Fundamentais! Conheça os 7 principais facilitadores da alfabetização
Confira os elementos fundamentais para fortalecer a aprendizagem desde cedo!
Embora a alfabetização formal comece geralmente por volta dos seis anos, no primeiro ano do ensino fundamental, para muitas crianças, o contato inicial com a linguagem e o estímulo precoce em casa desempenham um papel crucial no sucesso do processo. Além disso, o desenvolvimento da linguagem de uma criança é fortemente influenciado pelo ambiente familiar em que ela cresce.
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De modo geral, em diversos casos, o primeiro ano escolar por si só não é suficiente para que todas as crianças desenvolvam plenamente as habilidades de leitura e escrita. Essas crianças, muitas vezes, enfrentam dificuldades nos anos seguintes, pois a leitura é uma habilidade fundamental para o aprendizado em disciplinas como história, geografia, matemática e ciências.
Para garantir que o processo de alfabetização seja realmente eficaz e fluido, é essencial que os pais ou responsáveis participem ativamente no desenvolvimento das habilidades de linguagem desde os primeiros anos de vida da criança. Essa participação pode se dar por meio de práticas de literacia familiar, que promovem um ambiente de aprendizado e incentivam o desenvolvimento das habilidades orais, de leitura e de escrita de maneira lúdica e prazerosa, mesmo antes da criança iniciar a vida escolar.
Essas práticas contribuem significativamente para o desenvolvimento dos facilitadores da alfabetização, habilidades básicas que formam a base necessária para aprender a ler, escrever e realizar cálculos.
Principais facilitadores da alfabetização
Existem sete elementos essenciais que atuam como Facilitadores da Alfabetização, os quais são fundamentais para o desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita nas crianças. Abaixo, discutiremos cada um deles em detalhes, destacando suas características e sua relevância no processo educativo.
1) Desenvolvimento da Linguagem Oral
O desenvolvimento da linguagem oral envolve a aquisição e o aperfeiçoamento das habilidades de fala e compreensão auditiva. Esse aspecto é essencial, pois grande parte das informações educacionais é transmitida por meio da fala, tanto por familiares quanto por professores. Para consolidar essas habilidades, a criança deve desenvolver as seguintes competências:
- Vocabulário: refere-se ao conjunto de palavras que a criança conhece e entende. Ele divide-se em:
- Vocabulário receptivo: palavras que a criança é capaz de ouvir e compreender;
- Vocabulário expressivo: palavras que a criança usa para se expressar;
Uma criança com um vocabulário amplo possui melhores condições para entender o que escuta e lê, o que facilita sua progressão na leitura.
- Compreensão oral: é a capacidade de entender o conteúdo do que é ouvido. Ao dominar essa competência, a criança tende a entender melhor o que lê. Nesse contexto, são trabalhadas habilidades como:
- Percepção temporal dos eventos: habilidade de identificar a sequência de acontecimentos em uma narrativa;
- Compreensão das motivações das personagens: capacidade de entender que as ações são impulsionadas por sentimentos, como amor, raiva, medo, inveja e ciúme;
- Identificação dos elementos narrativos: reconhecimento dos aspectos básicos de uma história, como enredo, espaço, tempo, narrador e personagens;
- Compreensão da mensagem da história: interpretação dos ensinamentos ou valores transmitidos pela narrativa.
- Identificação dos usos da língua: reconhecer e diferenciar os propósitos da linguagem em vários contextos, como entreter, ensinar, informar, expor sentimentos, etc;
- Familiaridade com estruturas semânticas: compreender o significado de palavras em diferentes contextos, bem como o uso de sinônimos e antônimos;
- Familiaridade com estruturas gramaticais: entendimento da estrutura das frases. Esse aspecto se desenvolve melhor em um ambiente rico em conversas e interações verbais.
2) Aquisição de conhecimentos gerais
Compreender um texto é muito mais fácil quando a criança possui conhecimento prévio sobre o tema abordado. Assim, é fundamental que, diariamente, seja ampliado o repertório de conhecimento do pequeno. Isso pode ser feito por meio de diversas atividades, como passeios, músicas, conversas, viagens, leituras, esportes, atividades domésticas, entre outras experiências enriquecedoras.
3) Consciência fonológica e fonêmica
Para que a criança entenda as relações entre letras e sons na alfabetização, ela deve desenvolver a consciência fonológica e fonêmica, que envolvem:
- Consciência Fonológica: habilidade de identificar e manipular os sons da fala, como palavras, sílabas, rimas e fonemas;
- Consciência Fonêmica: competência para reconhecer e manipular o fonema, a menor unidade de som da fala, essencial para compreender a formação das palavras.
4) Conhecimento alfabético
Esse facilitador está relacionado ao reconhecimento das letras do alfabeto e à capacidade de associar cada uma delas aos sons correspondentes na fala. O conhecimento alfabético é um passo fundamental para que a criança avance na leitura e escrita.
5) Conhecimentos sobre a escrita
As convenções da escrita incluem várias habilidades práticas, como:
- Direcionalidade: entender que a leitura ocorre da esquerda para a direita e de cima para baixo;
- Manejo de livros: saber segurar e folhear livros adequadamente;
- Reconhecimento dos elementos do livro: identificar componentes como capa, título, autor e ilustrador;
- Pontuação: entender as funções dos sinais de pontuação no texto;
- Consciência dos espaços em branco: reconhecer que os textos são compostos por palavras separadas por espaços.
6) Coordenação motora fina
Desenvolver a coordenação motora fina é essencial para que o pequeno consiga segurar o lápis corretamente e fazer o traçado das letras. Esse facilitador envolve práticas que treinam os movimentos precisos das mãos e dos dedos.
7) Funções executivas
As funções executivas na alfabetização são um conjunto de habilidades cognitivas fundamentais. Elas incluem:
- Controle inibitório: habilidade de controlar comportamentos, pensamentos, emoções e impulsos;
- Memória operacional: capacidade de manter e manipular informações na mente por curtos períodos;
- Flexibilidade cognitiva: habilidade de adaptar-se às situações e resolver problemas com criatividade.