A função da análise sintática no português

Afinal, por que ela é essencial para a compreensão, interpretação e produção de textos?

A análise sintática é uma ferramenta fundamental para a compreensão da estrutura das orações na língua portuguesa. Por meio dela, é possível identificar as funções que cada termo exerce dentro da frase, promovendo uma leitura mais precisa e uma escrita mais clara e coesa.

Leia também: Origem popular das principais expressões usadas no Brasil

Muito além de um conteúdo gramatical ensinado nas escolas, a análise sintática tem papel essencial na interpretação de textos, na produção textual e até mesmo na construção do pensamento lógico. Hoje, queremos explorar sua importância, suas aplicações práticas e como ela contribui para a proficiência na língua portuguesa.

A análise sintática no português

A análise sintática consiste na identificação e estudo das funções que cada palavra ou grupo de palavras desempenha dentro de uma oração. Cada termo é classificado de acordo com o papel que exerce na construção do sentido da frase.

Para realizar uma boa análise, é essencial compreender como os elementos se organizam e interagem entre si, já que um mesmo termo pode assumir classificações distintas dependendo do contexto.

Os termos da oração dividem-se em três grandes categorias: essenciais, integrantes e acessórios. A seguir, veremos o que caracteriza cada um deles.

Termos essenciais da oração

São considerados essenciais aqueles elementos indispensáveis à estrutura da oração. Eles formam a base sobre a qual a frase é construída. Os dois termos dessa categoria são o sujeito e o predicado.

1. Sujeito

O sujeito é o ser — animado ou inanimado — sobre o qual se transmite uma informação. Exemplo: Uma pessoa ligou, mas não quis se identificar. Nesse caso, “uma pessoa” é o sujeito.

O sujeito pode apresentar diferentes classificações, conforme sua forma ou possibilidade de identificação:

  • Determinado: quando se sabe quem é o agente da ação. Ex: A Ana acabou de chegar.

  • Indeterminado: quando não é possível ou não se quer indicar o sujeito. Ex: Estão batendo à porta.

  • Oculto (ou elíptico): identificado pelo contexto ou pela desinência verbal. Ex: Agi com prudência. (o sujeito é “eu”).

Além disso, os sujeitos determinados podem ser:

  • Simples, quando há apenas um núcleo. Ex: Os livros caíram. (“livros” é o núcleo).

  • Compostos, quando há dois ou mais núcleos. Ex: O caderno, três lápis e uma borracha estavam na mochila.

Há ainda os sujeitos inexistentes, que aparecem em orações onde não há um agente da ação, como em: Faz frio hoje.

2. Predicado

Tudo o que se afirma sobre o sujeito é chamado de predicado. Exemplo: Uma pessoa ligou, mas não quis se identificar. (“ligou, mas não quis se identificar” é o predicado).

Conforme sua estrutura, o predicado pode ser:

  • Verbal, quando seu núcleo é um verbo de ação. Ex: O garoto correu pela praia.

    • Se o verbo não exige complemento, ele é intransitivo. Ex: O bebê dormiu.

    • Se o verbo exige complemento, ele é transitivo. Ex: Ela preparou o jantar.

  • Nominal, quando o núcleo é um nome (geralmente um adjetivo ou substantivo) e o verbo apenas liga esse nome ao sujeito. Ex: A criança está doente.

  • Verbo-nominal, quando possui dois núcleos: um verbo de ação e uma característica atribuída ao sujeito. Ex: As crianças chegaram felizes.

Termos integrantes da oração

Os termos integrantes têm a função de completar o sentido de outros elementos da oração. São fundamentais para a clareza e coesão do enunciado.

As três principais funções integrantes são:

1. Complemento verbal

Tem como objetivo completar o sentido dos verbos transitivos. Divide-se em:

  • Objeto direto, que se liga ao verbo sem preposição. Ex: Ela escreveu uma carta. (“uma carta” é o objeto direto).

  • Objeto indireto, que exige preposição. Ex: Ele precisa de ajuda. (“de ajuda” é o objeto indireto).

2. Complemento nominal

É o termo que completa o sentido de um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) que, por si só, tem sentido incompleto. Ex: Os idosos sentem necessidade de atenção. (“de atenção” é o complemento nominal).

3. Agente da passiva

Indica quem executa a ação em construções na voz passiva. Normalmente, vem introduzido pela preposição “por”. Ex: A música foi composta por ele. (“por ele” é o agente da passiva).

Termos acessórios da oração

Os termos acessórios acrescentam informações adicionais à oração. Embora enriqueçam o conteúdo, sua ausência não compromete a estrutura gramatical ou o entendimento da frase.

São três os principais termos acessórios:

1. Adjunto adnominal

É um termo que qualifica ou determina um substantivo, podendo ser um adjetivo, artigo, numeral, pronome ou locução adjetiva. Ex: O jovem estudante entregou sua tarefa. (adjuntos adnominais: “o”, “jovem”, “sua”).

2. Adjunto adverbial

Tem a função de modificar ou intensificar o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio, expressando circunstâncias como tempo, lugar, modo, entre outras. Ex: Ela cantou maravilhosamente. (“maravilhosamente” é o adjunto adverbial de modo).

3. Aposto

O aposto explica, resume ou especifica um termo anterior, muitas vezes sendo isolado por vírgulas. Ex: Sábado, dia sete, teremos reunião. (“dia sete” é o aposto de “sábado”).

 

Mycarla Oliveira, especialista em língua portuguesa, no portal Pensar Cursos, também detalha sobre “Criando filhos leitores – 4 dicas para incentivar a leitura”, já que o hábito da leitura estimula a criatividade, melhora o desempenho escolar e fortalece o vínculo familiar.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.