Paradoxo – definição, tipos e exemplos para aprender
Confira exemplos explicados para entender como essas contradições aparentes podem revelar verdades profundas e estimular a reflexão.
O paradoxo, também chamado de oximoro, é uma figura de pensamento que estabelece um contraste entre ideias aparentemente contraditórias. Por ser uma figura de linguagem de alcance amplo no texto, o paradoxo pode ser subdividido em várias categorias, como:
- Verídico
- Condicional
- Falsídico
Ao contrário do paradoxo, a antítese se caracteriza pela oposição direta entre duas ideias.
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O que é um paradoxo?
O paradoxo, também conhecido como oximoro, é uma figura de pensamento que cria uma contradição ou contrassenso dentro de uma frase, com o objetivo de gerar um efeito expressivo. Esse recurso estilístico, inserido nas figuras de linguagem, vai além da simples oposição, pois os elementos envolvidos precisam ser contraditórios para que o paradoxo se manifeste de maneira eficaz.
- Exemplo
“O que não tenho e desejo é que melhor me enriquece.” (Manuel Bandeira)
Observe a incoerência entre os termos destacados. O eu lírico emprega duas expressões que se anulam dentro de um mesmo contexto, já que “não ter”, no sentido literal, é contraditório a “riqueza”. Assim, trata-se de uma construção figurativa, que visa transmitir um significado diferente de “enriquecer”, explorando uma conotação expressiva.
Outro exemplo pode ser encontrado na música “Peter Gast”, de Caetano Veloso:
“Sou um homem comum/ qualquer um/ Enganando entre a dor e o prazer/ […]/ Ninguém é comum / e eu sou ninguém/ […] / Sou um homem comum.”
Neste caso, o paradoxo se revela na ideia contraditória de alguém se identificar como “um homem comum”, ao mesmo tempo em que afirma que ninguém é comum. A contradição entre esses termos intensifica o efeito paradoxal da frase.
Os variados tipos
Verídico
Esse tipo de paradoxo é baseado em um raciocínio lógico que leva a resultados imprevisíveis. Ele é frequentemente utilizado em disciplinas como ciências exatas, psicologia, filosofia e física.
Exemplo:
Um homem viaja em uma nave espacial à velocidade da luz, enquanto seu irmão gêmeo permanece na Terra, vivendo sua rotina diária. Quando o viajante retorna ao planeta, ele parece mais jovem que seu irmão, que não saiu da Terra. Isso sugere que o tempo passa mais devagar para quem viaja pelo espaço. Esse conceito é abordado no “Paradoxo dos Gêmeos”.
Falsídico
Os falsídicos têm conclusões falsas, uma vez que se baseiam em raciocínios incorretos. Um dos exemplos mais conhecidos é o paradoxo de Epimênides, um filósofo e poeta grego. Neste, qualquer resposta apresentada será incorreta, pois as afirmações feitas levam a um impasse lógico. Veja o exemplo:
Um acusado diz:
“Enquanto minha mentira não for desvendada, continuarei mentindo.”
O juiz responde:
“Se o acusado mentir, o advogado dele também mentirá.”
O advogado então diz:
‘Quem conseguir desvendar minha mentira, dirá a verdade.”
Qual deles está mentindo?
Condicional
Esse tipo depende de uma sequência contínua de causa e efeito, onde a resolução de um problema sempre gera outro, criando um ciclo interminável. O “Paradoxo de Fermi” é um exemplo clássico desse tipo de paradoxo.
Em 1950, o físico Enrico Fermi, ao conversar com amigos sobre a pesquisa de óvnis, questionou: “Onde estão todos?” Esse questionamento gerou um dos dilemas mais intrigantes da ciência: o paradoxo de Fermi. A dúvida se refere à busca por vida extraterrestre, que continua sem resposta, dando origem a mais questionamentos sobre a existência de seres alienígenas. Assim, o paradoxo de Fermi representa um ciclo contínuo de incertezas que persiste no campo científico.
Diferença entre paradoxo e antítese
Está principalmente na natureza das relações e nas intenções que cada um busca transmitir.
Um paradoxo é uma afirmação ou proposição que, à primeira vista, parece contraditória ou absurda, mas, ao ser mais aprofundada ou analisada, pode revelar uma verdade ou insight profundo. Ou seja, ele desafia a lógica ou o senso comum, gerando uma reflexão. O paradoxo geralmente surge quando dois conceitos aparentemente opostos coexistem de maneira que o entendimento convencional não consegue conciliar de imediato, mas com mais análise, é possível perceber uma relação verdadeira entre eles.
Exemplo: “Menos é mais.” Embora pareça contraditório, pode fazer sentido em contextos como design ou estilo de vida minimalista, onde a simplicidade pode levar a um maior impacto ou satisfação.
A antítese, por outro lado, é uma figura de linguagem que consiste na oposição entre duas ideias, palavras ou conceitos que, embora contrastantes, são apresentados de forma a enfatizar as diferenças entre eles. Ao contrário do paradoxo, a antítese não busca resolver a contradição, mas sim destacar as tensões ou contrastes entre dois elementos. É uma forma de juízo comparativo entre opostos que coexistem em uma mesma estrutura discursiva.
Exemplo: “É melhor viver de pé do que morrer de joelhos.” Aqui, temos uma oposição clara entre dois conceitos de vida e morte, que não se reconciliam, mas são destacados como contrastes.