Literatura africana – origem, autores e características

Descubra como essa tradição literária reflete a cultura, a história e as lutas do continente africano.

A literatura africana de expressão portuguesa é caracterizada por sua diversidade e pode ser dividida em três fases principais: o período de colonização, que reflete a forte influência cultural europeia; a fase pré-independência, marcada pelo sentimento anticolonialista; e o período pós-independência, no qual há uma valorização da cultura africana. Até o século XIX, a produção literária africana era majoritariamente oral. Atualmente, o continente é representado por autores renomados, como o moçambicano Mia Couto.

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Literatura africana

  • Expressão portuguesa pode ser dividida em três fases principais.
  • O primeiro, durante a colonização, reflete fortes influências da cultura europeia.
  • No período pré-independência, a temática anticolonialista ganha destaque.
  • Já no período pós-independência, observa-se uma crescente valorização da cultura africana.
  • Entre os grandes nomes dessa literatura, destacam-se Mia Couto, Paulina Chiziane e Pepetela.

O vasto território africano abriga uma rica diversidade cultural, e essa pluralidade reflete-se nas produções literárias de cada país do continente. Apesar das peculiaridades de cada nação, os países que foram colonizados por Portugal compartilham uma trajetória histórica bastante semelhante, marcada pela colonização e pelas lutas por independência. Esses acontecimentos deixaram uma forte influência na formação da literatura africana de expressão portuguesa, como é destacado no quadro a seguir.

Período Características
Colonização
  • marcas da cultura europeia;
  • valorização de elementos clássicos;
  • expressão de costumes africanos, rigor formal.
Pré-independência
  • crítica social;
  • caráter nacionalista;
  • valorização da identidade negra e da cultura popular;
  • elementos folclóricos;
  • anticolonialismo;
  • traços modernistas.
Pós-independência
  • enaltecimento da cultura africana;
  • valorização de elementos ancestrais;
  • destaque para os diversos idiomas africanos e para a oralidade;
  • foco em problemas raciais;
  • discurso feminista;
  • nacionalismo;
  • experimentação;
  • temática universal.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: quatro do Portugues.com.br

Principais autores

  • José da Silva Maia Ferreira (1827-1881) — angolano;
  • Caetano da Costa Alegre (1864-1890) — santomense;
  • Antônio de Assis Júnior (1887-1960) — angolano;
  • Jorge Barbosa (1902-1971) — cabo-verdiano;
  • Baltasar Lopes (1907-1989) — cabo-verdiano;
  • Manuel Lopes (1907-2005) — cabo-verdiano;
  • Rui de Noronha (1909-1943) — moçambicano;
  • Oscar Ribas (1909-2004) — angolano;
  • Orlando Mendes (1916-1990) — moçambicano;
  • Castro Soromenho (1919-1968) — angolano;
  • Francisco José Tenreiro (1921-1963) — santomense;
  • Agostinho Neto (1922-1979) — angolano;
  • José Craveirinha (1922-2003) — moçambicano;
  • António Jacinto (1924-1991) — angolano;
  • Orlanda Amarílis (1924-2014) — cabo-verdiana;
  • Noémia de Sousa (1926-2002) — moçambicana;
  • Alda do Espírito Santo (1926-2010) — santomense;
  • Viriato da Cruz (1928-1973) — angolano;
  • Marcelino dos Santos (1929-2020) — moçambicano;
  • Alda Lara (1930-1962) — angolana;
  • Rui Knopfli (1932-1997) — moçambicano.

Obras da literatura africana

  • “Espontaneidades da minha alma” (1849), do angolano José da Silva Maia Ferreira.
  • “Versos” (1916), do santomense Caetano da Costa Alegre.
  • “O segredo da morta” (1935), do angolano Antônio de Assis Júnior.
  • “Arquipélago” (1935), do cabo-verdiano Jorge Barbosa.
  • “Ilha de nome santo” (1942), do santomense Francisco José Tenreiro.
  • “Sonetos” (1946), do moçambicano Rui de Noronha.
  • “Chiquinho” (1947), do cabo-verdiano Baltasar Lopes.
  • “Terra morta” (1949), do angolano Castro Soromenho.
  • “Uanga” (1951), do angolano Oscar Ribas.
  • “O país dos outros” (1959), do moçambicano Rui Knopfli.
  • “Os flagelados do vento leste” (1960), do cabo-verdiano Manuel Lopes.
  • “Chingufo” (1961), do angolano Mário António.
  • “Poemas” (1961), do angolano Agostinho Neto.
  • “Poemas” (1961), do angolano António Jacinto.
  • “Hora grande” (1962), do cabo-verdiano Onésimo Silveira.
  • “Nós matamos o cão-tinhoso” (1964), do moçambicano Luís Bernardo Honwana.
  • “Portagem” (1966), do moçambicano Orlando Mendes.
  • “A onda” (1973), do angolano Manuel Rui.
  • “Poemas” (1974), do angolano Viriato da Cruz.
  • “Karingana ua karingana” (1974), do moçambicano José Craveirinha.
  • “Pão & fonema” (1975), do cabo-verdiano Corsino Fortes.
  • “Do canto à idade” (1977), do angolano David Mestre.
  • “Dizanga Dia Muenhu” (1977), do angolano Boaventura Cardoso.
  • “É nosso o solo sagrado da terra” (1978), da santomense Alda do Espírito Santo.
  • “Poesia” (1979), da angolana Alda Lara.
  • “Nzoji” (1979), do angolano Arlindo Barbeitos.
  • “Mayombe” (1979), do angolano Pepetela.
  • “Ilhéu dos pássaros” (1983), da cabo-verdiana Orlanda Amarílis.
  • “Canto do amor natural” (1987), do moçambicano Marcelino dos Santos.
  • “Novelo de chamas” (1989), do moçambicano Jorge Viegas.
  • “O regresso do morto” (1989), do moçambicano Suleiman Cassamo.
  • “País de mim” (1990), do moçambicano Eduardo White.

Literatura no Brasil

Os laços culturais que conectam o Brasil aos países africanos de língua portuguesa tornam essencial o estudo da literatura africana e a análise de suas obras em nosso país. Desde 2003, a legislação brasileira determina que as escolas de ensino fundamental e médio devem incluir, em seu currículo, conteúdos relacionados à história e à cultura afro-brasileira.

Ao abordar a cultura afro-brasileira, estamos também nos referindo à literatura africana, assim como à literatura brasileira que reconhece e valoriza a influência africana em nossa formação cultural. Portanto, tanto alunos de escolas públicas quanto particulares devem ser expostos a obras de autores africanos, além das de escritores afro-brasileiros.

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