Justiça decide que farmacêuticos não podem prescrever medicamentos; confira!
O juiz da 17ª Vara Federal do Distrito Federal declarou a nulidade da Resolução nº 586/2013, que permitia farmacêuticos prescreverem medicamentos
A Justiça Federal determinou nesta quinta-feira (21) que farmacêuticos não podem prescrever medicamentos, anulando a validade da Resolução nº 586/2013, emitida pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF).
A decisão considerou a norma inconstitucional, reforçando que a prescrição de medicamentos é uma atribuição exclusiva da profissão médica, conforme a legislação vigente. Essa sentença destacou a necessidade de respeitar os limites das competências profissionais regulamentadas em lei. Descubra os detalhes dessa importante decisão e as implicações que ela traz para as áreas da saúde e da farmácia.
Entenda a decisão judicial
O juiz da 17ª Vara Federal do Distrito Federal declarou a nulidade da Resolução nº 586/2013, que permitia farmacêuticos prescreverem medicamentos. De acordo com o magistrado, a norma ultrapassava os limites regulamentares do Conselho Federal de Farmácia (CFF), violando tanto a Lei do Ato Médico (Lei nº 12.842/2013) quanto a Constituição Federal.
O Ministério Público Federal corroborou a ação, enfatizando que a prescrição de medicamentos deve ser restrita aos médicos. A sentença também destacou que o diagnóstico nosológico, indispensável para a prescrição, é uma atividade exclusiva da prática médica, reforçando a importância de preservar as competências específicas de cada profissão na área da saúde.
Por que os farmacêuticos não podem prescrever medicamentos?
A legislação brasileira define de forma clara as atribuições específicas de cada profissão na área da saúde, garantindo que as competências sejam exercidas dentro dos limites legais. A Lei do Ato Médico determina que somente médicos possuem a prerrogativa de diagnosticar doenças e prescrever medicamentos, atividades que requerem conhecimentos especializados e formação específica.
O diagnóstico nosológico, por sua vez, é um processo altamente complexo que demanda análise criteriosa dos sintomas, compreensão profunda das condições de saúde do paciente e avaliação detalhada para definir a conduta terapêutica mais adequada. Nesse contexto, a Justiça concluiu que permitir a prescrição de medicamentos por farmacêuticos, sem o suporte de um diagnóstico médico, poderia gerar sérios riscos à saúde pública, aumentando a probabilidade de erros no tratamento e colocando a segurança dos pacientes em perigo.
O que diz a Resolução nº 586/2013?
A Resolução nº 586/2013 do Conselho Federal de Farmácia (CFF) autorizava farmacêuticos a prescreverem medicamentos que não exigem receita médica. Além disso, permitia a prescrição de medicamentos sujeitos à receita, desde que houvesse um diagnóstico prévio realizado por outro profissional de saúde e com protocolos previamente estabelecidos.
O documento também estabelecia que a prescrição farmacêutica deveria seguir diretrizes clínicas e políticas públicas de saúde, visando complementar o atendimento ao paciente. Entretanto, o juiz avaliou que essas disposições extrapolavam as competências legais atribuídas à profissão farmacêutica, invadindo atribuições exclusivas da medicina e contrariando a legislação vigente.
Implicações da decisão
- Proibição nacional: A decisão judicial determinou que a Resolução nº 586/2013 do Conselho Federal de Farmácia não terá validade em nenhum estado brasileiro, proibindo sua aplicação em todo o território nacional.
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Ampla divulgação: O Conselho Federal de Farmácia foi instruído a comunicar amplamente à sociedade sobre a nulidade da resolução, utilizando seus canais oficiais e outros meios de divulgação para garantir o conhecimento público da decisão.
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Reafirmação da exclusividade médica: A sentença destacou que a competência para realizar diagnósticos nosológicos e prescrever medicamentos é exclusiva dos médicos, conforme estabelecido pela Lei do Ato Médico e a legislação em vigor.
Reações à decisão
O Conselho Federal de Medicina (CFM) comemorou a decisão como uma importante vitória para proteger o ato médico e garantir a segurança dos pacientes. O órgão argumenta que a sentença previne práticas inadequadas que poderiam colocar a saúde pública em risco.
Por outro lado, membros da classe farmacêutica podem questionar a determinação, defendendo que a resolução tinha o objetivo de expandir o cuidado aos pacientes, respeitando os limites legais da profissão e contribuindo para a assistência em saúde.