O que são Figuras de linguagem? Como usar (ou não usar) elas? – 1
Quando vamos comunicar alguma coisa a alguém, pelo texto, podemos fazer isso de duas formas: objetivamente, sem usar muita criatividade ou emoção; e com Figuras de Linguagem, nesse caso, dando ao texto personalidade e estilo.
No caso de redações técnicas e ou oficiais (pareceres, relatórios de pesquisa), usar uma Figura de Linguagem não é muito recomendado: são textos que exigem objetividade, mesmo se isso significar uma escrita repetitiva e fria.
Já em textos de estilo mais livre, como uma redação de conteúdo ou uma newsletter, Figuras de Linguagem pode ser um bom recurso para criar uma escrita original e mesmo emocional.
Algumas, entretanto, podem atrapalhar a leitura de seu texto. Então, conhece-las para evita-las é importante.
Vale dizer que escritas literárias também são o lugar pra você usar e abusar de figuras de linguagem.
Assim, você sabe quais são as figuras de linguagem mais comuns? Confira, na teoria e na prática.
Alegoria
A alegoria é uma figura de linguagem que se consiste de um símbolo ou imagem, que carrega, em si, uma série de ideias ou valores implícitos. Muito usada em Literatura; pode ser empregada em textos de outros estilos, para formalizar uma ideia.
Exemplo:
- A Nau dos Insensatos – Alegoria para falar sobre a sociedade, isso é, um barco com pessoas insanas, velejando de forma desorganizada.
- O Bezerro de Ouro – Ícone religioso que aparece na Bíblia, mas que representa um falso ídolo.
- Esse empréstimo foi uma vela na escuridão para nossos negócios – no exemplo destacado, podemos pensar na imagem de uma vela (uma luz pequena), na escuridão (o excesso de escuro).
Ambiguidade
A ambiguidade é uma figura de linguagem bem conhecida: é a falta de clareza em uma frase. Na enorme maioria dos textos, não é recomendado. Ela pode acontecer pelo mal uso de uma vírgula, verbo ou construção sintática.
Exemplo:
- Em reunião com a França, o Brasil garante que vai pagar sua dívida. A dívida é do Brasil ou a dívida é da França?
Antítese
A antítese é a exposição de duas ideias contrarias em uma mesma frase. Ela é usada para reforçar o sentido de uma, pela outra.
Exemplo:
- No trabalho, ele era feliz; mas na vida pessoal, era triste – são dois períodos com ideias contrárias em si, colocadas em perspectiva.
Comparação
A comparação é quase óbvia: elencar as qualidades de um referente, em analogia a outro. É parecido com metáfora, mas a diferença é que a comparação usa termos comparativos.
Exemplo:
- Ela é como o sol do meio-dia.
- Fechar esse negócio vai ser igual beber água.
Elipse
A elipse é uma figura usada para dar dinamismo à frase. É omitir uma palavra de uma frase, por ela estar subentendida no período anterior.
Exemplo:
- Vacinaram primeiro os idosos; depois, os médicos – o verbo “vacinaram” não está repetido na segunda frase.
- Maria e eu temos alergias. Eu, à soja; ela, a amendoim – aqui é “temos alergias” que é omitido.