Guardas Municipais poderão portar arma em todo território brasileiro? Entenda!

Atualmente, os guardas municipais só podem portar arma em seus estados

A possibilidade de guardas municipais portarem armas de fogo em todo o território nacional está em discussão na Câmara dos Deputados. O Projeto de Lei 3320/24, apresentado pelo deputado Fábio Henrique (União-SE), propõe que esses profissionais possam portar armas, sejam elas de uso pessoal ou da corporação, independentemente do estado em que atuam ou residem.

A medida busca atender a necessidade de guardas municipais que trabalham em cidades vizinhas ou em estados diferentes, oferecendo maior segurança durante os deslocamentos.

Neste artigo, você irá entender o que o projeto propõe, os argumentos para sua implementação, o impacto nas leis atuais e o andamento do processo.

O que o Projeto de Lei 3320/24 Propõe?

O Projeto de Lei 3320/24 permite que guardas municipais portem armas em qualquer estado brasileiro, uma mudança importante em relação à legislação atual. Hoje, segundo o Estatuto do Desarmamento, apenas membros das Forças Armadas, da Força Nacional, agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e das polícias possuem o direito de portar armas de fogo em todo o país.

Com o novo projeto, os guardas municipais passariam a ter porte nacional, permitindo que eles atuem armados em qualquer região do Brasil. Essa proposta reconhece a importância do trabalho dos guardas municipais, especialmente aqueles que precisam se deslocar para cidades ou estados vizinhos.

Por que estender o porte de arma aos Guardas Municipais?

O autor do projeto, deputado Fábio Henrique, argumenta que muitos guardas municipais residem em estados diferentes de onde trabalham e precisam viajar diariamente para exercer suas funções. Ele defende que, por segurança, esses profissionais também devem ter o direito de portar armas em qualquer parte do território nacional.

“Há vários profissionais que residem no estado vizinho e precisam se deslocar para o trabalho diariamente. Nada mais justo que ele possua porte de arma de abrangência nacional”, destaca o deputado.

Essa flexibilização ajudaria a aumentar a segurança desses profissionais, que muitas vezes enfrentam situações de risco mesmo fora do horário de trabalho.

O projeto é de autoria do deputado Fábio Henrique.
O projeto é de autoria do deputado Fábio Henrique. Imagem: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Isenção do IPI para armas e munições

Além do porte nacional, o projeto de lei propõe a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na compra de armas e munições destinadas às guardas municipais. Atualmente, as forças policiais federais e estaduais já recebem essa isenção na compra de equipamentos, e o objetivo do projeto é estender o mesmo benefício aos municípios.

Essa isenção de IPI representaria uma economia para os cofres municipais e poderia aumentar a capacidade de investimento em equipamentos de segurança para as guardas municipais. A medida também ajudaria a fortalecer a atuação dos guardas nas cidades, contribuindo para a segurança pública.

Mudanças na legislação

Caso aprovado, o projeto alterará o Estatuto do Desarmamento e a Lei do IPI para incluir as novas disposições. O Estatuto do Desarmamento, em vigor desde 2003, estabelece regras restritivas para o porte de armas, visando limitar a circulação de armamentos entre civis. No entanto, com a mudança, os guardas municipais passariam a integrar o grupo de profissionais autorizados a portar armas em todo o Brasil.

Essa alteração no estatuto reforça o papel dos guardas municipais na segurança pública, reconhecendo suas necessidades e responsabilidades. A inclusão da isenção de IPI para armas e munições também equipara o tratamento dado às guardas municipais com o das forças policiais estaduais e federais.

Qual é o próximo passo para a aprovação do projeto?

Para que o projeto de lei se torne uma realidade, ele ainda precisa passar por algumas etapas na Câmara dos Deputados e no Senado. Atualmente, o projeto será analisado de forma conclusiva por três comissões:

  1. Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado – responsável por avaliar o impacto do projeto na segurança pública.
  2. Comissão de Finanças e Tributação – que analisará o impacto financeiro da isenção do IPI para os municípios.
  3. Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania – que verificará a constitucionalidade e legalidade do projeto.

Se o projeto for aprovado em todas essas comissões, ele seguirá para o Senado. A aprovação final dependerá de votação nas duas casas. Caso aprovado, o projeto será encaminhado para sanção presidencial, tornando-se, então, uma nova lei.

Vantagens e desafios da proposta

A proposta traz diversos benefícios para os guardas municipais, pois fortalece sua atuação e segurança. Com o porte de arma nacional, esses profissionais terão uma proteção extra, especialmente aqueles que residem fora da cidade onde trabalham. Além disso, a isenção de IPI alivia os custos para os municípios, permitindo que eles invistam em equipamentos e treinamentos para suas guardas.

Por outro lado, o projeto também traz desafios, especialmente no que se refere ao impacto na segurança pública. Alguns críticos argumentam que a flexibilização do porte de armas deve ser acompanhada de rigorosos critérios de treinamento e preparo, garantindo que o aumento no número de armas não gere riscos adicionais.

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