Humanismo na literatura: definição e características
Conheça os grandes pensadores e obras que moldaram esse movimento intelectual, e entenda como suas ideias continuam a ressoar até os dias de hoje.
O Humanismo na literatura representou um movimento de transição crucial entre a Idade Média e a Idade Moderna, situando-se especificamente entre o Trovadorismo e o Classicismo. Durante esse período, houve uma valorização significativa da cultura greco-latina e dos ideais que enalteciam o ser humano.
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As transformações sociais e econômicas da época impulsionaram uma nova forma de pensar na sociedade, resultando em uma produção artística renovada.
Humanismo na literatura
É um movimento cultural e intelectual que surgiu durante o Renascimento, principalmente nos séculos XIV e XV, na Europa. Ele se caracteriza pela valorização do ser humano, do seu potencial e da sua dignidade, em contraposição à visão teocêntrica predominante na Idade Média, que enfatizava a supremacia de Deus e da religião.
No contexto literário, o Humanismo promoveu uma ruptura com os padrões estilísticos e temáticos da época medieval, buscando inspiração nos ideais da Antiguidade Clássica, especialmente na cultura greco-latina. Os humanistas valorizavam a razão, o conhecimento, a educação e as artes, buscando resgatar os valores humanos e redescobrir as obras dos grandes pensadores da Antiguidade.
Além disso, o Humanismo na literatura contribuiu para o desenvolvimento de novas formas de expressão artística, como o soneto e o ensaio, e estimulou a produção de obras que refletiam sobre temas humanos, como a natureza humana, a moralidade, a política e o amor. Entre os principais representantes do Humanismo literário estão nomes como Dante Alighieri, Petrarca, Giovanni Boccaccio, Erasmo de Rotterdam e Thomas More.
Principais características
É caracterizado por diversas características que refletem a valorização do ser humano, a busca pelo conhecimento e a inspiração na cultura clássica. Algumas das principais características incluem:
Antropocentrismo
O Humanismo enfatiza a centralidade e a dignidade do ser humano, em contraste com a visão teocêntrica predominante na Idade Média.
Resgate da antiguidade clássica
Os humanistas buscavam redescobrir e valorizar os escritos e ideais da Grécia e Roma Antigas, considerando-os modelos de excelência intelectual e artística.
Valorização da razão e do conhecimento
O pensamento humanista valoriza a razão como meio de compreender o mundo e promover o progresso humano, estimulando o estudo das ciências, da filosofia e das artes.
Individualismo
Destaca a individualidade e a singularidade de cada ser humano, reconhecendo a sua capacidade de agência e autodeterminação.
Educação e cultura
Os humanistas defendiam a educação como instrumento essencial para o desenvolvimento pessoal e social, promovendo a formação integral do indivíduo e o acesso ao conhecimento.
Renovação literária
Promoveu uma ruptura com os padrões estilísticos e temáticos da Idade Média, introduzindo novas formas de expressão artística e explorando temas humanos como a natureza humana, a moralidade, a política e o amor.
Valorização da língua vernácula
Os humanistas defenderam o uso das línguas nacionais em detrimento do latim, buscando aproximar a literatura do público em geral e promover a identidade cultural de cada região.
Principais autores
Os mais famosos autores na literatura foram:
- Dante Alighieri (1265-1321);
- Francesco Petrarca (1304-1374);
- François Rabelais (1494-1553);
- Erasmo de Roterdã (1466-1536);
- Michel de Montaigne (1533-1592);
- Fernão Lopes (1385-1460);
- Gil Vicente (1465-1536);
- Giovanni Boccaccio (1313-1375);
- Thomas More (1478-1535).
Principais obras
Os mais conhecidos materiais produzidos foram:
- A divina comédia – poema de Dante Alighieri;
- Crônica de el-rei D. João I – crônica de Fernão Lopes;
- Manual do Cavaleiro Cristão – livro de Erasmo de Roterdã;
- Os Ensaios – livro de Michel de Montaigne;
- Gargantua e Pantagruel – livro de François Rabelais;
- Triunfos – poemas de Francesco Petrarca;
- Decamerão – narrativa de Giovanni Boccaccio;
- Auto da barca do inferno – teatro de Gil Vicente;
- Utopia – narrativa de Thomas More.
Essas obras, entre outras, destacam-se como exemplos significativos da produção literária do Humanismo, explorando uma variedade de temas e estilos que refletem os valores e ideais desse movimento intelectual.