Estrofe: o que é, tipos e exemplos para entender

Aprenda também sobre os tipos de estrofes e exemplos práticos.

A estrofe é uma unidade de composição que consiste em versos – frases que conferem ritmo, melodia e métrica a textos e gêneros poéticos, como poemas e letras de música. Na poética contemporânea, é comum definir a estrofe como segmentos ou seções que compõem um poema. Cada segmento contém um conjunto de versos, que podem ou não ter rimas, e que carregam sentido e ritmo.

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Esses segmentos são separados por espaços em branco, criando pausas rítmicas ao longo da leitura.

O que é estrofe?

A estrofe é uma unidade de composição poética que consiste em um conjunto de versos, os quais conferem ritmo, melodia e métrica ao texto. Cada estrofe pode conter versos rimados ou não, e é separada por espaços em branco, criando uma pausa rítmica na leitura. Estrofes são encontradas em poemas, letras de música e outros gêneros poéticos, onde desempenham um papel fundamental na estrutura e no impacto estético da obra.

Tipos de estrofe

Na poesia, as estrofes são classificadas com base nas características e na quantidade de versos que possuem. Dessa forma, elas podem ser:

  • Simples: estrofes que contêm versos com o mesmo tamanho, ou seja, regulares. Por exemplo, um poema com 2 ou 4 versos, em que cada linha pode ter seis sílabas poéticas (hexassílabos).
“Os miseráveis, os rotos
São as flores dos esgotos.
São espectros implacáveis
Os rotos, os miseráveis.
São prantos negros de furnas
Caladas, mudas, soturnas.”
(Cruz e Souza)
  • Compostas: seções que incluem versos com tamanhos variados. Por exemplo, um poema com 2 ou 4 versos irregulares ou com sete sílabas poéticas (heptassílabos).
“Cheguei, chegaste. Vinhas fatigada
E triste, e triste e fatigado eu vinha;
Tinhas a alma de sonhos povoada
E a alma de sonhos povoada eu tinha.”
(Olavo Bilac)
  • Livres: segmentos formados por versos sem rimas ou métricas fixas. Por exemplo, um poema com 2 ou 4 versos livres (sem padrão métrico definido) ou com rimas brancas (sem esquema de rima).
“Uma palavra caída
 das montanhas dos instantes
 desmancha todos os mares
 e une as terras mais distantes…”
 (Cecília Meireles)
Estrofe: o que é, tipos e exemplos para entender (Foto: Unsplash).
Estrofe: o que é, tipos e exemplos para entender (Foto: Unsplash).

Quanto ao número de versos em um poema, a estrofe é classificada da seguinte maneira:

  • Monóstico: 1 verso;
  • Dístico ou parelha: 2 versos;
  • Terceto ou trístico: 3 versos;
  • Quarteto ou quadra: 4 versos;
  • Quintilha, quinteto ou pentástico: 5 versos;
  • Sextilha, sexteto ou hexástico: 6 versos;
  • Septilha, septena ou heptástico: 7 versos;
  • Oitava ou octástico: 8 versos;
  • Nona: 9 versos;
  • Décima ou década: 10 versos;
  • Mais de dez versos: estrofe irregular ou bárbara.

E sobre isso, o que é verso?

Um verso é uma linha individual de um poema, uma unidade métrica dentro de uma estrofe. Em termos poéticos, os versos são organizados para criar ritmo, sonoridade e significado. Cada verso pode ter um número específico de sílabas métricas (ou métricas), e a combinação de diferentes tipos de versos e rimas contribui para a estrutura e a musicalidade do poema. Versos podem variar em comprimento e forma, desde curtos e concisos até longos e elaborados, dependendo do estilo e da intenção do poeta.

  • Monossílabo: 1 sílaba poética;
  • Dissílabo: 2 sílabas poéticas;
  • Trissílabo: 3 sílabas poéticas;
  • Tetrassílabo: 4 sílabas poéticas;
  • Pentassílabo: 5 sílabas poéticas;
  • Hexassílabo: 6 sílabas poéticas;
  • Heptassílabo: 7 sílabas poéticas;
  • Octossílabo: 8 sílabas poéticas;
  • Eneassílabo: 9 sílabas poéticas;
  • Decassílabos: 10 sílabas poéticas;
  • Hendecassílabos: 11 sílabas poéticas;
  • Dodecassílabos: verso composto de doze sílabas poéticas;
  • Verso bárbaro: com mais de 12 sílabas poéticas.

Só fique atento! Existem duas importantes exceções: uma ocorre nos versos irregulares ou livres, que têm musicalidade e ritmo, mas não seguem um padrão métrico; e os versos brancos, que não possuem rimas, embora possam ter métricas.

E para te mostrar como é que funciona essa ligação do verso com a estrofe na prática, nós vamos usar o poema “Fagulha”, de Ana Cristina Cesar, como exemplo. Dá uma olhada!
“Abri curiosa (verso 1)
o céu. (verso 2)
Assim, afastando de leve as cortinas. (verso 3)”
(Versos 1, 2 e 3/ terceto: 1ª estrofe)
“Eu queria entrar, (verso 1)
coração ante coração, (verso 2)
inteiriça (verso 3)
ou pelo menos mover-me um pouco, (verso 4)
com aquela parcimônia que caracterizava (verso 5)
as agitações me chamando (verso 6)”
(Versos 1, 2, 3, 4, 5 e 6/ sextilha: 2ª estrofe)
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