O que foi a Revolução Mexicana?

 

Uma das maiores potências da América Latina, o México atual é um país cuja formação econômica remonta a importantes (sanguinários) movimentos políticos no século 19 e início do século 20.

Dentre esses, o principal foi a Revolução Mexicana.

Conflito que começou em 1910, a Revolução foi a ponta de um iceberg, que eram as crises políticas que o país vinha sofrendo, desde sua independência da Espanha, 100 anos antes.

Mas, para entendermos um pouco mais, precisamos ir às origens.

Independência México

As origens da Revolução Mexicana remontam ao primeiro governo de Porfirio Diaz (1830-1915), general que encerrou os diversos conflitos que ocorriam no país, desde a sua independência da Espanha, em 1821.

O governo de Diaz (1876-1911), apesar de promover estabilidade política e avanços econômicos, era extremamente violento. Partidos foram extintos, opositores perseguidos e mortos, movimentos pelos direitos de trabalhadores rurais, reprimidos.

Isso ocasionava que o país, a despeito de sua grande produção mineradora e agropecuária, sofresse de disparidades sociais gritantes. Sua gestão, ditatorial mesmo quando disfarçada de presidencialismo, era elitista e repressora.

Isso ocasionou um crescimento da pobreza extrema, e como resposta, a criação de grupos de defesa da Liberdade de Expressão. Porém, esses incorporaram outras pautas, dentre as quais, a reforma agrária.

 

Greves e batalhas civis

Os diversos problemas sociais que o México vinha enfrentando, resultaram em uma série de greves e levantes populares, a partir dos primeiros anos do século 20.

No ano de 1910, especialmente, as eleições fraudulentas promovidas por Diaz geraram comoção social violenta, e os movimentos revolucionários organizados pelo escritor e estadista Francisco Madero (1873-1913).

No final daquele ano, Madero já tinha um contingente considerável de soldados, e diversas batalhas aconteceram em cidades mexicanas, até que, em 1911 Diaz renuncia e Madero assume o poder.

 

Zapata e Villa

Entretanto, após um ano de governo, Madero sofre um golpe militar, dessa vez, comandado por Victoriano Huerta (1850-1916), sendo preso, torturado e morto em 1913.

E aqui entram duas figuras proeminentes, apesar de elas já estarem atuando ativamente, desde antes de 1910: Emiliano Zapata (1879-1919) e Pancho Villa (1878-1923).

Zapata começou sua vida como líder rural, defendendo os direitos de povos originários, e militando por reformas pró-agricultores.

Villa, por sua vez, foi um comandante militar que esteve à frente de diversas batalhas, contra Diaz, até a tomada do poder, pelas tropas de Madero.

Entretanto, no governo Huerta, ambos foram perseguidos, mas, liderando tropas contrarrevolucionárias sob o comando de Venustiano Carranza (1859-1920), depuseram o ditador.

Carranza, uma vez no governo, promoveu uma campanha contra o zapatismo, que resultou na execução sumária de Zapata em 1819.

Villa, por sua vez, foi assassinado pouco depois, em 1923, em uma emboscada, possivelmente arquitetada por seu antigo aliado, o então presidente eleito Álvaro Obregón (1880-1928).

Alguns historiadores atribuem o fim da Revolução ao fim do mandato de Obregón, em 1924, e a eleição de seu sucessor, Plutarco Elias Calles (1877-1945), fundador do Partido Nacional Revolucionário, que comandou o país (democraticamente) até o ano 2000.

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