Função referencial ou denotativa – saiba o que é e veja exemplo

Descubra sua importância na comunicação e veja um exemplo prático que facilita o entendimento.

A função referencial, também denominada função denotativa, é uma das seis funções da linguagem descritas pelas teorias da comunicação e da informação. Ela se manifesta em textos de caráter informativo, sendo estruturada com o objetivo de fornecer ao receptor, de maneira objetiva e neutra, informações sobre a realidade, eventos, circunstâncias e saberes.

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Apesar de a maioria dos estudiosos do tema adotar o termo função referencial, é válido notar que ela também é conhecida como denotativa. Esse nome decorre do fato de que, ao priorizar o contexto ou o conteúdo abordado, essa função caracteriza-se pela ausência de opiniões ou interpretações do autor. Assim, ela trabalha com o sentido literal e objetivo das palavras ou expressões, assegurando que o foco permaneça na transmissão clara e precisa da informação.

A função referencial ou denotativa

Os textos jornalísticos, em sua maioria, apresentam como função de linguagem predominante a referencial ou denotativa. Para que o autor do texto assegure a transmissão de informações de maneira objetiva e impessoal, diversos recursos são empregados na construção dos enunciados. São eles:

  • Emprego de verbos e pronomes conjugados na 3ª pessoa;
  • Ausência ou minimização de sequências linguísticas com caráter argumentativo ou persuasivo;
  • Organização do discurso em ordem direta;
  • Utilização de linguagem denotativa;
  • Ênfase no referente, ou seja, no contexto.

É essencial destacar que a impessoalidade não deve ser confundida com neutralidade. Apesar de o objetivo ser transmitir informações sem envolvimento subjetivo de quem elabora o texto, fatores como entonação vocal, expressões faciais e linguagem corporal podem revelar opiniões ou posicionamentos do emissor.

Função referencial ou denotativa – saiba o que é e veja exemplos (Foto: Unsplash).
Função referencial ou denotativa – saiba o que é e veja exemplo (Foto: Unsplash).

Além disso, nem sempre um texto apresenta exclusivamente uma única função de linguagem, mas uma predominância. Assim, a função predominante será identificada a partir das intenções gerais do discurso, o que também auxiliará na definição do gênero e do tipo textual a que o texto pertence.

Um exemplo para facilitar o entendimento

Levando em conta os propósitos comunicativos da função referencial ou denotativa, observa-se que ela se evidencia, sobretudo, em textos como notícias, artigos acadêmicos, manuais instrutivos, materiais técnicos, entre outros.

Confira o exemplo a seguir.

Nobel de medicina 2019: entenda a descoberta que levou ao prêmio

O trabalho de três pesquisadores ajudou a entender como as células do corpo adaptam-se à quantidade de oxigênio no ambiente.

Rafael Battaglia

Os vencedores do prêmio Nobel de Medicina de 2019 foram anunciados nesta segunda-feira (7). São eles: William Kaelin e Gregg Semenza, dos EUA, e Sir Peter Ratcliffe, do Reino Unido. O prêmio foi dado pelas suas descobertas sobre como as células do nosso corpo percebem e adaptam-se aos níveis de oxigênio disponível no ambiente.

Os três pesquisadores desenvolveram seus trabalhos individualmente desde os anos 1990. Juntas, suas pesquisas descrevem um importante mecanismo fisiológico — a resposta hipóxica das células — essencial para que indivíduos consigam sobreviver em lugares mais altos, onde há menor concentração de oxigênio.

Além de desvendar como esse mecanismo funciona, os organizadores do Nobel ressaltaram a importância das descobertas para futuras aplicações médicas. De acordo com o comunicado oficial, “suas descobertas também abriram o caminho para novas estratégias promissoras para combater a anemia, o câncer e muitas outras doenças”.

BATTAGLIA, R. Nobel de medicina 2019: entenda a descoberta que levou ao prêmio. Superinteressante. Disponível em: https://super.abril.com.br/ciencia/nobel-de-medicina-2019-entenda-a-descoberta-que-levou-ao-premio/. Acesso em: 28 out. 2019.

Observe que o texto mencionado caracteriza-se como uma notícia, pois transmite aos leitores informações sobre um evento recente: o Prêmio Nobel de Medicina de 2019. Ao relatar a descoberta feita pelos pesquisadores, o autor utiliza uma linguagem clara e direta, sem incluir opiniões pessoais. Ele organiza o conteúdo por meio de sequências narrativas na terceira pessoa do singular, mantendo o foco no tema e no objeto tratado.

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