O que foi a Reforma Protestante?

Um dos movimentos políticos, sociopolíticos e religiosos mais importantes de toda a história da humanidade foi a Reforma Protestante. Para além da parte teológica – isso é, das relações dos homens com o divino – as reformas, objetivamente, mudaram a forma de ser do Ocidente.

Você sabe por quê? Aliás, você sabe o que foi a Reforma Protestante?

Para começarmos esse artigo, basta dizermos que não é possível falarmos em “Reforma”, no singular, mas “Reformas” no plural.

Claro que teve uma que foi o marco inicial, e que é muito celebrada por igrejas neopentecostais de todo o mundo – a do dia 31 de outubro de 1517, encabeçada por Martinho Lutero, na Alemanha.

O que pouco se estuda foram os movimentos anteriores ao dele.

 

Questionando o alto clero

Antes de Martinho Lutero, a Igreja Católica Apostólica Romana já sofrera algumas rupturas, como aconteceu em 381 d.C., no Primeiro Concílio de Constantinopla, por exemplo.

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Entretanto, pouco se debatia a autoridade da Igreja, isso é, pouco se debatia o seu poder político, de forma que monarquias de toda a Europa sempre precisaram do apoio de papas católicos para se manterem no poder.

Esse poder começou a ser questionado por um movimento de popularização (no sentido de tornar a linguagem mais acessível ao povo) da Bíblia, no século 10, liderado pelo comerciante Pedro Valdo (em francês, Pierre Vaudès).

Pouco se sabe sobre Valdo, mas o grosso de seu movimento consistia em repartir as riquezas, cultuar a Deus na sua própria língua – logo, questionando a autoridade papal.

Por sua vez, no século 14, temos John Wycliffe, na Inglaterra, acadêmico que lança questionamentos sobre o poder político dos papas e cardeais, em detrimento de uma vida de entrega e pobreza.

Movimento semelhante aconteceu alguns anos depois, na região que atualmente é a República Tcheca, encabeçado pelo padre Jan Huss.

Vale dizer que todos os movimentos foram amplamente perseguidos pela Igreja.

 

As revoltas de Lutero

A primeira reforma da Igreja que teve resultados concretos foi aquela promovida por Lutero em 1517, quando ele publica suas 95 teses, uma lista de proposições, questionando diversos dogmas católicos.

Porém, a tese principal, no que se refere à usura, isso é o acúmulo de capital por senhores feudais daquilo que seria “baixa burguesia”. Muitos desses proprietários buscavam aumentar suas rendas, através da aquisição de propriedades rurais da Igreja.

Dessa forma, Lutero recebe grande apoio dessa classe social, dando margem ao surgimento de uma elite econômica que não era nem da nobreza, nem da Igreja. Claro que as reformas não foram recebidas sem repressões violentas. Porém, estava plantada a semente.

Reformas semelhantes foram sendo implantadas na França, com João Calvino, na Inglaterra, com Henrique Oitavo, e em diversos países escandinavos, cada um com uma liderança religiosa local.

 

Consequências

A principal consequência da reforma foi a possibilidade de estruturar sociedades “liberadas” de um controle econômico estatal. Em outras palavras, a reforma ajudou a fundamentação do Liberalismo.

Países como os Estados Unidos baseiam sua ética social nas Teses de Lutero.

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