O que é o marketing do absurdo?
Uma das estratégias de marketing mais controversas que existe é a do marketing do absurdo, uma forma de Buzz Marketing (ou seja, “marketing do zumbido” em uma tradução livre). Trata-se de uma estratégia de marketing orgânico, que nas redes sociais tem um apelo e potência enorme.
Quando nos referimos a uma campanha orgânica, estamos querendo falar sobre o marketing que investe pouco, mas gera imensos resultados. No mundo contemporâneo, dominado muito mais por redes sociais e apps de vídeos, ele se traduz como trends, filtros e influenciamento de pessoas.
O “marketing de zumbido”
Esse compartilhamento é a essência do buzz marketing. As pessoas “falam sobre”, em diversas plataformas, e por várias mídias.
Podemos identificar esse formato de campanha, na própria estrutura de redes socias como o TikTok ou o site BuzzFeed.
Com certeza você já viu o caso de uma pessoa famosa – ou não, mas com pessoas famosas o impacto é ainda maior – faz alguma ação comovente, ou impactante e o público começa a compartilhar, reagir e comentar (fazem um “zumbido” em torno da notícia).
A empresa que promoveu a ação torna-se conhecida, a marca cria um apelo entre consumidores identificados com aquele nicho, sua imagem é agregada a valores diversos.
“Falem mal, mas falem de mim”
O marketing do absurdo age da mesma maneira. Contudo, nesse caso, o que motiva as pessoas não é um sentimento positivo – mas indignação e raiva. O marketing do absurdo vai nesse sentido.
A notícia, fala ou gesto é absurdo, algo que sai dos padrões de consumo, ou que quebra com a lógica vigente, sobre algo. Porém, a empresa associada a ela começa a ser comentada, discutida e conhecida. É o famoso “Falem mal, mas falem de mim”.
Quem nem nunca se deparou, nos feeds de notícias, com a foto de uma celebridade, e um título chamativo como:
“Jogador da seleção resolve se lançar como pagodeiro”
Esse tipo de notícia serve para atrair a atenção do público, gerando reações mistas, polêmicas e compartilhamentos, mas o fundo de sua natureza é um só: direcionar eventuais consumidores a um produto específico.
Mais do que apenas gerar polêmicas ou atrair views, o marketing do absurdo aposta em uma maneira de criar campanhas orgânicas, mas não necessariamente de forma positiva.
Estratégia arriscada, desenvolvimento macabro
Claro que esse tipo de abordagem traz diversos riscos, e o primeiro deles, é que o absurdo se torne motivo de indignação e até boicote à empresa associada. Por outro lado, a indignação pode ser usada favoravelmente, pela empresa.
Primeiro, porque o “responder com indignação” leva o nome da empresa a ser conhecido. Segundo, porque o “pedido de desculpas” pode ser utilizado como uma forma de tornar a empresa conhecida.
Terceiro, e aqui vemos um desenvolvimento macabro do marketing de absurdo: o absurdo serve para agregar pessoas que pensam daquela maneira.
Políticos extremistas utilizam essa estratégia para reunirem seus eleitores. Eles fazem declarações ultrajantes aos direitos humanos, e aqueles que se identificam com elas “levantam a bandeira”.