Flexões de grau do substantivo – definição, para que serve e exemplos

Aprenda a diferenciar o aumentativo e o diminutivo, veja exemplos práticos e entenda suas aplicações na língua portuguesa!

A língua portuguesa é rica em recursos linguísticos que permitem não apenas a comunicação eficaz, mas também a expressão de nuances e sentimentos por meio das palavras; um desses recursos é a flexão de grau do substantivo. Isso, porque possibilita indicar variações de tamanho, intensidade e até mesmo transmitir emoções, como carinho, desprezo ou exagero.

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Aqui, exploraremos o conceito das flexões de grau do substantivo, explicando sua finalidade e como elas são formadas. Além disso, apresentaremos exemplos práticos para ilustrar o uso correto dessas variações, tanto na forma analítica quanto na sintética. Entender esse mecanismo da língua é essencial para enriquecer o vocabulário e aprimorar a escrita e a fala de maneira mais expressiva e precisa.

Flexões de grau do substantivo

A língua portuguesa permite a variação dos substantivos quanto ao grau, ou seja, é possível expressar tanto o aumento quanto a diminuição de um ser ou objeto. Essa modificação pode ocorrer de duas maneiras: através do grau aumentativo, quando se deseja indicar grandeza, e do grau diminutivo, para sugerir pequenez.

Entretanto, além da indicação de tamanho, essas flexões podem transmitir diferentes nuances de significado. O grau aumentativo pode enfatizar exagero, desprezo ou carinho, enquanto o grau diminutivo pode conferir suavização, afeição ou até mesmo um tom depreciativo, dependendo do contexto em que é empregado.

Formação do grau do substantivo

Essa modificação do grau dos substantivos pode ocorrer de duas formas principais: analítica e sintética.

1. Forma analítica

Na construção analítica, o substantivo mantém sua estrutura original, recebendo um adjetivo que qualifica seu tamanho, seja para indicar aumento (como grande, enorme, imenso) ou diminuição (como pequeno, minúsculo, insignificante).

Exemplos:

  • copo grande – copo pequeno
  • pedra colossal – pedra minúscula
  • trabalho enorme – trabalho insignificante
  • vaso imenso – vaso delicado

2. Forma sintética

Na forma sintética, a alteração do grau ocorre por meio do acréscimo de sufixos específicos, que indicam aumento ou diminuição. Esse método é muito produtivo na língua portuguesa e bastante empregado na formação de novas palavras.

Sufixos mais utilizados

Aumentativos Diminutivos
-ão > paredão -acho > riacho
-aço > ricaço -ejo > lugarejo
-alhão > dramalhão -ela > ruela
-arra > bocarra -ico > namorico
-arrão > gatarrão -icho > barbicha
-zarrão > homenzarrão -inho > caderninho
-ázio > copázio -ito > casita
-eirão > vozeirão -ucho > gorducho
-ona > mulherona -zinho > colherzinha
-orra > beiçorra -zito > pezito
Flexões de grau do substantivo – definição, para que serve e exemplos (Foto: Unsplash).
Flexões de grau do substantivo – definição, para que serve e exemplos (Foto: Unsplash).

Casos especiais

Com o passar do tempo, alguns substantivos que originalmente apresentavam um sufixo típico de grau perderam essa característica e passaram a ser reconhecidos como palavras independentes, sem necessariamente indicar um tamanho aumentado ou reduzido.

Exemplos de termos que adquiriram significado próprio:

  • célula;
  • glóbulo, gotícula;
  • opúsculo, óvulo;
  • película;
  • retículo;
  • versículo.

Dessa forma, a flexão de grau no português vai além da simples indicação de tamanho, carregando nuances emocionais e contextuais que enriquecem a comunicação e dão mais expressividade à língua.

Para saber mais sobre esse tema, estude:

Aumentativo e diminutivo

As flexões de grau dos substantivos permitem indicar variações de tamanho ou intensidade. O grau aumentativo expressa grandeza ou exagero (ex.: casarão, mulherona), enquanto o grau diminutivo indica pequenez ou afeto (ex.: livrinho, casinha). Essas variações podem ser formadas de maneira analítica (com o uso de adjetivos) ou sintética (com o acréscimo de sufixos específicos).

Flexões de gênero dos substantivos

Os substantivos podem ser classificados de acordo com o gênero gramatical, sendo masculinos (ex.: menino, gato) ou femininos (ex.: menina, gata). Em alguns casos, a distinção ocorre por meio de palavras diferentes (gênero heterônimo, como cavalo/égua), pelo acréscimo de sufixos (gênero biforme, como ator/atriz) ou sem variação aparente (gênero uniforme, como estudante e artista).

Flexões de número dos substantivos

A flexão de número indica se um substantivo está no singular (um único ser ou objeto, ex.: casa) ou no plural (mais de um, ex.: casas). A formação do plural segue regras específicas, como o acréscimo de “-s” (menino > meninos) ou mudanças na terminação da palavra (pão > pães, lápis > lápis).

Classificação dos substantivos

Os substantivos podem ser classificados em diferentes categorias:

  • Próprios e comuns: os próprios nomeiam seres específicos (Brasil, João), enquanto os comuns designam seres em geral (país, menino).
  • Concretos e abstratos: os concretos nomeiam seres com existência independente (árvore, gato), enquanto os abstratos referem-se a estados, ações ou sentimentos (beleza, felicidade).
  • Simples e compostos: os simples possuem um único radical (flor, casa), enquanto os compostos são formados por mais de um elemento (girassol, guarda-chuva).
  • Primitivos e derivados: os primitivos dão origem a outras palavras (pedra, folha), enquanto os derivados são formados a partir deles (pedreira, folhagem).
  • Coletivos: Designam um grupo de seres da mesma espécie (cardume – grupo de peixes, matilha – grupo de cães).
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