Libras no Brasil: origem, gramática e estrutura; veja tudo
Descubra a fascinante Língua Brasileira de Sinais, uma língua visual-espacial completa e independente.
O que você sabe sobre Libras? O Dia Nacional do Surdo é celebrado no Brasil no dia 26 de setembro. Essa data foi escolhida em homenagem à fundação da primeira escola para surdos no país, o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), que foi criado em 26 de setembro de 1857. A celebração visa promover a conscientização sobre as questões e os direitos das pessoas surdas, além de valorizar a cultura surda e a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
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Libras: o que é?
É a língua de sinais utilizada pela comunidade surda no Brasil. Assim como outras línguas de sinais ao redor do mundo, a Libras é uma língua visual-espacial, ou seja, é composta por gestos, expressões faciais e movimentos corporais. É importante ressaltar que a Libras não é simplesmente uma representação da língua portuguesa em gestos, mas sim uma língua completa e independente, com sua própria gramática e estrutura linguística.
A Libras é reconhecida oficialmente como meio legal de comunicação e expressão no Brasil desde a Lei Federal nº 10.436, de 2002, e o Decreto Federal nº 5.626, de 2005, que regulamenta a sua utilização e estabelece diretrizes para o seu ensino. Isso significa que, de acordo com a legislação brasileira, as pessoas surdas têm o direito de utilizar a Libras em todos os contextos sociais, incluindo educação, saúde, trabalho e acesso a serviços públicos.
Assim como qualquer outra língua, a Libras possui um vocabulário rico e complexo, com variações regionais e dialetos. Além dos sinais manuais, a expressão facial e corporal desempenha um papel fundamental na comunicação em Libras, pois podem modificar completamente o significado de um sinal.
O reconhecimento e a valorização da Libras são fundamentais para promover a inclusão e a igualdade de oportunidades para a comunidade surda. Investir no ensino e na difusão da Libras não apenas facilita a comunicação entre surdos e ouvintes, mas também contribui para o respeito à diversidade linguística e cultural presente em nossa sociedade.
Os sinais e a comunicação
Esta é uma forma de comunicação que se baseia na coordenação de sinais padronizados para expressar ideias e informações. Ao contrário da linguagem oral, que depende da emissão de sons audíveis, a Libras é visual-espacial, utilizando gestos, expressões faciais e corporais para transmitir significados.
O alfabeto em Libras é formado por movimentos das mãos e pontos de articulação no corpo ou no espaço ao redor, dando a sensação de “escrever no ar” por meio de gestos codificados. Expressões faciais e corporais são frequentemente usadas, auxiliando na transmissão de ritmo e nuances do discurso.
Algumas características únicas da língua contribuem para sua compreensão rápida e dinâmica. Por exemplo, os verbos são sempre apresentados no infinitivo, e não há pronomes pessoais, sendo necessário apontar para indicar a pessoa referida. Isso torna a construção das frases mais objetiva e flexível, muitas vezes seguindo a ordem sujeito-verbo-objeto.
Além disso, para expressar números ordinais, a língua adapta os movimentos dos números cardinais, adicionando um leve tremor à mão enquanto apresenta o sinal numérico correspondente. Essas particularidades contribuem para a riqueza e eficiência da comunicação em Libras, possibilitando uma forma de expressão tão fluida e expressiva quanto a linguagem falada.
A língua é universal?
Não, a linguagem de sinais não é universal. Assim como as línguas faladas, existem várias línguas de sinais ao redor do mundo, cada uma com sua própria gramática, vocabulário e estrutura linguística.
Por exemplo, a Libras (Língua Brasileira de Sinais) é utilizada no Brasil, a American Sign Language (ASL) é usada nos Estados Unidos, a Língua Gestual Portuguesa (LGP) é usada em Portugal, entre outras.
Embora as línguas de sinais compartilhem alguns aspectos comuns devido à natureza visual-espacial da comunicação, como gestos e expressões faciais, elas são línguas distintas e não são mutuamente compreensíveis. Isso significa que uma pessoa que fala Libras não necessariamente entenderá a ASL ou qualquer outra língua de sinais, a menos que tenha aprendido especificamente aquela língua de sinais.