O que foi a Guerra das Ilhas Falkland/Malvinas?
Dentre os muitos conflitos armados do século 20, a Guerra das Ilhas Falkland (também chamadas Malvinas) foi um dos mais contundentes. Não por ter tido grande número de perdas ou por sua violência.
Antes, por ter sido uma guerra fútil, de um exército fraco, contra uma potência mundial.
Trata-se de uma guerra que foi travada entre Argentina e Reino Unido, no curto período de 65 dias, e sua motivação foi a posse de um minúsculo arquipélago na região marítima da Argentina, apesar desse ser parte do Império Britânico desde 1883.
Logo, por que os dois países entraram em conflito? Saiba mais, no nosso artigo.
Malvinas ou Falklands?
Em espanhol, veremos mais comumente “Malvinas”. No resto do mundo, veremos “Ilhas Falkland”. Porém, na ONU as ilhas são chamadas de Falkland Islands (Malvinas).
Os nomes vêm de antes do século 18. “Falkland” vem do sobrenome de um militar inglês, e “Malvinas”, uma corruptela do francês Îles Malouines, em homenagem a uma importante cidade portuária.
Precedentes
Primeiro, vale dizer: as Malvinas são um dos três arquipélagos de territórios ultramarinos do império britânico no Atlântico Sul. As outras são as Ilhas Geórgia do Sul e Sanduíche do Sul, essas restritas a bases cientificas.
Sua população é majoritariamente de descendentes de escoceses que foram povoar a ilha, a partir do século 19.
Embora antes da 2ª Guerra fossem marcados por certa animosidade entre argentinos e britânicos (pelas tendências dos argentinos ao fascismo), as relações entre os insulares e o continente eram boas.
Os primeiros conflitos
Desde os anos 70, em meio a ditatura militar instaurada por Videla (1925-2013), a Argentina vivia um nacionalismo ufano e exacerbado. Paralelamente, o país enfrentava uma severa crise econômica.
Em 77, a Argentina estabelece a Operação Rosário: o envio de supostos pesquisadores às Ilhas Sanduíche. A instalação latina causou preocupação na imprensa internacional, mas foi ignorada pelos britânicos.
Assim, buscando renovar o sentimento nacional, em 1982, o governo do general Galteri (1923-2003) decidiu promover o ataque às ilhas. Tal decisão se baseou na crença de que a Comunidade Internacional e os EUA iriam apoiar a decisão.
Então, em meados de março de 82, diversos navios argentinos (entre eles, alguns militares) começaram a circundar a ilha e em 2 de abril, militares argentinos tomaram a ilha.
O contra-ataque
Em 1982, a então primeira ministra Margaret Thatcher buscava a reeleição, e a guerra serviu de pretexto para ela inflar o nacionalismo britânico.
Por esse motivo, quando a invasão foi anunciada, contrariando as expectativas argentinas, o Reino Unido respondeu aos ataques com grande poderio militar – enviando, inclusive, submarinos nucleares.
Não obstante, os ingleses obtiveram apoio norte-americano, e de grande parte da comunidade internacional.
Cerca de 50 dias depois, após uma série de batalhas com mais baixas argentinas do que inglesas, as ilhas voltaram ao governo inglês.
O governo militar argentino, por sua vez, saiu desmoralizado, e sem o apoio de sua própria população, de forma que a Guerra serviu para intensificar movimentos democráticos, naquele país.