O que significa “Direita” e “Esquerda” em política?
Um dos assuntos mais polêmicos, quando falamos em conjunturas políticas do contemporâneo é a divisão de polos ideológicos. Isso é, falar que tal discurso é “de Direita” ou que um plano de governo é “de esquerda”.
Depois da Guerra Fria (1947-1991), “Esquerda” virou um sinônimo para o Comunismo e “Direita” para o Capitalismo. As definições ficam ainda mais complicadas, quando pensamos em “Direita Democrática”, “Esquerda Libertária” ou “Conservadorismo, outros termos que surgem ocasionalmente.
Mas afinal, o que é “Esquerda” e o que é “Direita”? Para entender um pouco sobre os espectros políticos contemporâneos e tradicionais, leia nosso artigo.
Monarquistas e Democratas
Antes de falarmos em “Capitalismo” e “Comunismo”, a primeira divisão que fazemos é entre Monarquia e Plebe, pois nossa sociedade ocidental parte desse princípio.
A monarquia era o poder do rei; apesar disso, a posse de terras e animais era de nobres aliados ao Rei – os burgueses. Já a plebe eram todos os demais trabalhadores e cidadãos de uma sociedade.
Essa divisão se manteve com poucas alterações, antes de 1789, quando aconteceu a Revolução Francesa.
Então, na Revolução Francesa, burgueses se uniram ao povo, para ir contra o Rei, e assim, eleger representantes que fossem escolhidos por todas as camadas da sociedade – esse era o sistema democrático.
Após a derrubada da coroa, criou-se uma assembleia, na qual os antigos nobres e membros do clero ficavam à Direita, e os burgueses e plebeus à Esquerda (e no meio, o representante eleito do povo).
Conservadores e Liberais
Nas décadas seguintes, deputados alinhados com um sistema de governo mais tradicional – focado em uma figura central – foram sendo chamados de Conservadores.
Já aqueles deputados alinhados com a ideia de um estado pouco intervencionista (um estado que desse liberdade às iniciativas privadas) foram chamados de Liberais.
A maior parte dos conservadores era de nobres; a maior parte de liberais era de burgueses. Dessa maneira, começou-se a associar a Direita ao Conservadorismo e a Esquerda ao Liberalismo.
Porém, as pautas voltadas ao bem-comum social foram gerando conflitos internos, na bancada Liberal.
Alguns liberais defendiam uma política não-intervencionista embasada no acúmulo de capital (propriedades individuais). Outros defendiam uma política voltada para o bem social, independente do acúmulo de capitais ou não.
Essa rixa deu origem às noções de Capitalismo e Socialismo.
Socialismo e Capitalismo
Posteriormente, no século 20, políticos de viés capitalista (Conservadores e Liberais) começaram fazer coligações entre si – pois agora a questão era o direito a acumular capital ou a necessidade de tornar ele comum a todos.
Isso acentuou a divisão entre Capitalistas (conservadores ou liberais) e Socialistas, pautando as organizações políticas no mundo Pós-segunda Guerra.
Somado a isso, as revoluções de costumes, que começaram nos anos 60, foram sendo abraçadas por Liberais e Socialistas contrários a intervenção do Estado sobre a vida dos cidadãos, mas combatidos por Conservadores e Socialistas contrários a essas novas visões de mundo.
Dessa maneira, genericamente, hoje fala-se em Esquerda e Direita, para falar de diversas ideologias de mundo e sociedade.