Fábula: conheça o texto que transmite uma lição moral
Conheça mais sobre esse gênero cativante e suas diversas versões transmitidas oralmente ao longo dos séculos.
Uma fábula é uma narrativa na qual os personagens principais são animais que possuem características humanas, como a capacidade de falar. Esse tipo de história tem um propósito educativo, oferecendo um ensinamento no final, fazendo uma analogia com a vida cotidiana. Esse ensinamento é conhecido como a moral da história.
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Muito popular na literatura infantil, a fábula procura transmitir lições valiosas aos seres humanos por meio das experiências vividas pelos personagens animais.
Fábula e sua lição
A fábula é um gênero literário caracterizado por histórias curtas que geralmente envolvem animais como personagens principais. Esses animais são antropomorfizados, ou seja, possuem características humanas, especialmente a capacidade de falar e raciocinar. A estrutura de uma fábula é simples e direta, com um enredo que leva a uma conclusão moral ou ensinamento. Aqui estão alguns pontos-chave para entendê-la melhor:
- Personagens animais: os protagonistas são frequentemente animais que exibem traços humanos. Por exemplo, uma raposa pode ser astuta, um leão pode ser corajoso, e um coelho pode ser esperto.
- Caráter educativo: a principal função dela é educar. Ela busca transmitir valores morais, éticos e comportamentais ao leitor ou ouvinte.
- Moral da história: no final de uma fábula, há uma lição ou moral explícita, que resume o ensinamento principal da história. Essa moral serve como uma reflexão sobre as consequências das ações dos personagens e é aplicável à vida cotidiana.
- Analogias com o cotidiano: as situações enfrentadas pelos personagens animais geralmente refletem dilemas humanos, tornando as histórias relevantes e compreensíveis para os leitores.
- Uso na literatura infantil: as fábulas são amplamente usadas na literatura infantil devido à sua simplicidade e à maneira eficaz com que transmitem ensinamentos de maneira lúdica e envolvente.
Em resumo, a fábula é uma ferramenta poderosa para ensinar lições importantes mediante histórias envolventes e memoráveis, usando a figura dos animais para espelhar comportamentos e situações humanas.
De onde veio?
A fábula teve suas raízes no Oriente, sendo uma tradição entre os assírios, sumérios e babilônios. Já em torno de 1500 a.C., os sumérios utilizavam narrativas com animais que possuíam características humanas e que traziam lições morais em suas mensagens.
Embora tenha existido desde as primeiras civilizações, a fábula foi significativamente desenvolvida na Grécia Antiga, sendo cultivada por autores, como Esopo, Hesíodo e Arquíloco. Naquela época, onde a liberdade de expressão era restrita, esse tipo de narrativa foi empregado para se opor à opressão, criticar usos, costumes e governos.
Os autores utilizavam animais como personagens de suas histórias para driblar a repressão que poderia surgir das críticas. Dessa forma, a fábula funcionava como um código, permitindo que as críticas fossem feitas de maneira indireta. Ainda pertencentes ao gênero oral, as fábulas de Esopo são repletas de mensagens que contrapõem os mais fracos aos mais fortes, nas quais geralmente os mais fracos triunfam sobre os mais fortes através da astúcia.
Por volta do século I a.C., o romano Fedro aprimorou a fábula, dando-lhe um toque estilístico. Mais tarde, aproximadamente no século XVI, Leonardo da Vinci reinventou as fábulas, embora seus textos não tenham ganhado muita repercussão fora da Itália.
No século XVII, ela foi recriada pelo francês La Fontaine, que reescreveu e difundiu as fábulas de Esopo, atribuindo-lhes um uso educativo. Fontaine também caracterizou os personagens de acordo com sua aparência. Algumas das composições mais conhecidas de todos os tempos incluem: “A Cigarra e a Formiga”, “A Raposa e as Uvas” e “A Lebre e a Tartaruga”.
Ao longo dos anos, a moral desses textos transformou-se em provérbios que ensinam lições sobre vários aspectos da vida cotidiana.
O que encontrará
Algumas características desse tipo de gênero textual incluem:
- Apresentação de uma narrativa alegórica, seja em prosa ou em poema épico;
- Uso de personagens antropomórficos, ou seja, animais com características ou comportamentos humanos;
- Representação de virtudes, qualidades e defeitos humanos através do comportamento dos animais;
- Variedade de versões devido à transmissão oral do gênero;
- Utilização de “personagens tipo” que simbolizam comportamentos humanos de maneira coletiva, não individual;
- Transmissão de uma lição moral ao final da história.