Futurismo na literatura – definição e características
O movimento exaltou a tecnologia, a velocidade e a modernidade, revolucionando a escrita com temas de progresso, rupturas e transformação social.
O Futurismo, um movimento do início do século XX, surgiu na Europa, com foco principal na Itália, promovendo a liberdade criativa. Embora não tenha se estabelecido diretamente no Brasil, exerceu influência significativa sobre o Modernismo brasileiro. O movimento passou por duas fases principais: o “verso livre”, entre 1909 e 1913, e as “palavras em liberdade”, de 1914 a 1944.
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Entre seus temas centrais estavam a exaltação da velocidade, da aceleração, além de um culto à violência e à guerra. A seguir, exploraremos mais detalhes sobre esse movimento. Fique atento!
Futurismo na literatura
Apesar de ter se originado e se consolidado na Itália, a divulgação do manifesto futurista teve impacto mundial. É importante ressaltar que essa publicação se tornou um modelo para vários outros movimentos artísticos que surgiram posteriormente, como o cubismo, o dadaísmo e o surrealismo.
Como ocorre com toda vanguarda, o Futurismo tinha como objetivo estabelecer novos padrões estéticos que rompessem com as tradições passadas. O foco central do movimento era incorporar elementos que destacassem o progresso e a modernidade nas obras. Sua principal proposta era refletir a ideia de velocidade, retratando o ritmo acelerado da vida moderna tanto nas artes visuais quanto na literatura.
Principais características
O Futurismo caracterizava-se pela ruptura com as tradições do passado e pelo foco na renovação de padrões artísticos. Promovia a liberdade criativa, com o uso frequente de verso livre e alterações na ordem sintática. Seus temas geralmente abordavam violência, guerra e progresso, empregando frases fragmentadas para transmitir uma sensação de velocidade e onomatopeias para intensificar a expressão.
O movimento tinha uma visão otimista em relação ao futuro, exaltando a velocidade e o avanço das máquinas. Diferentemente do Simbolismo e do Romantismo, o Futurismo rejeitava o foco no “eu”. Além disso, utilizava muitos verbos no infinitivo e evitava o uso excessivo de adjetivos.
A pontuação era vista como desnecessária ou usada de maneira experimental. O movimento passou por duas fases principais: de 1909 a 1913, a fase do verso livre, que dispensava a métrica tradicional; e de 1914 a 1944, a fase das “Palavras em liberdade”, que radicalizou a experimentação, eliminando pontuação, ordem sintática e subjetivismo.
Os grandes artistas
O movimento futurista contou com a participação de diversos artistas notáveis, entre os quais se destacam: Aldo Palazzeschi (1885-1974), escritor e poeta da Itália; Armando Mazza (1884-1964), que atuou como poeta, escritor e jornalista italiano; Auro D’Alba (1888-1965), também poeta italiano; Corrado Govoni (1884-1965), poeta; Filippo Tommaso Marinetti (1876-1944), conhecido como escritor, poeta, editor, ideólogo, jornalista e político; Francesco Cangiullo (1884-1977), que além de escritor e poeta era pintor; Carlo Carrà (1881-1966), renomado pintor italiano; e Pino Masnata (1901-1968), poeta e dramaturgo.
Movimento no Brasil
Embora o Futurismo não tenha se estabelecido diretamente no Brasil, ele exerceu influência sobre o Modernismo (1922-1960), especialmente na rejeição às tradições e na promoção da liberdade criativa. Apesar disso, os modernistas não chegaram a dominar o cenário literário, o que limitou a proeminência do movimento. Ainda assim, essa influência foi evidente em autores como Oswald de Andrade e Fernando Pessoa. Entre as obras de Andrade que refletem essa influência, podemos destacar:
- Os Condenados (1922)
- Memórias Sentimentais de João Miramar (1924)
- Pau-Brasil (1925)
- Primeiro Caderno de Poesia do Aluno (1927)
- Manifesto Antropófago (1928)
- Serafim Ponte Grande (1933)
- Marco Zero I: A Revolução Melancólica (1943)
- Marco Zero II: Chão (1945)
- Um Homem Sem Profissão (1954)