Mitos sobre funcionalismo público
Quando pensamos em uma carreira estável, segura e com diversos benefícios, a maioria das pessoas pensa em “Funcionalismo Público”. Isso porque servidores públicos, de fato¸ têm uma estrutura de regime de trabalho diferenciada – e pouco compreendida.
A principal estrutura é quanto à estabilidade. O mito vigente fala que servidores públicos não podem ser demitidos. Mas será que a questão não é nos perguntarmos por que empresas privadas demitem com tanta facilidade?
Outro mito é no que se refere à qualidade do trabalho. Será que o serviço público seria ineficiente, se a população fizesse uma cobrança maior pela melhoria deles, junto aos gestores?
Esses são dois mitos mais comuns, sobre o serviço público. Veja outras mentiras (e verdades) sobre o funcionalismo, nosso artigo, e pense bem antes de fazer um concurso.
1. Altos salários
O primeiro mito é relativo aos salários. Uma pequena parcela dos funcionários públicos concursados têm, de fato, salários que ultrapassam os 10 mil reais.
Portais de transparência, como o observatório do governo federal, mostram que a maior parte dos salários de servidores federais é em torno de 5 mil reais.
Claro que o valor é bem mais do que um salário mínimo. Mas é equiparado ao salário de um profissional de nível superior, de empresa privada (dados de 2018, da revista Exame).
Ou seja, ser funcionário público não é garantia de uma remuneração maior.
2. Auxílios
Outro mito. Apenas algumas categorias de funcionários públicos têm uma enorme quantidade de auxílios – na maior parte, são funcionários de alto escalão de instâncias jurídicas.
Servidores de outras áreas têm os mesmos benefícios que servidores de empresas particulares: auxilio transporte e vale-alimentação.
Servidores que sejam designados a mudarem sua residência podem receber auxilio moradia. Mas não é uma situação comum.
Quanto à saúde, há os hospitais de servidores públicos, na maioria dos estados. Algo diferente de empresas, que eventualmente pagam apólices em instituições particulares renovadas.
3. Muitos servidores, pouco trabalho
Embora o número de funcionários públicos tenha aumentado mais de 100% desde 1986, a população brasileira também passou por um salto enorme.
Dados de 2010 mostram que o Brasil tinha 190 milhões de habitantes. Ou seja, o contingente de trabalhadores públicos precisou aumentar.
Isso não significou um aumento de eficiência, devido a fatores como falta de estímulo ao aprimoramento profissional, sobrecarga de trabalho, condições precárias, excesso de burocracias e afins.
Ou seja: há muitos servidores, mas muito mais demandas, também.
4. Funcionários públicos não podem ser demitidos
Da mesma forma que um funcionário de empresa privada, o servidor público pode – sim, ser demitido, mas nesse caso, apenas se ele tiver cometido um ato grave.
A estabilidade do servidor é devido ao pressuposto da Constituição brasileira: que o Estado deve fornecer serviços essenciais básicos à população.
Logo, os critérios avaliativos são bem objetivos. Assim, um servidor não pode ser desligado se a chefia direta “não gostar” dele, como ocorre em empresas privadas.
Os problemas não são os critério de empresas públicas – mas a cultura empresarial de empresas privada.