Tipos de coerência textual – quantos são, objetivos e onde usar

Saiba como garantir clareza e coesão nos textos com exemplos práticos e objetivos!

A coerência textual é fundamental para garantir que um texto seja compreendido de forma clara e lógica pelo leitor. Existem diferentes tipos de coerência, cada um com um objetivo específico, como organizar as ideias, conectar informações e adequar o conteúdo ao contexto e ao público. Hoje, exploraremos quantos são os tipos de coerência, suas funções principais e em quais situações devem ser aplicados para criar textos bem estruturados e eficazes.

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Tipos de coerência textual

A coerência é essencial para qualquer ato de comunicação, pois depende de uma colaboração mútua entre emissor e receptor para garantir o entendimento. Podemos identificar seis tipos de coerência textual: sintática, semântica, temática, pragmática, estilística e genérica.

A coerência sintática refere-se à organização correta dos elementos da frase, evitando ambiguidades e o uso inadequado de conectores. A coerência semântica, por sua vez, está relacionada ao significado dos elementos do texto. Ela é alcançada através da seleção de palavras que contribuam para o sentido das frases.

A coerência temática está ligada à construção de uma sequência lógica de ideias. Frases que não acrescentam ao raciocínio devem ser evitadas. Esse tipo de coerência é frequentemente exigido em provas de redação, como as do Enem. Já a coerência pragmática depende das condições contextuais que possibilitam a compreensão da mensagem pelos interlocutores. Para isso, é fundamental considerar quem é o receptor da comunicação.

No que se refere à coerência estilística, o texto deve manter um único padrão de linguagem, seja ela formal ou informal, do início ao fim. Por último, a coerência genérica trata da escolha adequada do gênero textual em relação ao conteúdo abordado. Quando há desvios desse padrão, eles devem ocorrer de forma intencional e como recurso estilístico.

Vamos explorar os tipos?

Sintática

Refere-se à conformidade entre os elementos que compõem uma frase, como a organização, a escolha das palavras, a coesão e o respeito às regras de concordância e regência. O objetivo principal é evitar ambiguidades estruturais e o uso inadequado de conectivos, que são essenciais para garantir a coesão textual.

Por exemplo, observe esta situação:

“Eu vi o rapaz com os binóculos.”

A frase gera dúvida: quem estava com os binóculos, o rapaz ou a pessoa que observava? Essa ambiguidade surge da preposição “com”, que, neste caso, falhou em comunicar claramente o sentido pretendido. Se a intenção era indicar que o rapaz estava com os binóculos, a reescrita poderia ser:

“Eu vi o rapaz, e ele estava com os binóculos.”

Aqui, a conjunção “e” une as orações de forma mais clara e precisa, eliminando a ambiguidade.

Outro aspecto importante na construção textual é o paralelismo, que garante harmonia e simetria entre os componentes da oração. Conjunções alternativas podem ser empregadas para criar esse efeito:

  • Seja em casa, seja lá fora, eu não fico sem protetor solar.
  • Ora ela andava rápido, ora devagar.
  • Ou eu vou para casa agora, ou fico até o fim da festa.

Semântica

Relaciona-se com o significado dos elementos no texto. Quando há contradições ou falta de sentido entre as ideias, surge a incoerência semântica.

Por exemplo:

“Eu gosto muito de você, mas quero que suma da minha vida.”

A conjunção “mas” opõe duas ideias que, juntas, causam estranhamento, já que expressam sentimentos contraditórios.

Tipos de coerência textual – quantos são, objetivos e onde usar (Foto: Unsplash).
Tipos de coerência textual – quantos são, objetivos e onde usar (Foto: Unsplash).

Temática

Todo enunciado precisa ser relevante e consistente com o tema central do texto. Inserções que não contribuem para o desenvolvimento lógico das ideias devem ser evitadas. Essa coerência é frequentemente avaliada em redações de vestibulares, como no Enem, onde desvios temáticos podem comprometer a nota. Manter o foco no tema é essencial para preservar a lógica e alcançar o objetivo do texto.

Pragmática

Depende do contexto e da adequação da comunicação ao interlocutor. Por exemplo, ao fazer uma pergunta, espera-se uma resposta relevante para dar continuidade à interação. Se o receptor não possui as condições para interpretar ou responder adequadamente, ocorre a incoerência pragmática.

Exemplo: ao perguntar sobre impostos para uma criança, a resposta esperada dificilmente será alcançada, pois o interlocutor não possui conhecimento suficiente para compreender o contexto.

Estilística

A coerência estilística exige que o estilo de linguagem seja consistente ao longo do texto. Caso seja formal, deve permanecer assim até o fim; o mesmo vale para textos em linguagem informal.

A alternância entre estilos pode causar estranhamento, como no caso de uma comunicação formal que, repentinamente, adota uma linguagem coloquial. Embora não inviabilize a compreensão, tal incoerência quebra o padrão esperado.

Genérica

Refere-se à escolha do gênero textual mais adequado ao conteúdo. Em gêneros como reportagens, por exemplo, a inserção de elementos poéticos pode ser aceita, mas emitir opinião em um texto prescritivo, como uma receita ou manual, geralmente resulta em incoerência.

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