O que é a Gestalt-terapia?
Uma das linhas da psicologia de trabalho mais humanista é a Gestalt-terapia, ou simplesmente Gestalt, uma das primeiras correntes mais focadas na figura humana, do que no seu inconsciente.
Falando dessa forma, parece algo contraditório. Mas não é, e vale dizermos, aqui a gente vai fazer um resumo gigantesco, e para você saber mais e com mais profundidade, o primeiro passo é estudar.
Aqui, o foco do trabalho do terapeuta é o paciente, e mais do que isso, o paciente enquanto ser único, atravessado por diversas questões.
Para entender melhor, continue aqui no nosso artigo.
Perls: o fundador
Primeiro, é preciso dizermos: Gestalt é uma palavra alemã traduzida livremente como “forma total”, e é usado também em Teorias Estéticas. Aqui falaremos de Gestalt-Terapia.
fundador da Gestalt foi Fritz Perls (1893 –1970), psiquiatra alemão de vida contundente e formação singular, profundamente marcada pelo seu interesse em Artes e Filosofia.
Tendo sido influenciado por Reich (1897-1957), Perls começou como psicanalista, mas teve discordâncias profundas em relação a alguns princípios-base dessa área e, após a II Guerra, começou a trazer um enfoque quase-esotérico.
No Brasil, a Gestalt foi introduzida pela terapeuta holandesa Therese Amelie Tellegen (1927-1988), a partir dos anos 70.
Porém, é valido lembrarmos: a Gestalt não é um principio esotérico e sim uma linha da Psicologia ainda muito estudada em universidades do mundo todo!
Gestalt: o “eu agora”
É importante ressaltarmos que a Gestalt é uma linha de Psicologia, porque alguns de seus críticos apontam para esse principio dela: o de colocar a forma como o paciente entende os acontecimentos de sua vida, mais do que a interpretação dos acontecimentos dela.
Isso se reflete também, na forma como o terapeuta se posiciona. Ele precisa considerar sua individualidade, na hora de auxiliar o paciente, em seu tratamento.
Essa maneira de encarar o mundo, por meio de um “eu agora” encontrou ecos na contracultura dos anos 60, especialmente entre o movimento hippie, que buscava questionar relações de poder.
Essa perspectiva fez com que a Gestalt pudesse trabalhada, a partir de uma abordagem de teor mais político, também.
Isso também é um diferencial, no que se refere à maneira como acontece a relação paciente-clínico: trata-se de um intercâmbio de experiências e vivências, mais do que uma orientação e análise interpretativa.
Nesse sentido a Gestalt trata, bastante, sobre consciência e responsabilidade.
Terapias corporais
Essa perspectiva permite que o terapeuta use abordagens, inclusive, corporais. Terapias tradicionais costumam envolver diálogos, e questionamentos sobre aspectos simbólicos trazidos pelas falas do paciente.
Isso também acontece na Gestalt. Mas a sessão, nesses casos, não se resume a isso. O terapeuta pode incentivar o paciente a trabalhar e perceber aspectos físicos.
O terapeuta gestaltiano pode solicitar que o paciente descreva gestos faciais ou corporais dos envolvidos, pode pedir que o paciente se utilize de psicodrama (um dos exercícios mais famosos em Gestalt é o da “Poltrona vazia”)…
Além disso, a Gestalt-terapia pode se utilizar de recursos de artetepia, como maneira de trabalhar emoções, episódios e traumas.