Conheça as funções morfossintáticas do “que”

Conheça as diferentes funções morfossintáticas do "que", desde seu uso como substantivo até suas variadas aplicações como conjunção e partícula.

A palavra “que” desempenha várias funções morfossintáticas no português. Ela pode ser classificada como substantivo, pronome relativo, preposição, advérbio de modo, partícula expletiva, interjeição, partícula iterativa, conjunção coordenativa e conjunção subordinativa.

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Neste artigo, abordaremos em detalhes como reconhecer as diferentes funções desse termo.

Funções morfossintáticas do “que”

1) Substantivo

que é substantivo quando vem acompanhado de um artigo. Sendo assim, ele sempre será acentuado.

ex: esse rapaz tem um quê de nobreza, não?

2) Pronome adjetivo

O “que” pode atuar como pronome adjetivo nas formas interrogativa, exclamativa ou indefinida.

  • Exemplo 1: Que horas ela chega? (interrogativo).
  • Exemplo 2: Que beleza de cidade é Brasília. (exclamativo).
  • Exemplo 3: Que situação complicada estamos vivendo. (indefinido).

3) Pronome relativo

Quando o “que” atua como pronome relativo, ele se refere a um termo mencionado anteriormente, introduzindo uma oração adjetiva que pode ser restritiva ou explicativa.

  • Exemplo 1: esses são os jogadores que vão a campo hoje. (restritiva).
    • Análise: esses são os jogadores. Os jogadores vão a campo hoje.
  • Exemplo 2: a executiva, que estava licenciada, voltou ao trabalho para salvar a empresa. (explicativa).
    • Análise: a executiva estava licenciada.

4) Preposição

O “que” funciona como preposição quando substitui “de” entre verbos.

  • Exemplo: tenho que sair amanhã bem cedo, porque tenho uma reunião.
    • Análise: tenho de sair amanhã bem cedo…

5) Advérbio de modo

O “que” pode ser usado como advérbio de modo, substituindo “como”.

  • Exemplo: que casa mais bagunçada!
    • Análise: qomo a casa estava bagunçada!
Conheça as funções morfossintáticas do “que” (Foto: Unsplash).
Conheça as funções morfossintáticas do “que” (Foto: Unsplash).

6) Partícula expletiva

Utilizado para dar ênfase ao texto, o “que” pode ser removido sem alterar o sentido.

  • Exemplo: há muitos anos que o Brasil não ganha uma Copa do Mundo.
    • Análise: há muitos anos, o Brasil não ganha uma Copa do Mundo.

7) Interjeição

O “que” como interjeição expressa uma reação emocional.

  • Exemplo: quê? Não acredito que ele fez isso novamente.

8) Partícula iterativa

Quando o “que” é repetido para enfatizar uma ideia.

  • Exemplo: que legal que você veio.

9) Conjunção coordenativa

O “que” como conjunção coordenativa pode assumir diferentes funções.

  • Aditiva: substitui “e”.
    • Exemplo: come que come e nunca está satisfeito.
      • Análise: come e come e nunca está satisfeito.
  • Alternativa: indica opções.
    • Exemplo: que venha ou que não venha, o importante é que ele nos avise com antecedência.
  • Adversativa: contrapõe ideias.
    • Exemplo: ele pode reclamar que não mudarei de opinião.
  • Explicativa: substitui “porque”.
    • Exemplo: vocês precisam estudar, que é muito importante.

10) Conjunção subordinativa

O “que” também pode atuar como conjunção subordinativa.

  • Integrante: introduz oração subordinada substantiva.
    • Exemplo: é fundamental que vocês cheguem cedo.
  • Comparativa: inicia oração subordinada adverbial comparativa.
    • Exemplo: não há dor maior para um pai que perde um filho.
  • Causal: inicia oração subordinada adverbial causal.
    • Exemplo: tome cuidado, que o chão está molhado.
  • Consecutiva: mostra um encadeamento de acontecimentos.
    • Exemplo: é tanta confusão que acabei me esquecendo do presente de Natal.

Resumo

As 10 funções morfossintáticas do “que” são:

  1. Substantivo
  2. Pronome relativo
  3. Preposição
  4. Advérbio de modo
  5. Partícula expletiva
  6. Interjeição
  7. Partícula iterativa
  8. Conjunção coordenativa
  9. Conjunção subordinativa

O “que” desempenha diversas funções morfossintáticas, podendo atuar como substantivo, pronome relativo, preposição, advérbio de modo, partícula expletiva, interjeição, partícula iterativa, conjunção coordenativa e conjunção subordinativa. Como substantivo, o “que” refere-se a uma coisa em abstrato ou uma qualidade. Quando é pronome relativo, retoma um termo da oração anterior, introduzindo orações adjetivas restritivas ou explicativas. Como preposição, substitui “de” entre verbos.

Na função de advérbio de modo, o “que” pode substituir “como”. A partícula expletiva é utilizada para dar ênfase ao texto sem alterar o sentido quando retirada. O “que” também funciona como interjeição, expressando reações emocionais, e como partícula iterativa, reforçando uma ideia ao ser repetido.

Nas conjunções coordenativas, pode ser aditiva (substituindo “e”), alternativa (indicando opções), adversativa (contrapondo ideias), ou explicativa (substituindo “porque”). Como conjunção subordinativa, o “que” pode ser integrante (introduzindo orações subordinadas substantivas), comparativa (introduzindo orações subordinadas adverbiais comparativas), causal (introduzindo orações subordinadas adverbiais causais), ou consecutiva (mostrando um encadeamento de acontecimentos).

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