Metonímia sem erro – definição, exemplos e tipos
Descubra os diferentes tipos dessa figura de linguagem que substitui termos de maneira inteligente e figurada.
A metonímia é uma figura de linguagem que consiste em substituir um termo por outro com o qual mantém algum tipo de relação de sentido. Essa troca pode ocorrer de várias formas, como parte representando o todo, uma característica substituindo a espécie, o singular pelo plural, a matéria pelo objeto, ou o indivíduo pela classe.
Outras substituições comuns incluem o autor pela obra, o possuidor pelo objeto possuído, o lugar pelo produto associado, o efeito pela causa, o continente pelo conteúdo, o instrumento pelo agente, e até o concreto pelo abstrato.
Metonímia sem erro
A metáfora é uma figura de linguagem que envolve uma comparação implícita entre dois elementos, sem o uso de conectivos explícitos como “como” ou “tal qual”, diferenciando-se assim da metonímia. Na metáfora, um termo é substituído por outro com o qual possui alguma semelhança de sentido, criando uma associação indireta.
Por outro lado, a sinédoque pode ser considerada um tipo específico de metonímia, em que a substituição entre os termos se baseia na relação de extensão ou inclusão. Nesse caso, há uma troca de um elemento por outro que faz parte de um mesmo conjunto ou contexto, como ao referir-se à “parte pelo todo” ou ao “todo pela parte”.
Um exemplo clássico de sinédoque seria o uso de “braços” para se referir aos trabalhadores, enquanto a metonímia tradicional inclui trocas que seguem uma lógica de contiguidade, como substituir o nome de um autor por sua obra. Assim, enquanto a metáfora se apoia na analogia e na similaridade de sentidos, a sinédoque envolve uma relação de representatividade ou inclusão de um elemento dentro de outro.
Ela é uma figura que envolve a substituição de uma palavra ou expressão por outra que possui uma relação direta ou de proximidade com o termo original. Essa troca é baseada em uma conexão entre os conceitos, como parte pelo todo, autor pela obra, ou objeto pelo conteúdo.
Podemos identificar o uso da metonímia nos seguintes exemplos:
- O fazendeiro precisava de muitos braços para o trabalho daquela semana.
(O fazendeiro precisava de muitas pessoas para o trabalho naquela semana.) - Assistimos a um Godard hoje.
(Assistimos a um filme dirigido por Jean-Luc Godard hoje.) - Em muitas ocupações, a mulher ainda ganha menos do que o homem.
(Em muitas ocupações, as mulheres ainda ganham menos do que os homens.) - Vou ao barbeiro uma vez por mês.
(Vou à barbearia uma vez por mês.)
Esses exemplos demonstram como a metonímia substitui um termo por outro com base em uma relação de sentido, facilitando a comunicação por meio da associação de ideias.
Há tipos diferentes
A substituição de termos por outros pode ocorrer de diversas maneiras, criando diferentes tipos de relações semânticas. Veja alguns exemplos:
Parte pelo todo: “Descobriu que Pedro é um coração amargo e cheio de maldade.” (Refere-se a Pedro como uma pessoa amarga e cheia de maldade, usando o “coração” como parte representativa de sua personalidade.)
Autor pela obra: “Li Machado de Assis, pela primeira vez, aos 15 anos de idade.” (O autor, Machado de Assis, é usado para representar sua obra, ou seja, um livro de sua autoria lido aos 15 anos.)
Possuidor pelo possuído: “João sabe que vou ao cabeleireiro todas as quintas-feiras, mas disse que não avisei aonde ia.” (Usa-se “cabeleireiro”, o possuidor, para referir-se ao estabelecimento, o salão de beleza.)
Lugar pelo produto: “Maria não gostava de champanhe, ela preferia cerveja.” (Nesse caso, “champanhe” representa o vinho espumante produzido na região de Champagne, na França.)
Concreto pelo abstrato: “Use a cabeça e pare de depender dos outros.” (Aqui, “cabeça” simboliza a inteligência, ou a capacidade de raciocínio.)
Efeito pela causa: “O bebê aspirou a vida pela primeira vez.” (“Vida” é usada no lugar de “oxigênio”, a causa que sustenta a vida.)
Inventor pelo invento: “Amanda e Rodolfo compraram uma Ferrari.” (Aqui, “Ferrari” representa o carro criado pela marca fundada por Enzo Ferrari.)
Qualidade pela espécie: “Os imortais do Olimpo foram adorados pelos gregos.” (“Imortais” é usado para se referir aos deuses do Olimpo, uma espécie específica de seres mitológicos.)
Matéria pelo objeto: “Encha a lata, Dionísio, e não desperdice nenhuma gota de água.” (“Lata” representa o recipiente em que a água será colocada.)
Indivíduo pela classe: “Hoje nasceu mais um Van Gogh.” (O nome “Van Gogh” é usado para referir-se a um pintor ou artista, simbolizando a classe a que pertence.)
Esses exemplos mostram como a metonímia cria um sentido figurado, substituindo um termo por outro que tem uma relação direta ou indireta com o original, enriquecendo o discurso e criando novas formas de expressão.
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