3 exercícios de interpretação de texto para você treinar – parte II

Confira atividades práticas e desafiadoras para treinar sua compreensão e análise.

A interpretação de texto é uma habilidade fundamental para quem deseja se comunicar com clareza e compreender melhor as informações ao seu redor. Trata-se de uma competência que vai muito além do ambiente acadêmico, sendo indispensável no trabalho, em processos seletivos, em situações cotidianas e em qualquer contexto em que seja necessário entender e analisar informações com precisão. Dominar essa prática permite identificar os pontos-chave de um texto, distinguir opiniões de fatos e construir argumentos mais sólidos.

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Com isso em mente, criamos este post recheado de exercícios práticos para ajudar você a aprimorar essa habilidade tão importante. Aqui, reunimos atividades variadas, pensadas para atender diferentes níveis de conhecimento e necessidades. São propostas simples, mas eficazes, que irão guiá-lo passo a passo no desenvolvimento dessa competência. Preparado para começar?

Interpretação de texto

Questão I

(UERJ – 2016/1) “Todo abacate é verde. O incrível Hulk é verde. O incrível Hulk é um abacate.”

Todo argumento pode se tornar um sofisma: um raciocínio errado ou inadequado que nos leva a conclusões falsas ou improcedentes. O último parágrafo do texto é um exemplo de sofisma, considerando que, da constatação de que todo abacate é verde, não se pode deduzir que só os abacates têm cor verde.

Esse é o tipo de sofisma que adota o seguinte procedimento:

a) enumeração incorreta
b) generalização indevida
c) representação imprecisa
d) exemplificação inconsistente

Resposta certa

b) generalização indevida

A generalização indevida ocorre quando se tira uma conclusão ampla e generalista com base em uma situação específica, analisando uma amostra insuficiente para justificar tal generalização.

No exemplo apresentado, esse tipo de erro lógico está evidente. A conclusão extrapola o contexto original, resultando em uma generalização que não se aplica a todas as situações possíveis.

Questão II

(FCC-2013)

“esta vida é uma viagem
pena eu estar
só de passagem.”

(Paulo Leminski, La vie em close. 5a ed. S.Paulo: Brasiliense, 2000, p.134)

No poema de apenas três versos, o poeta lamenta-se…

a) da fugacidade da vida.
b) demonstra preferir a vida espiritual à terrena.
c) revolta-se contra o seu destino.
d) sugere que a vida não tem sentido.
e) abomina a agitação da vida.

Resposta certa

a) Sobre a brevidade da vida.

Ao analisar o poema, percebemos que o autor reflete sobre a transitoriedade da vida, destacando sua natureza passageira e a rapidez com que chega ao fim para todos, comparando-a a uma jornada breve.

3 exercícios de interpretação de texto para você treinar – parte II (Foto: Unsplash).
3 exercícios de interpretação de texto para você treinar – parte II (Foto: Unsplash).

Questão III

(Fuvest – 2014) A civilização “pós-moderna” culminou em um progresso inegável, que não foi percebido antecipadamente, em sua inteireza. Ao mesmo tempo, sob o “mau uso” da ciência, da tecnologia e da capacidade de invenção nos precipitou na miséria moral inexorável. Os que condenam a ciência, a tecnologia e a invenção criativa por essa miséria ignoram os desafios que explodiram com o capitalismo monopolista de sua terceira fase.

Em páginas secas premonitórias, E. Mandel1 apontara tais riscos. O “livre jogo do mercado” (que não é e nunca foi “livre”) rasgou o ventre das vítimas: milhões de seres humanos nos países ricos e uma carrada maior de milhões nos países pobres. O centro acabou fabricando a sua periferia intrínseca e apossou-se, como não sucedeu nem sob o regime colonial direto, das outras periferias externas, que abrangem quase todo o “resto do mundo”.

1: Ernest Ezra Mandel (1923-1995): economista e militante político belga.

O emprego de aspas em uma dada expressão pode servir, inclusive, para indicar que ela

I. foi utilizada pelo autor com algum tipo de restrição;
II. pertence ao jargão de uma determinada área do conhecimento;
III. contém sentido pejorativo, não assumido pelo autor.

Considere as seguintes ocorrências de emprego de aspas presentes no texto:

A. “pós-moderna” (L. 1);
B. “mau uso” (L. 2);
C. “livre jogo do mercado” (L.6);
D. “livre” (L. 7);
E. “resto do mundo” (L. 9).

As modalidades I, II e III de uso de aspas, elencadas acima, verificam-se, respectivamente, em

a) A, C e E
b) B, C e D
c) C, D e E
d) A, B e E
e) B, D e A

Resposta certa

a) A, C e E

No texto, o uso das aspas revela diferentes intenções do autor, conforme detalhado a seguir:

  • “Pós-moderna”: as aspas indicam que o autor reconhece certa controvérsia ou falta de consenso em torno desse termo, que ainda enfrenta restrições, seja por sua incerteza ou pela resistência dentro da comunidade acadêmica. O conceito de “pós-moderno” refere-se ao período posterior ao modernismo, embora alguns estudiosos prefiram o termo “contemporaneidade” para se referir a essa mesma fase.
  • “Livre jogo do mercado”: aqui, as aspas sinalizam que a expressão é um jargão da área econômica. O autor utiliza o termo para aludir à ideia de um mercado que opera de forma autônoma, sem a intervenção estatal.
  • “Resto do mundo”: nesse caso, as aspas indicam que o autor reconhece um tom pejorativo na expressão, do qual ele se distancia. Ou seja, ele menciona o termo, mas não concorda com a conotação negativa que ele carrega.
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