Literatura de cordel: autores, suas obras e características
Descubra a rica tradição da literatura de cordel brasileira e suas principais obras.
A literatura de cordel é uma forma tradicional de expressão artística popular no Brasil, especialmente no Nordeste do país. Ela consiste na criação e recitação de poemas, geralmente escritos em versos rimados, impressos em pequenos folhetos de papel, chamados de “cordéis” devido ao costume de pendurá-los em cordas para venda.
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Origem da literatura de cordel
A origem da literatura de cordel remonta ao século XVI, com a chegada da imprensa ao Brasil colonial; no entanto, suas raízes são ainda mais antigas e podem ser traçadas até formas de poesia trazidas pelos colonizadores portugueses. Isso, sem falar das influências das tradições árabes e ibéricas.
O termo “cordel” deriva da prática de pendurar os folhetos impressos em cordas/barbantes para venda em feiras e mercados. Inicialmente, esses folhetos eram produzidos em folhas soltas ou cadernos, mas a prática de encaderná-los em pequenos livros veio um pouco mais tarde.
No Nordeste, onde a literatura de cordel se desenvolveu de forma mais proeminente, influências culturais indígenas e africanas também desempenharam um papel na sua formação, contribuindo para a diversidade de temas e estilos presentes nos cordéis.
Ao longo dos séculos, a literatura de cordel evoluiu como uma forma de expressão artística popular, transmitindo histórias, lendas, notícias e valores culturais de geração em geração. Apesar das mudanças tecnológicas e sociais, a literatura de cordel ainda é apreciada e praticada em muitas regiões do Brasil, preservando suas tradições e contribuindo para a riqueza da cultura brasileira.
Temas mais usados
Os temas dos cordéis abrangem uma ampla variedade de assuntos, desde histórias de amor e aventura até críticas sociais, contos folclóricos, lendas e até notícias locais. Muitas vezes, esses poemas são acompanhados de ilustrações.
Características do cordel
A literatura de cordel possui várias características distintivas que a tornam uma forma única de expressão artística. Algumas delas características incluem:
Versificação em forma de verso
Os cordéis são escritos predominantemente em forma de verso, muitas vezes utilizando métricas simples como o decassílabo ou o heptassílabo. A rima é uma característica comum, embora nem todos eles rimem.
Tema variado
Os temas abordados são diversificados, incluindo histórias de amor, aventura, religião, folclore, crítica social, eventos históricos e até mesmo notícias contemporâneas. A vasta gama de temas reflete a rica tradição oral e cultural do Brasil.
Narrativa oral
Muitos foram originalmente concebidos para serem recitados oralmente, o que influencia a estrutura e o ritmo da narrativa. Eles frequentemente seguem uma estrutura narrativa linear, com início, meio e fim bem definidos.
Ilustrações simples
Vários cordéis são acompanhados por ilustrações simples, geralmente feitas à mão, que ajudam a visualizar a história ou os personagens. Essas ilustrações são frequentemente coloridas e adicionam um elemento visual à experiência da leitura.
Acessibilidade
Os cordéis são tradicionalmente impressos em folhas de papel barato e são vendidos a preços acessíveis, o que os torna amplamente disponíveis para pessoas de diversas classes sociais. Essa acessibilidade contribui para a disseminação da literatura de cordel entre as comunidades.
Transmissão oral e escrita
Embora muitos cordéis sejam lidos, eles têm suas raízes na tradição oral, com cordelistas recitando suas histórias em praças públicas, feiras e eventos culturais. Essa combinação de transmissão oral e escrita ajuda a preservar e disseminar a tradição dos cordéis ao longo do tempo.
Principais obras
- “Antologia da literatura de cordel”, de Sebastião Nunes Batista;
- “O flautista misterioso e os ratos de Hamelin”, de Braulio Tavares;
- “A mulher roubada”, de Leandro Gomes de Barros;
- “A chegada de Lampião no céu”, de Rodolfo Coelho Cavalcante;
- “Cordel”, de Patativa do Assaré;
- “Desafios de cordel”, de César Obeid;
- “Antologia do cordel brasileiro”, de Marco Haurélio;
- “Colcha de retalhos”, de Moreira de Acopiara;
- “Mitos e lendas do Brasil em cordel”, de Nireuda Longobardi.