O que foi o CEFAM?
O Centro Específico de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério foi, durante muitos anos, o principal formador de professores de ensino infantil e fundamental no Brasil.
Surgido nos anos de 1980, o projeto visava a melhoria da formação de professores, e durou até 2005, de maneira que muitos docentes brasileiros ainda em atividade são oriundos de lá.
Porém, a história do CEFAM começa antes. Na verdade, sua origem tem relação com o modo como os governos portugueses, e depois, brasileiros, encaravam a formação de professores dos anos iniciais.
Logo, o CEFAM pode ser visto como um projeto de imenso sucesso. Entretanto, para entendermos melhor, precisamos voltar no tempo.
Antes de 1835
Até o ano de 1835, quando se funda a primeira Escola Normal, em Niterói, a formação de professores era um tanto genérica.
Claro que existia uma preocupação em identificar homens com notório saber, caráter ilibado, e habilidade de transmitir conhecimentos. Contudo, a maior parte desses profissionais eram padres.
No Brasil, até o século 18, temos a presença de professores jesuítas, e eles pautavam sua metodologia de ensino em valores cristãos.
Contudo, disputas de caráter político-filosófico entre a Companhia de Jesus e a Coroa Portuguesa motivaram a expulsão dos religiosos de território nacional, por Sebastião José de Carvalho e Melo, o 1º Marquês de Pombal, em 1759.
1835-1960: as Escolas Normais
Após a expulsão da Companhia de Jesus, a formação de professores foi menos por uma sistematização de metodologias de ensino, e mais por uma afinidade política e intelectual entre os candidatos a docente, e os administradores de escolas.
Em 1835, a primeira Escola Normal do Brasil é aberta, para melhorar o nível de escolarização dos cidadãos do recém-independente Brasil.
Essa escola tem seu currículo embasado, principalmente, em ideais Iluministas sobre conhecimento, e as matérias incluem alfabetização, Matemática, Geografia e Religião.
Durante 100 anos, entretanto, Escolas Normais eram raras, e muitos docentes eram informais.
Em 1940, porém, os Institutos de Educação do Distrito Federal (Rio de Janeiro, à época) e São Paulo foram agregados às Universidades daqueles estados, e a formação pedagógica se tornou um complemento, cursado por bacharéis.
A partir dos anos 60, entretanto, as Escolas Normais foram extintas, dando lugar às Habilitações Especificas do Magistério (HEM). Porém, as HEM eram extremamente deficitárias, em relação à formação docente.
Ao mesmo tempo em que existiam faculdades de Pedagogia, mas eram mais focadas na formação de cargos de gestão e administração escolar.
1988: A criação do CEFAM
Diante do deplorável quadro de ensino público brasileiro, foi criado o Centro Específico de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério, CEFAM.
O curso de quatro ano em período integral, e tinha o objetivo de formar professores altamente capacitados para os quatro anos iniciais do Ensino Fundamental.
Com ótimos resultados, o CEFAM se embasava nas teorias de pedagogos como Freire e Piaget, e mereceu elogios internacionais.
Porém, com a LDB de 1996, a graduação em Pedagogia passou a ser exigida, de forma que o CFEAM se tornou obsoleto, sendo extinto em 2005.