. (Incorreto: “farão” deveria ser “fará”)
- Em dezembro, vão fazer dois anos que me formei na faculdade. (Incorreto: “vão fazer” deveria ser “vai fazer”)
Como você pode notar, o uso incorreto da concordância verbal pode soar estranho aos ouvidos de um falante nativo do português. Por isso, é crucial prestar atenção a essa regra gramatical. Logo, o erro da frase “Fazem dez anos que fomos à Itália” está no “fazem”. O correto seria dizer “Faze dez anos que fomos à Itália”.
Tempos Compostos e Locuções Verbais
A regra de impessoalidade e concordância na terceira pessoa do singular também se aplica a tempos compostos e locuções verbais formados por verbos impessoais, como “fazer”. Por exemplo:
- Deve ter feito alguns meses que eles não se falam.
- Já vai fazer cinco anos que a família se mudou.
Nesses casos, tanto o verbo auxiliar (“deve” e “vai”) quanto o verbo principal (“fazer”) devem estar na terceira pessoa do singular.
Exceções à Regra
Como em qualquer idioma, existem exceções à regra geral. No caso das expressões de tempo, há algumas situações em que o verbo “fazer” pode ser conjugado de forma pessoal, ou seja, concordando com o sujeito da oração. Essas exceções geralmente ocorrem quando o verbo “fazer” não está sendo usado para indicar a passagem do tempo, mas sim em seu sentido literal de “criar” ou “produzir”. Por exemplo:
- Eles fazem dez anos de casados amanhã. (Aqui, “fazer” significa “completar” ou “atingir” dez anos de casados)
- A empresa faz vinte anos de existência neste mês. (Neste caso, “fazer” significa “completar” ou “atingir” vinte anos de existência)
Nesses exemplos, o verbo “fazer” está sendo usado de forma pessoal, concordando com os sujeitos “eles” e “a empresa”, respectivamente.
Domínio da Norma Culta
O domínio das regras gramaticais, como o uso correto de expressões de tempo e a concordância verbal adequada, é fundamental para uma comunicação clara e precisa em português. Ao compreender e aplicar a norma culta da língua, você não apenas aprimora suas habilidades linguísticas, mas também demonstra respeito e valorização pela riqueza e complexidade do idioma.
Lembre-se: quando se trata de expressar a passagem do tempo, a construção correta é “faz dez anos”, “fez dois meses”, “vai fazer uma semana”, e assim por diante, sempre mantendo o verbo “fazer” na terceira pessoa do singular. Com a prática constante e a atenção aos detalhes, você estará cada vez mais próximo de um domínio aprimorado da língua portuguesa.