Dúvidas de Português: “mão de obra” ou “mão-de-obra”?
A grafia correta é com ou sem hífen?
A língua portuguesa está em constante evolução, e um dos principais desafios para quem a utiliza, seja em contextos formais ou informais, é se adaptar às mudanças de regras ortográficas. Um dos exemplos mais comuns de dúvida é sobre o uso do termo “mão de obra” ou “mão-de-obra”. Afinal, qual é a forma correta?
A origem da confusão: hífen ou não?
A dúvida sobre o uso correto de “mão de obra” ou “mão-de-obra” está diretamente relacionada à forma como as palavras compostas são estruturadas em português. Durante muito tempo, era comum encontrar a expressão escrita com hífen, como “mão-de-obra”. No entanto, as regras ortográficas passaram por atualizações, e uma das mudanças mais significativas ocorreu com o Acordo Ortográfico de 1990, que trouxe novas diretrizes sobre o uso do hífen.
Qual é o certo: “mão de obra” ou “mão-de-obra”?
A forma correta de se escrever, segundo a nova regra ortográfica, é mão de obra, sem hífen. Isso significa que a grafia “mão-de-obra” está incorreta e deve ser evitada em textos formais e oficiais.
O que significa o termo?
O termo “mão de obra” refere-se ao conjunto de trabalhadores, ou seja, à força de trabalho disponível para realizar determinada atividade. É utilizado em contextos econômicos, empresariais e profissionais, para se referir tanto à quantidade quanto à qualidade de trabalhadores disponíveis para realizar um serviço ou tarefa.
Por exemplo, quando dizemos que “a mão de obra é qualificada”, estamos afirmando que os trabalhadores possuem as habilidades necessárias para desempenhar suas funções de maneira eficiente. Da mesma forma, a expressão “mão de obra barata” refere-se a trabalhadores que são pagos com salários mais baixos em comparação a outros contextos.
Exemplos de uso de “mão de obra” em frases:
- A empresa contratou mão de obra especializada para o projeto.
- A construção atrasou devido à falta de mão de obra qualificada.
- O custo da mão de obra subiu consideravelmente nos últimos anos.
Por que “mão de obra” não leva mais hífen?
Segundo o Acordo Ortográfico de 1990, o uso do hífen foi modificado em várias expressões compostas. Uma das principais alterações diz respeito às locuções, ou seja, grupos de palavras que, juntas, formam uma única ideia. No caso de “mão de obra”, temos uma locução substantiva, onde “mão” e “obra” são ligados por uma preposição (de).
De acordo com as novas regras, não se utiliza mais o hífen em locuções formadas por substantivo, adjetivo, verbo ou advérbio ligadas por preposição. Isso significa que expressões como “mão de obra”, que são formadas por um substantivo (“mão”), seguido de uma preposição (“de”) e outro substantivo (“obra”), não precisam mais do hífen para serem corretamente escritas.
Outros exemplos de expressões sem hífen:
Assim como “mão de obra”, existem várias outras expressões em português que, de acordo com as novas regras, não levam mais o hífen. Confira alguns exemplos:
- Lua de mel (não mais “lua-de-mel”)
- Fim de semana (não mais “fim-de-semana”)
- Dona de casa (não mais “dona-de-casa”)
- Faz de conta (não mais “faz-de-conta”)
- Dia a dia (não mais “dia-a-dia”)
- Sala de jantar (não mais “sala-de-jantar”)
- Quartas de final (não mais “quartas-de-final”)
- Boca de urna (não mais “boca-de-urna”)
- Café com leite (não mais “café-com-leite”)
- Queda de braço (não mais “queda-de-braço”)
- Cão de guarda (não mais “cão-de-guarda”)
- Pai de santo (não mais “pai-de-santo”)
Quando o hífen é usado em palavras compostas?
Embora muitas locuções não utilizem mais o hífen, ainda existem casos em que ele é necessário. Algumas regras gerais sobre o uso do hífen incluem:
- Palavras compostas sem preposição: O hífen continua sendo usado em palavras compostas que não possuem uma preposição entre os termos, como “guarda-chuva”, “para-brisa”, “porta-retrato” e “beija-flor”.
- Palavras compostas com termos repetidos: Quando a composição é formada por dois termos repetidos, como “tique-taque”, “pingue-pongue” e “reco-reco”, o hífen permanece.
- Palavras formadas por prefixos: Em palavras compostas formadas por prefixos, o uso do hífen depende da letra que inicia o segundo termo. Por exemplo, o hífen é usado em palavras como “anti-inflamatório” (prefixo “anti-” seguido de vogal) e “sub-bibliotecário” (prefixo “sub-” seguido de consoante). No entanto, não se usa o hífen em palavras como “antibiótico” (prefixo “anti-” seguido de consoante diferente de “h”).
Essas regras fazem parte de uma série de mudanças ortográficas introduzidas com o Acordo Ortográfico, e é importante conhecê-las para utilizar a língua portuguesa de forma adequada.