Figuras de som: definição, exemplos e formas de uso

Aprofunde-se em exemplos práticos e saiba como aplicar essas técnicas para criar textos mais expressivos.

As figuras de som, também conhecidas como figuras de harmonia, empregam técnicas como a repetição, reprodução ou imitação de vogais e consoantes para amplificar a expressividade do texto. Elas destacam os fonemas, os sons básicos produzidos na formação das palavras por falantes de uma língua específica.

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Frequentemente, os oradores utilizam os fonemas, representados pelas letras, para criar efeitos impactantes nos ouvintes. O propósito é ressaltar a musicalidade da comunicação para transmitir significados. Isso é evidente quando optamos por usar a interjeição “xiiiiii!” para solicitar silêncio ou “boom!” para reproduzir uma explosão.

Figuras de som: o que são?

Figuras de som são recursos literários que exploram os aspectos sonoros das palavras para criar efeitos sensoriais e transmitir significados adicionais além do sentido literal. Essas figuras de linguagem incluem aliteração, assonância, onomatopeia e outras técnicas que enfatizam a musicalidade, ritmo e harmonia das palavras na composição textual.

As figuras mais conhecidas

As principais incluem:

Aliteração

Consiste na repetição de um mesmo som consonantal no início de duas ou mais palavras próximas, criando um efeito de musicalidade e ritmo. Por exemplo, “a brisa brinca entre as árvores” ou “voz velada, veludo, voz veloz”.

Assonância

Refere-se à repetição de sons vocálicos similares em palavras próximas, independentemente das consoantes. Isso cria um efeito de harmonia sonora. Por exemplo, “a lua flutua na lagoa” ou “o velho cego tateia a teia”.

Onomatopeia

Trata da imitação de sons reais por meio de palavras. Essas palavras reproduzem o som que representam, criando uma conexão direta com a experiência sensorial do ouvinte. Por exemplo, “o vento sussurra entre as folhas”, “o cachorro late au-au”, “olha o carrinho fazendo ‘vrooomm’, criançada”. E para ficar mais claro, quem aí não lembra da famosa música infantil que diz: “Piuí, piuí, piuí abacaxi; choque, choque, choque, choque por aí”? É disso que estamos falando.

Figuras de som: definição, exemplos e formas de uso (Foto: Unsplash).
Figuras de som: definição, exemplos e formas de uso (Foto: Unsplash).

Paronomásia

Envolve o uso de palavras semelhantes em sons, mas com significados diferentes, criando um efeito de jogo de palavras. Por exemplo, “É pavê ou pacumê?” ou “Quem casa, quer casa”.

Essas são amplamente utilizadas na literatura para adicionar musicalidade, expressividade e impacto emocional aos textos. Elas não apenas enfatizam a sonoridade das palavras, mas também ajudam a criar imagens vívidas e a transmitir nuances de significado que vão além do sentido literal, enriquecendo assim a experiência do leitor.

Para que os usar nas produções de texto?

Aqui estão exemplos práticos de quando usar cada figura de som.
  1. Aliteração:
    • “As rosas vermelhas reluziam sob o sol.” Neste exemplo, a repetição do som “r” em “rosas” e “reluziam” cria uma sensação de fluidez e ritmo na frase;
    • “O doce aroma das frutas frescas.” Aqui, a aliteração do som “f” em “frutas” e “frescas” enfatiza a suavidade e agradabilidade do aroma descrito.
  2. Assonância:
    • “O velho poeta compôs um soneto triste.” A repetição do som vocálico “o” em “velho”, “poeta” e “soneto” cria uma sensação de continuidade e harmonia na frase;
    • “A brisa suave acariciava o mar azul.” Aqui, a assonância do som vocálico “a” em “brisa”, “acariciava” e “mar” evoca uma sensação de tranquilidade e suavidade.
  3. Onomatopeia:
    • “O sino tocava ‘ding dong’ ao longe.” Neste caso, a palavra “ding dong” imita o som real do sino, criando uma representação vívida e sonora da cena;
    • “O trovão ecoou um estrondo ensurdecedor.” Aqui, a palavra “estrondo” imita o som alto e retumbante do trovão, permitindo que o leitor visualize e ouça a cena com mais clareza.
  4. Paronomásia:
    • “Quem com ferro fere, com ferro será ferido.” Neste exemplo, a paronomásia é usada com os homônimos “ferro” e “ferido”, criando um jogo de palavras que enfatiza a ideia de reciprocidade;
    • “O caminhante cansado cansa de caminhar.” Aqui, a paronomásia é usada com a repetição da palavra “cansa” em contextos diferentes, criando um efeito de repetição deliberada que ressalta a fadiga do caminhante.
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