Conheça as regras das flexões de gênero do substantivo

Aprenda a diferenciar masculino e feminino com exemplos práticos e explicações claras!

A língua portuguesa é rica em variações e regras gramaticais que estruturam a comunicação escrita e falada. Entre esses aspectos, a flexão de gênero dos substantivos desempenha um papel fundamental na concordância e construção das frases. Alguns substantivos apresentam formas específicas para o masculino e o feminino, enquanto outros permanecem inalterados independentemente do gênero.

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Além disso, há casos especiais que podem gerar dúvidas, como os substantivos de gênero uniforme e os heterônimos. Neste artigo, vamos explorar as regras das flexões de gênero dos substantivos, esclarecer suas classificações e exemplificar seu uso na prática.

As regras das flexões de gênero do substantivo

A flexão de gênero dos substantivos na língua portuguesa é um aspecto fundamental da gramática e refere-se à variação entre as formas masculina e feminina, utilizadas para designar seres, objetos e entidades.

Para identificar o gênero de um substantivo, observa-se o artigo que pode precedê-lo. São considerados masculinos aqueles que admitem os artigos “o” ou “um”, como em “o quarto” e “um médico”. Já os femininos são acompanhados pelos artigos “a” ou “uma”, como em “a sala” e “uma médica”.

Classificação do gênero dos substantivos

Gênero masculino

  1. Nomes próprios de homens e suas ocupações, como João, Luís, Manoel, rei, professor e vendedor.
  2. Designações de animais do sexo masculino, como boi, leão e cão.
  3. Termos referentes a elementos naturais, como lagos, montanhas, oceanos, rios e ventos. Exemplos: o Amazonas (rio Amazonas), o Pacífico (oceano Pacífico), o Índico (oceano Índico).
  4. Os nomes dos meses do ano e os pontos cardeais, como “o mês de abril” e “o norte”.

Gênero feminino

  1. Nomes próprios de mulheres e suas funções, como Lia, Maria, Luzia, rainha, professora e vendedora.
  2. Designações de animais do sexo feminino, como vaca, pata e galinha.
  3. Nomes de cidades e ilhas que implicam gênero feminino, como “a histórica Salvador”, “a marcante Florianópolis” e “a Veneza”.

Determinação do gênero pela terminação

Gênero masculino

  1. Substantivos terminados em -o átono, como “o médico”, “o livro” e “o barco”.
  2. Substantivos concretos terminados em -ão, como “o limão”, “o algodão” e “o balcão”.

Gênero feminino

  1. Substantivos terminados em -a átono, como “a cadeira”, “a caneta” e “a passagem”.
  2. Substantivos abstratos terminados em -ão, como “a instrução”, “a razão” e “a vocação”.
Conheça as regras das flexões de gênero do substantivo (Foto: Unsplash).
Conheça as regras das flexões de gênero do substantivo (Foto: Unsplash).

Formação do feminino nos biformes

  1. Palavras terminadas em -o átono formam o feminino substituindo essa terminação por -a. Exemplos: “gato – gata”, “lobo – loba”, “menino – menina”.
  2. Substantivos terminados em consoantes recebem -a no feminino. Exemplos: “freguês – freguesa”, “deus – deusa”, “contador – contadora”.
  3. Palavras terminadas em -ão podem formar o feminino de três maneiras:
    • Substituindo -ão por -oa: “ermitão – ermitoa”, “leitão – leitoa”, “patrão – patroa”.
    • Substituindo -ão por : “anão – anã”, “campeão – campeã”, “cidadão – cidadã”.
    • Substituindo -ão por -ona: “espertalhão – espertalhona”, “folião – foliona”, “pobretão – pobretona”.
  4. Palavras terminadas em -or formam o feminino com as terminações -a, -eira ou -triz. Exemplos: “leitor – leitora”, “arrumador – arrumadeira”, “imperador – imperatriz”.
  5. Títulos de nobreza formam o feminino com -esa, -essa e -isa. Exemplos: “barão – baronesa”, “abade – abadessa”, “sacerdote – sacerdotisa”.
  6. Alguns substantivos terminados em -e são invariáveis, mas há exceções que acrescentam -a no feminino, como “elefante – elefanta”, “governante – governanta”, “gigante – giganta”.

Casos Especiais

Alguns substantivos têm formas femininas irregulares, como:

  • “Avô – avó”
  • “Cônego – canonisa”
  • “Cônsul – consulesa”
  • “Czar – czarina”
  • “Frade – freira”
  • “Herói – heroína”
  • “Maestro – maestrina”
  • “Poeta – poetisa”
  • “Profeta – profetisa”
  • “Rapaz – rapariga” ou “moça”
  • “Rei – rainha”
  • “Réu – ré”

Substantivos uniformes

Os uniformes não variam entre masculino e feminino, sendo classificados em três grupos:

  1. Epicenos: têm apenas um gênero gramatical para animais e indicam o sexo com “macho” ou “fêmea”. Exemplos: “o crocodilo macho”, “a onça fêmea”, “o sabiá macho”.
  2. Sobrecomuns: apresentam um único gênero para designar pessoas de ambos os sexos. Exemplos: “a criança”, “a pessoa”, “a testemunha”.
  3. Comuns de dois gêneros: mantêm a mesma forma para masculino e feminino, diferenciando-se pelo artigo. Exemplos: “o artista – a artista”, “o dentista – a dentista”, “o jornalista – a jornalista”.

Mudança de significado conforme o gênero

Alguns mudam de significado dependendo do gênero atribuído:

  • “o cabeça” (chefe) x “a cabeça” (parte do corpo)
  • “o crisma” (óleo sagrado) x “a crisma” (sacramento)
  • “o grama” (unidade de peso) x “a grama” (vegetação)

A flexão de gênero aqui é um aspecto essencial do português, influenciando a concordância e a estrutura das frases. O conhecimento dessas regras permite um uso mais preciso e adequado da língua, evitando equívocos e tornando a comunicação mais clara e eficiente.

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