3 exercícios de interpretação de texto para você treinar – parte III
Treine sua interpretação agora com a parte III da série!
A interpretação de texto é uma habilidade essencial em diversos contextos da vida, seja na escola, no trabalho ou em situações do dia a dia. Entender o que está sendo dito, identificar ideias principais, analisar nuances e tirar conclusões são competências que vão além da leitura superficial. Por isso, a prática constante é indispensável para desenvolver essa habilidade.
Leia também: 6 exercícios de concordância verbal para se manter afiado
Neste artigo, vamos explorar a importância da interpretação de texto, os principais desafios enfrentados por leitores e, claro, oferecer exercícios práticos que ajudam a fortalecer essa capacidade. Prepare-se para aprender estratégias que farão a diferença na sua compreensão e análise textual.
3 exercícios de interpretação de texto
Questão I
(UEA – 2017) Leia o trecho de “Quincas Borba”, de Machado de Assis:
“E enquanto uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu rico senhor; é a perfeição universal. Tudo chorando seria monótono, tudo rindo cansativo; mas uma boa distribuição de lágrimas e polcas1, soluços e sarabandas2, acaba por trazer à alma do mundo a variedade necessária, e faz-se o equilíbrio da vida.”
(Quincas Borba, 1992.)
1 polca: tipo de dança.
2 sarabanda: tipo de dança.
De acordo com o narrador…
a) os erros do passado não afetam o presente.
b) a existência é marcada por antagonismos.
c) a sabedoria está em perseguir a felicidade.
d) cada instante vivido deve ser festejado.
e) os momentos felizes são mais raros que os tristes.
Resposta certa
b) a existência é marcada por antagonismos.
Com base na leitura do trecho de “Quincas Borba”, percebe-se que a vida é permeada por diversos antagonismos ou contradições (como rir e chorar), os quais refletem o equilíbrio que a caracteriza.
Questão II
(PUC-SP) “(…) Da garrafa estilhaçada, no ladrilho já sereno escorre uma coisa espessa que é leite, sangue… não sei. Por entre objetos confusos, mal redimidos da noite, duas cores se procuram, suavemente se tocam, amorosamente se enlaçam, formando um terceiro tom a que chamamos aurora.”
(Carlos Drummond de Andrade)
No fragmento anterior, Carlos Drummond de Andrade constrói, poeticamente, a aurora. O que permite visualizar este momento do dia corresponde:
a) a objetos confusos mal redimido da noite.
b) à garrafa estilhaçada e ao ladrilho sereno.
c) à aproximação suave de dois corpos.
d) ao enlace amoroso de duas cores.
e) ao fluir espesso do sangue sobre o ladrilho.
Resposta certa
d) ao enlace amoroso de duas cores.
Com base na leitura do trecho apresentado, entendemos que o autor está descrevendo a aurora, ou seja, o instante do amanhecer em que presenciamos a fusão de cores causada pela transição entre a noite e o dia.
Questão III
(Fuvest – 2013) A essência da teoria democrática é a supressão de qualquer imposição de classe, fundada no postulado ou na crença de que os conflitos e problemas humanos – econômicos, políticos, ou sociais – são solucionáveis pela educação, isto é, pela cooperação voluntária, mobilizada pela opinião pública esclarecida. Está claro que essa opinião pública terá de ser formada à luz dos melhores conhecimentos existentes e, assim, a pesquisa científica nos campos das ciências naturais e das chamadas ciências sociais deverá se fazer a mais ampla, a mais vigorosa, a mais livre, e a difusão desses conhecimentos, a mais completa, a mais imparcial e em termos que os tornem acessíveis a todos.
(Anísio Teixeira, Educação é um direito. Adaptado.)
No trecho “chamadas ciências sociais”, o emprego do termo “chamadas” indica que o autor…
a) vê, nas “ciências sociais”, uma panaceia, não uma análise crítica da sociedade.
b) considera utópicos os objetivos dessas ciências.
c) prefere a denominação “teoria social” à denominação “ciências sociais”.
d) discorda dos pressupostos teóricos dessas ciências.
e) utiliza com reserva a denominação “ciências sociais”.
Resposta certa
e) utiliza com reserva a denominação “ciências sociais”.
O emprego da expressão “chamadas” antes de “ciências sociais” demonstra que o autor adota uma abordagem cautelosa, evitando uma generalização do termo.