O diminutivo – como se forma, saiba reconhecer e veja exemplos
Aprenda a reconhecê-lo, veja exemplos práticos e entenda suas diferentes funções na comunicação.

O diminutivo é uma forma gramatical utilizada para indicar redução de tamanho, intensidade ou até mesmo transmitir afeto, ironia e outros sentidos subjetivos. Ele pode ser formado por meio da adição de sufixos específicos, como -inho e -zinho, sendo amplamente empregado na língua portuguesa.
Leia também: Caio Fernando Abreu – quem é e contribuição à literatura
Saber reconhecer e utilizar corretamente o diminutivo pode enriquecer a comunicação e tornar a fala ou a escrita mais expressiva. Aqui, você vai entender como essa formação acontece, identificar suas principais características e conferir exemplos práticos de seu uso no dia a dia.
O conhecido diminutivo
O diminutivo é um recurso linguístico que altera a forma das palavras para indicar redução de tamanho, intensidade ou até mesmo transmitir diferentes emoções, como carinho, desprezo ou ironia. Na língua portuguesa, ele é comumente utilizado em substantivos, adjetivos e advérbios, sendo amplamente empregado tanto na linguagem formal quanto na coloquial. Sua presença é marcante no dia a dia, aparecendo em nomes próprios, objetos, situações e até mesmo expressões afetuosas ou pejorativas.
Resumo sobre o assunto
-
É um grau dos substantivos, adjetivos e advérbios.
-
Indica redução de tamanho ou intensidade.
-
Pode expressar afetividade, desprezo ou ironia, dependendo do contexto.
-
É formado, principalmente, pelos sufixos -inho e -zinho.
-
Difere do aumentativo, que sugere ampliação ou intensificação.
-
Nomes próprios muitas vezes possuem formas diminutivas carinhosas, usadas como apelidos.
O que é o diminutivo?
É uma forma derivada das palavras que pode ser aplicada a substantivos, adjetivos e advérbios para indicar algo pequeno ou reduzido em tamanho, quantidade ou importância; no entanto, seu uso vai além da literalidade: na linguagem figurada, ele pode expressar proximidade, ternura, menosprezo ou ironia, dependendo do tom e da intenção de quem fala.
Exemplo 1 – Uso afetivo do diminutivo
- Estou esperando o meu irmão.
- Estou esperando o meu irmãozinho.
A inclusão do sufixo -zinho na palavra “irmão” pode sugerir que ele é mais jovem, menor fisicamente ou simplesmente querido pela pessoa que fala.
Exemplo 2 – Uso irônico ou depreciativo
- Você não passa de um filhinho da mamãe!
Neste caso, o diminutivo filhinho carrega um tom pejorativo, sugerindo que a pessoa é mimada ou excessivamente dependente dos pais. Ele, portanto, não serve apenas para indicar redução, mas também para imprimir nuances emocionais e estilísticas ao discurso. Seu uso estratégico pode enriquecer a comunicação, tornando-a mais expressiva e persuasiva.
Os tipos e suas formações
O diminutivo na língua portuguesa pode ser classificado em duas formas principais, dependendo de como é construído dentro de uma palavra ou expressão. Ele pode ocorrer de maneira sintética, por meio da adição de sufixos específicos, ou de forma analítica, quando um adjetivo ou advérbio é utilizado para indicar redução de tamanho, intensidade ou quantidade.
1. Grau diminutivo sintético
Essa forma de diminutivo ocorre quando a palavra original recebe um sufixo que altera sua estrutura, conferindo-lhe a ideia de pequenez, delicadeza ou afetividade. Os sufixos mais comuns para essa formação são -inho e -zinho, amplamente utilizados no português falado e escrito. Veja alguns exemplos práticos:
-
pato → patinho
-
comida → comidinha
-
grão → grãozinho
-
mão → mãozinha
Os sufixos são adicionados respeitando algumas regras ortográficas. Por exemplo, quando a palavra termina em vogal tônica, geralmente utiliza-se -zinho (como em “café” → “cafezinho”). Já para palavras terminadas em consoantes ou em vogais átonas, o sufixo mais frequente é -inho (como em “bolo” → “bolinho”).
2. Grau diminutivo analítico
Diferente do sintético, o diminutivo analítico não altera a estrutura da palavra original. Em vez disso, ele utiliza um termo adicional, geralmente um adjetivo ou advérbio, que expressa a ideia de diminuição. Essa forma é bastante comum tanto na linguagem formal quanto na cotidiana. Veja alguns exemplos:
-
pato → pato pequeno
-
casa → casa modesta
-
grão → grão miúdo
-
mão → mão minúscula
Nesse caso, a redução de tamanho ou intensidade depende diretamente do significado do adjetivo ou advérbio utilizado. Além de “pequeno” e “miúdo”, outros termos como “curto”, “estreito”, “baixinho” e “ligeiro” também podem ser empregados para expressar a ideia de diminutivo.
Lista dos mais comuns
Grande parte dos diminutivos na língua portuguesa segue um padrão previsível: o radical da palavra é preservado e um dos sufixos diminutivos é adicionado. Confira alguns exemplos com substantivos e adjetivos:
-
abelha → abelhinha
-
banana → bananinha
-
barco → barquinho
-
bonito → bonitinho
-
cachorro → cachorrinho
-
cadeira → cadeirinha
-
carro → carrinho
-
esperto → espertinho
-
estrela → estrelinha
-
garrafa → garrafinha
-
gato → gatinho
-
homem → homenzinho
-
moça → mocinha
-
mulher → mulherzinha
-
palavra → palavrinha
-
pássaro → passarinho
-
peixe → peixinho
-
porta → portinha
-
roupa → roupinha
-
tatu → tatuzinho
Entretanto, nem todos os diminutivos seguem a mesma estrutura com -inho ou -zinho. Algumas palavras possuem formas diminutivas com sufixos distintos. Veja alguns exemplos:
-
anel → anelito
-
árvore → arbusto
-
burro → burrico
-
casa → casebre
-
corpo → corpúsculo
-
dente → dentículo
-
filho → filhote
-
fita → fitilho
-
fogo → fogacho
-
língua → lingueta
-
livro → livreto
-
obra → opúsculo
-
palácio → palacete
-
poema → poemeto
-
raiz → radícula
-
rapaz → rapazote
-
rio → riacho / ribeiro / regato
-
rua → ruela
-
saia → saiote
-
verso → versículo
Uso e variações
Muitos dos substantivos listados acima também podem apresentar uma versão diminutiva com os sufixos -inho ou -zinho, como acontece com casinha (de casa), filhinho (de filho) e sainha (de saia); no entanto, algumas palavras, como anelzinho (de anel) ou livrinho (de livro), ainda não são reconhecidas oficialmente por todos os dicionários e gramáticas normativas. Apesar disso, seu uso é comum na linguagem coloquial, devendo-se evitar em textos formais.
Diminutivos de nomes próprios
O uso do diminutivo em nomes próprios é um recurso afetivo e serve para expressar carinho, proximidade e até intimidade. Assim como nos substantivos comuns, os nomes podem receber os sufixos -inho e -inha ou -zinho e -zinha. Veja alguns exemplos:
-
Ana → Aninha
-
Carlos → Carlinhos
-
Fernando → Fernandinho
-
João → Joãozinho
-
Rita → Ritinha
Além dessas formas, há ainda o truncamento, que ocorre quando apenas uma parte do nome é utilizada para formar apelidos. Embora nem sempre sejam diminutivos no sentido gramatical, eles cumprem a mesma função de indicar proximidade e afeto. Alguns exemplos incluem:
-
Beatriz → Bia
-
Gabriela → Gabi
-
Guilherme → Gui / Guigui
-
José → Zé
-
Marina → Nina
-
Roberto → Beto
-
Viviana → Vi / Vivi
Essas formas são muito comuns no dia a dia e, em muitos casos, acabam sendo mais utilizadas do que os próprios nomes completos.