Para mim fazer? Descubra quando usar “para mim” ou “para eu”

A complexidade da língua portuguesa faz com que corriqueiramente tenhamos dúvidas acerca do uso de vocábulos. Vamos explorar mais um questionamento comum que se coloca diante de nós, os agraciados falantes desse idioma tão rico: mim ou eu?

Mesmo falantes cultos da língua portuguesa se deparam, vezes diversas, com dúvidas acerca do uso de palavras, expressões e verbos. É comum termos, inclusive, questionamentos repentinos sobre empregos que já fazemos e que, até aquele instante, pareciam corretos.

O uso de “para mim” e “para eu” está, certamente, entre os mais confundidos pelos falantes do idioma. Grande número de pessoas dizem “para mim” e “para eu” de forma indistinta. É evidente que um falante nativo é plenamente capaz de compreender, tanto na linguagem oral quanto na escrita, a intenção do que é dito. Porém, ainda que o emprego equivocado dos termos não gere ambiguidades ou frases mal compreendidas, demonstra um domínio falho do falante e pode, a depender do contexto, desqualificá-lo.

Para que isso não ocorra e você possa dominar tranquilamente o uso, vamos compreender as diferenças entre as expressões e quando empregar uma e outra.

PARA MIM

“Para mim” é uma expressão que indica a quem algo é dirigido ou direcionado. Geralmente é usada quando nos referimos a algo que está chegando até nós ou que nos afeta de alguma forma. Ela é utilizada principalmente como objeto indireto na construção de frases (lembre-se: objeto indireto é aquele que precisa de complemento com preposição).

Por exemplo:

  1. “Este buquê é para mim.” (O buquê é destinado a mim. Repare na preposição “para” marcando o objeto indireto)
  2. “Preciso que você faça este favor para mim” (O favor será direcionado à pessoa que o solicita)
  3. “Ele enviou uma encomenda para mim” (A encomenda é direcionada a mim.)

Nesses exemplos, “para mim” indica a pessoa que está recebendo o buquê, que precisa e será beneficiada de um favor e a quem uma encomenda é destinada. Repare: tudo aponta para o “mim”, para o indivíduo.

Para eu ou para mim: quando usar cada um? - Mundo Educação

Entenda as diferenças entre “Para eu” e “Para mim. Imagem: divulgação.

 

PARA EU

“Para eu”, por sua vez, é uma expressão que antecede um verbo no infinitivo. Ela é usada quando o pronome pessoal “eu” é sujeito de um verbo no infinitivo em uma oração. Vamos recordar que o verbo no infinitivo é aquele terminado em -er, -ir, -ar, ou seja, o verbo sem conjugação.

Por exemplo:

  1. “Eu tenho que estudar para eu conseguir uma boa nota na prova” (O pronome “eu” é o sujeito do verbo “conseguir” no infinitivo.)
  2. “Ele precisa ajudar para eu fazer tudo a tempo” (O pronome “eu” é o sujeito do verbo “fazer” no infinitivo.)
  3. “É importante para eu conseguir aprovação no concurso” (O pronome “eu” é o sujeito do verbo “conseguir” no infinitivo.)

Em todos esses exemplos, “para eu” antecede um verbo no infinitivo e indica que a ação expressa pelo verbo é realizada pelo pronome “eu”.

FUNÇÃO GRAMATICAL

É importante que você compreenda que “para mim” e “para eu” desempenham papeis gramaticais distintos nas sentenças. “Para mim” é usado como objeto indireto (está situado após um verbo transitivo indireto ou direto e indireto), enquanto “para eu” é usado quando o pronome “eu” é o sujeito de um verbo no infinitivo.

CONTEXTO

Se a função gramatical parece tornar as coisas muito confusas, atente-se o contexto, compreenda em que tipo de frase “para mim” e “para eu” são utilizados e o que o emprego de cada um expressa. Desta maneira, você certamente atingirá uma comunicação correta, causando a melhor impressão em seu interlocutor e valorizando cada nuance de nosso idioma.

 

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