Que ou quê: seu guia completo para aprender a usar
Descubra as regras de uso, exemplos práticos e dicas essenciais para dominar esses termos na língua portuguesa.
Neste guia, você verá que os termos “que” e “quê” possuem diferentes usos gramaticais e seu emprego depende do contexto e da posição que ocupam na frase. O “que” é uma palavra átona, o que significa que não possui acento tônico. Ele é utilizado de diversas maneiras, podendo atuar como pronome relativo, conjunção, pronome interrogativo ou exclamativo, entre outras funções. Portanto, entender a diferença entre “que” e “quê” é essencial para usar cada termo corretamente em seus respectivos contextos gramaticais e posicionais na frase.
Leia também: O uso recorrente de determinadas expressões e suas confusões
É que ou quê? Veja o guia
Ambos os termos “que” e “quê” são gramaticalmente corretos, mas seus usos variam conforme o contexto. O “que” pode funcionar como pronome, conjunção, advérbio, partícula expletiva ou preposição. Já “quê” é usado principalmente no final de orações e pode ser classificado como interjeição ou substantivo. Portanto, apesar de ambos serem corretos, é importante saber diferenciá-los e utilizá-los de acordo com o contexto adequado.
Vamos resumir
Os termos “que” e “quê” são ambos corretos, mas têm usos distintos na língua portuguesa.
O “que” é um monossílabo átono, geralmente pronunciado como [ki]. Este termo pode desempenhar diversas funções gramaticais, atuando como pronome, conjunção, advérbio, partícula expletiva ou de realce, e até mesmo como preposição. Por outro lado, “quê” é um monossílabo tônico, o que justifica a presença do acento que marca sua pronúncia como [ke]. Este termo é frequentemente encontrado no final das orações e pode ser utilizado como interjeição ou substantivo. Dessa forma, embora ambos sejam corretos, é fundamental saber identificar e aplicar cada um conforme o contexto para garantir a correção gramatical e a clareza da comunicação.
Quais as diferenças?
O português é uma língua muito rica e versátil, e essa versatilidade é evidenciada pela palavra “que”. Esta palavra possui inúmeras classificações e desempenha diversas funções dependendo do contexto, do item ao qual se refere ou de sua posição na frase. Veja o que o guia tem a dizer!
Existem duas versões da palavra “que”: a átona (que) e a tônica (quê), sendo que esta última é usada em situações específicas. O termo “que” é um monossílabo átono porque, em muitos momentos, é pronunciado como [ki]. Por outro lado, “quê” é sempre pronunciado como [ke], o que o caracteriza como um monossílabo tônico. Para ilustrar essa diferença, observe os exemplos a seguir:
- Você está pensando em quê? [ke]
- Ela tem esse quê de ternura. [ke]
- Que lindo o seu filho! Cresceu tão rápido. [ki]
- É necessário que todos sejam devidamente recompensados. [ki]
O “que” pode introduzir uma pergunta, ligar informações de orações distintas, retomar um termo mencionado anteriormente, intensificar uma característica ou realçar um enunciado. Dessa maneira, o termo “que” pode ser classificado como pronome (interrogativo, indefinido e relativo), conjunção (coordenativa ou subordinativa), advérbio de intensidade, partícula expletiva (ou de realce), e preposição.
Por outro lado, a palavra “quê” (a forma tônica de “que”) pode ser usada para expressar espanto ou admiração, para substituir termos como “alguma coisa”, bem como no final de frases. Portanto, “quê” pode ser classificado como interjeição ou substantivo masculino.
Uso como advérbio
Quando utilizado como advérbio, o “que” tem a função de intensificar o sentido de um adjetivo ou de outro advérbio. Exemplos ilustram bem essa função:
- Que linda a sua jaqueta! Onde comprou?
- Que longe aquela cidade! Na próxima vez, viajaremos para Paraty.
- Que calor! Parece que tem um Sol para cada.
Uso como conjunção
No papel de conjunção, “que” pode conectar tanto orações coordenadas (independentes) quanto orações subordinadas (dependentes). Exemplos disso incluem:
- A felicidade é mais importante que o dinheiro. (comparação)
- Dize-me com quem andas, que te direi quem és. (adição)
- Velha que sou, só vou a festas se houver lugares para sentar. (causa)
- Choveu tanto que alagou o bairro todo. (consequência)
- Insistimos para que nos diga toda a verdade. (finalidade)
- Que eu saiba, eles se mudaram bem antes de a bebê nascer. (conformidade)
- Espere que a enfermeira já vai buscá-lo. (explicação)
Uso como preposição
O “que” também pode atuar como preposição, ligando dois verbos que formam uma locução verbal. Exemplos são:
- Temos que ser fortes. (Temos de ser fortes.)
- Há que se fazer uma nova proposta. (Há de se fazer uma nova proposta.)
- Pelo visto, há muito que se fazer nessa cidade. (Pelo visto, há muito a/para se fazer nessa cidade.)
Uso como pronome
Como pronome, “que” pode ser interrogativo, indefinido ou relativo:
- Pronome interrogativo: usado em perguntas diretas ou indiretas, semelhante a “qual” ou “qual coisa”.
- O que houve com a Julia?
- Que decisão vocês três tomaram?
- Pronome indefinido: acompanhado de um substantivo e, às vezes, equivalente a “quanto(a)”.
- Que raiva dessa mulher!
- Que projeto incrível! Mereceu a promoção.
- Pronome relativo: retoma um elemento da oração anterior, semelhante a “o(a) qual” e suas flexões.
- As nações que aderiram ao Programa assinarão um pacto mundial.
- Ei, olha aí! Esse é o livro de que falamos ontem.
Com as funções diversas expostas no guia, o “que” demonstra sua versatilidade e importância na língua portuguesa.