Toquiota – o que significa a nova palavra reconhecida pelo português
O novo termo reconhecido pelo português para se referir a quem nasce em Tóquio.
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Você já ouviu alguém se referir a um habitante de Tóquio como “toquiota”? Ou ainda te parece muito estranho? A nova palavra, recentemente reconhecida pelo português, agora faz parte oficialmente do vocabulário para designar os naturais da capital japonesa. Mas, além do significado, a origem e a curiosidade por trás desse termo despertam o interesse de quem acompanha a constante evolução da língua. Descubra o que significa “toquiota”, como surgiu e por que sua inclusão é mais um exemplo da dinâmica e adaptabilidade do nosso idioma.
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Agora pode usar toquiota
A língua portuguesa é um organismo vivo, em constante transformação, e essa característica se reflete na inclusão de novos termos no vocabulário oficial. Recentemente, a Academia Brasileira de Letras (ABL), entidade responsável por registrar as mudanças e evoluções linguísticas, reconheceu a palavra “toquiota” no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP).
A partir de agora, é possível utilizar expressões como “cidadão toquiota” ou “cultura toquiota” de maneira formal e correta, ao se referir a indivíduos nascidos em Tóquio ou a aspectos relacionados à capital japonesa. Essa novidade evidencia a capacidade do português de se adaptar a diferentes contextos culturais e incorporar termos que refletem as demandas contemporâneas de comunicação.
A introdução de novas palavras no VOLP é um processo que acompanha não apenas o surgimento de termos tecnológicos ou científicos, mas também o reconhecimento de designações que facilitam a identificação de origens geográficas e socioculturais. “Toquiota”, por exemplo, segue a estrutura tradicional de adjetivos pátrios, assim como “nova-iorquino”, “madrileno” ou “lisboeta”. Essa inclusão, portanto, além de enriquecer o léxico, reforça o dinamismo e a abrangência da língua portuguesa. Mas o português não para por aí.
Outras expressões contemporâneas também foram reconhecidas oficialmente devido ao seu uso crescente no cotidiano. Veja a seguir dois exemplos que refletem as inquietações e os comportamentos da sociedade moderna:
1. Ecoansiedade
Esse termo designa o sentimento de angústia e preocupação relacionado às mudanças climáticas e aos impactos ambientais causados pela ação humana. A ecoansiedade manifesta-se como uma sensação de impotência diante de previsões preocupantes sobre o futuro do planeta e os danos irreversíveis ao ecossistema. Também conhecida como ansiedade climática, essa condição tem sido cada vez mais discutida no campo da saúde mental, especialmente entre jovens preocupados com questões ambientais.
2. Nomofobia
A nomofobia é o medo intenso e irracional de ficar desconectado de dispositivos eletrônicos, como celulares, tablets e computadores. O termo tem origem na expressão inglesa “no mobile phobia”, que significa “medo de ficar sem telefone móvel”. Indivíduos que sofrem dessa fobia demonstram grande ansiedade quando não conseguem acessar o aparelho, mesmo que temporariamente, e podem apresentar comportamentos compulsivos ligados à tecnologia.
Essas adições ao vocabulário oficial demonstram que a língua não apenas acompanha o progresso social e cultural, mas também reflete as preocupações, hábitos e transformações que marcam o nosso tempo. “Toquiota”, “ecoansiedade” e “nomofobia” são exemplos de como o português segue evoluindo para nomear novas realidades e facilitar a comunicação em uma sociedade cada vez mais globalizada e interconectada.
Como é o processo de inclusão de uma palavra?
Incluir uma nova palavra no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) não acontece de maneira instantânea. O processo envolve várias etapas, que acompanham a evolução do uso da língua na sociedade. Veja como funciona:
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Uso recorrente na sociedade
Primeiramente, a palavra precisa ser amplamente utilizada por falantes da língua, seja no cotidiano, na mídia, na literatura ou em produções acadêmicas. O uso consistente e contextualizado é fundamental para que ela chame a atenção dos linguistas.
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Registro e análise por especialistas
A Academia Brasileira de Letras (ABL), responsável pelo VOLP no Brasil, mantém comissões que monitoram o surgimento de novos termos. Os especialistas analisam a frequência, o significado e a relevância da palavra para o idioma.
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Origem e estrutura morfológica
A palavra é estudada quanto à sua origem (etimologia), adequação à estrutura gramatical e morfológica do português, além da coerência com as regras de formação de termos na língua.
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Relevância cultural e social
O impacto sociocultural também é considerado. Termos que refletem mudanças comportamentais, avanços tecnológicos ou novos contextos geopolíticos tendem a ganhar espaço mais rapidamente.
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Aprovação e publicação no VOLP
Após as análises e pareceres favoráveis, a palavra é oficialmente inserida no VOLP, passando a integrar o vocabulário oficial da língua portuguesa.