Conheça as regras das flexões de gênero do substantivo
Aprenda a diferenciar masculino e feminino com exemplos práticos e explicações claras!
A língua portuguesa é rica em variações e regras gramaticais que estruturam a comunicação escrita e falada. Entre esses aspectos, a flexão de gênero dos substantivos desempenha um papel fundamental na concordância e construção das frases. Alguns substantivos apresentam formas específicas para o masculino e o feminino, enquanto outros permanecem inalterados independentemente do gênero.
Leia também: 5 exercícios (básicos) de substantivos para testar o português – parte I
Além disso, há casos especiais que podem gerar dúvidas, como os substantivos de gênero uniforme e os heterônimos. Neste artigo, vamos explorar as regras das flexões de gênero dos substantivos, esclarecer suas classificações e exemplificar seu uso na prática.
As regras das flexões de gênero do substantivo
A flexão de gênero dos substantivos na língua portuguesa é um aspecto fundamental da gramática e refere-se à variação entre as formas masculina e feminina, utilizadas para designar seres, objetos e entidades.
Para identificar o gênero de um substantivo, observa-se o artigo que pode precedê-lo. São considerados masculinos aqueles que admitem os artigos “o” ou “um”, como em “o quarto” e “um médico”. Já os femininos são acompanhados pelos artigos “a” ou “uma”, como em “a sala” e “uma médica”.
Classificação do gênero dos substantivos
Gênero masculino
- Nomes próprios de homens e suas ocupações, como João, Luís, Manoel, rei, professor e vendedor.
- Designações de animais do sexo masculino, como boi, leão e cão.
- Termos referentes a elementos naturais, como lagos, montanhas, oceanos, rios e ventos. Exemplos: o Amazonas (rio Amazonas), o Pacífico (oceano Pacífico), o Índico (oceano Índico).
- Os nomes dos meses do ano e os pontos cardeais, como “o mês de abril” e “o norte”.
Gênero feminino
- Nomes próprios de mulheres e suas funções, como Lia, Maria, Luzia, rainha, professora e vendedora.
- Designações de animais do sexo feminino, como vaca, pata e galinha.
- Nomes de cidades e ilhas que implicam gênero feminino, como “a histórica Salvador”, “a marcante Florianópolis” e “a Veneza”.
Determinação do gênero pela terminação
Gênero masculino
- Substantivos terminados em -o átono, como “o médico”, “o livro” e “o barco”.
- Substantivos concretos terminados em -ão, como “o limão”, “o algodão” e “o balcão”.
Gênero feminino
- Substantivos terminados em -a átono, como “a cadeira”, “a caneta” e “a passagem”.
- Substantivos abstratos terminados em -ão, como “a instrução”, “a razão” e “a vocação”.
Formação do feminino nos biformes
- Palavras terminadas em -o átono formam o feminino substituindo essa terminação por -a. Exemplos: “gato – gata”, “lobo – loba”, “menino – menina”.
- Substantivos terminados em consoantes recebem -a no feminino. Exemplos: “freguês – freguesa”, “deus – deusa”, “contador – contadora”.
- Palavras terminadas em -ão podem formar o feminino de três maneiras:
- Substituindo -ão por -oa: “ermitão – ermitoa”, “leitão – leitoa”, “patrão – patroa”.
- Substituindo -ão por -ã: “anão – anã”, “campeão – campeã”, “cidadão – cidadã”.
- Substituindo -ão por -ona: “espertalhão – espertalhona”, “folião – foliona”, “pobretão – pobretona”.
- Palavras terminadas em -or formam o feminino com as terminações -a, -eira ou -triz. Exemplos: “leitor – leitora”, “arrumador – arrumadeira”, “imperador – imperatriz”.
- Títulos de nobreza formam o feminino com -esa, -essa e -isa. Exemplos: “barão – baronesa”, “abade – abadessa”, “sacerdote – sacerdotisa”.
- Alguns substantivos terminados em -e são invariáveis, mas há exceções que acrescentam -a no feminino, como “elefante – elefanta”, “governante – governanta”, “gigante – giganta”.
Casos Especiais
Alguns substantivos têm formas femininas irregulares, como:
- “Avô – avó”
- “Cônego – canonisa”
- “Cônsul – consulesa”
- “Czar – czarina”
- “Frade – freira”
- “Herói – heroína”
- “Maestro – maestrina”
- “Poeta – poetisa”
- “Profeta – profetisa”
- “Rapaz – rapariga” ou “moça”
- “Rei – rainha”
- “Réu – ré”
Substantivos uniformes
Os uniformes não variam entre masculino e feminino, sendo classificados em três grupos:
- Epicenos: têm apenas um gênero gramatical para animais e indicam o sexo com “macho” ou “fêmea”. Exemplos: “o crocodilo macho”, “a onça fêmea”, “o sabiá macho”.
- Sobrecomuns: apresentam um único gênero para designar pessoas de ambos os sexos. Exemplos: “a criança”, “a pessoa”, “a testemunha”.
- Comuns de dois gêneros: mantêm a mesma forma para masculino e feminino, diferenciando-se pelo artigo. Exemplos: “o artista – a artista”, “o dentista – a dentista”, “o jornalista – a jornalista”.
Mudança de significado conforme o gênero
Alguns mudam de significado dependendo do gênero atribuído:
- “o cabeça” (chefe) x “a cabeça” (parte do corpo)
- “o crisma” (óleo sagrado) x “a crisma” (sacramento)
- “o grama” (unidade de peso) x “a grama” (vegetação)
A flexão de gênero aqui é um aspecto essencial do português, influenciando a concordância e a estrutura das frases. O conhecimento dessas regras permite um uso mais preciso e adequado da língua, evitando equívocos e tornando a comunicação mais clara e eficiente.