Afinal, qual é a função sintática do substantivo no português?
Numa explicação clara e com exemplos, veja qual é a função sintática do substantivo.

Você já parou para pensar qual é, de fato, a função sintática do substantivo na língua portuguesa? Muito além de apenas nomear seres, objetos, lugares ou sentimentos, o substantivo desempenha papéis essenciais na construção das frases. Ele pode assumir diversas funções dentro da estrutura sintática, como sujeito, objeto direto, predicativo e complemento nominal, dependendo do contexto em que é utilizado.
Leia também: Afinal, o que é pronome oblíquo átono?
Compreender essas possibilidades é fundamental para quem deseja escrever com clareza e interpretar textos com mais precisão. Venha explorar as principais funções sintáticas que o substantivo pode exercer e como identificá-las.
Qual é a função sintática do substantivo?
O substantivo é uma das classes gramaticais mais importantes da língua portuguesa. Responsável por nomear seres, objetos, lugares, sentimentos, ideias e tudo aquilo que pode ser identificado e individualizado, ele é frequentemente associado apenas à sua função de “nomear”; no entanto, seu papel vai muito além disso. Do ponto de vista sintático, ou seja, da forma como as palavras se organizam e se relacionam dentro da oração, o substantivo pode assumir diferentes funções. Entender essas possibilidades é essencial para quem deseja interpretar, analisar ou produzir textos com clareza e precisão.
Para ilustrar essa versatilidade, observe os exemplos abaixo:
- (1) Pedro levantou cedo.
- (2) Serei seu amigo.
No primeiro exemplo, “Pedro” é um substantivo que atua como sujeito da oração — ou seja, é o termo sobre o qual se declara algo. Já no segundo, o substantivo “amigo” exerce a função de predicativo do sujeito, caracterizando o sujeito “eu”, implícito na forma verbal “serei”. Esses dois casos mostram como um mesmo tipo de palavra pode ocupar diferentes funções dentro da estrutura sintática.
A seguir, conheça as principais funções que um substantivo pode exercer dentro de uma oração:
a) Sujeito
É o termo que realiza ou sofre a ação do verbo, ou que é caracterizado por ele.
Exemplo:
João está calado.
O substantivo “João” funciona como sujeito da oração.
b) Predicativo
Predicativo do sujeito:
Caracteriza ou qualifica o sujeito, normalmente ligado a ele por um verbo de ligação.
Exemplo:
Ela é a diretora.
“Diretora” é um substantivo que caracteriza “ela”, atuando como predicativo do sujeito.
Predicativo do objeto:
Qualifica e caracteriza o objeto direto ou indireto da oração.
Exemplos:
Chamei-o de amigo.
“Amigo” qualifica o objeto “o”.
Elegeram-na diretora.
“Diretora” é o predicativo do objeto “a”.
c) Objeto direto
É o termo que complementa o sentido de um verbo transitivo direto, sem o uso de preposição.
Exemplo:
Maria vende livros.
“Livros” é o objeto direto do verbo “vende”.
d) Objeto indireto
Complementa um verbo transitivo indireto, sendo sempre introduzido por preposição.
Exemplo:
Nós gostamos de música clássica.
“Música clássica” é o objeto indireto, regido pela preposição “de”.
e) Complemento nominal
É o termo que complementa o sentido de um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio), geralmente ligado por preposição.
Exemplo:
A notícia do crime espalhou-se depressa.
“Do crime” complementa o substantivo “notícia”.
f) Adjunto adverbial
Apesar de não ser sua função típica, o substantivo pode atuar como adjunto adverbial quando indica circunstâncias (tempo, lugar, companhia etc.).
Exemplo:
Vivi com Pedro por dois anos.
“Com Pedro” expressa companhia, sendo um adjunto adverbial.
g) Agente da passiva
É quem pratica a ação expressa pelo verbo em uma voz passiva. Geralmente é introduzido pela preposição “por”.
Exemplo:
Antes de deixar o banco, foi visto por uma testemunha.
“Uma testemunha” é o agente da passiva, quem realizou a ação de ver.
h) Aposto
É o termo que explica, especifica ou resume outro substantivo, podendo ou não vir entre vírgulas.
Exemplo:
Ela, Maria, estava com os olhos atentos.
“Maria” é o aposto explicativo de “ela”.
i) Vocativo
É o termo usado para chamar, invocar ou interpelar alguém. Não tem relação sintática com o verbo da oração.
Exemplo:
Deus te abençoe, minha filha!
“Minha filha” é o vocativo.
Ao reconhecer as diversas funções sintáticas que um substantivo pode desempenhar, ampliamos nossa compreensão da estrutura da língua portuguesa e ganhamos mais recursos para analisar e produzir textos com propriedade. Cada função representa um papel diferente dentro da oração, e saber identificá-las é um passo importante para dominar a norma culta do idioma.
Mycarla Oliveira, especialista em língua portuguesa, no portal Pensar Cursos, também detalha sobre “Hora literária – “Cartas chilenas”, de Tomás Antônio Gonzaga”, que apresentam uma crítica política velada ao governo colonial, especialmente à figura do governador de Minas Gerais.