Polissemia: definição, exemplos e interpretação do fenômeno

Muitas palavras adquirem múltiplos significados ao longo do tempo devido à evolução da língua. Veja como trabalhar com as possíveis ambiguidades.

Polissemia é um conceito linguístico que se refere à capacidade que algumas palavras têm de exibir múltiplos significados, sendo utilizadas em contextos variados e interpretadas de maneiras distintas a depender do contexto em que são empregadas. A palavra “polissemia” tem origem no grego antigo. Ela é formada pela junção dos termos “poli”, que significa “muitos”, e “semia”, que significa “significados”.

Portanto, “polissemia” se traduz como “muitos significados” ou “múltiplos sentidos”. Essa composição linguística reflete precisamente o conceito que a palavra representa na teoria linguística: a capacidade de uma palavra ter vários sentidos.

O que é polissemia?

Como já mencionado, é um fenômeno linguístico no qual uma palavra (ou expressão) tem múltiplos significados ou interpretações, podendo então ser utilizada em diferentes conceitos e situações com contextos diversos.

Veja mais: Linguagem conotativa: o que é, exemplos e questões

Principais tipos de polissemia

Extensão de sentido: ocorre quando uma palavra adquire novos significados que se desenvolvem a partir de um sentido original. Por exemplo, a palavra “mouse” (rato, em inglês) deveria se referia ao roedor, mas adquiriu um novo significado e agora é um dispositivo para computadores.

Analogia: este tipo ocorre quando uma palavra é usada metaforicamente para se referir a algo relacionado ao seu significado original. A palavra “braço” pode se referir tanto à parte do corpo quanto a uma extensão de água.

Transferência de sentido: se dá quando uma palavra adquire um novo significado mediante uma associação mental ou cultural. A palavra “sol” originalmente se refere à estrela ao redor da qual a Terra orbita, mas também pode se referir a uma sensação de calor ou alegria. Que tal?

Metonímia: neste tipo de polissemia, a palavra é usada para se referir a algo relacionado ao seu significado original, mas que não é uma parte essencial. Por exemplo, a palavra “copo” pode se referir ao recipiente de vidro e também pode se referir ao seu conteúdo, como em “tomar um copo de água”.

Empréstimo linguístico: se dá quando uma palavra é adotada de outra língua com um significado original, mas é usada de forma ligeiramente diferente na língua receptora. O “chef” é um empréstimo linguístico do francês, onde significa “chefe” ou “líder”, mas, em inglês, muitas vezes se refere apenas a um chef de cozinha.

Exemplos do fenômeno

Banco: pode se referir a uma instituição financeira onde as pessoas retiram dinheiro e também pode ser um assento longo e estreito, geralmente feito de madeira, concreto ou metal, utilizado em parques ou jardins públicos.

Barra: pode se referir a uma peça de metal, ouro ou outro material, mas também é usada em contextos informais para se referir a uma situação difícil ou desafiadora, como em “passar por uma barra difícil”.

Linha: pode ser usada para descrever uma sequência contínua de pontos, como uma linha desenhada em um papel. No entanto, pode se referir a uma empresa de transporte, como a de ônibus.

Polissemia: definição e interpretação do fenômeno (Foto de Ashkan Ala na Unsplash).
Polissemia: definição e interpretação do fenômeno (Foto de Ashkan Ala na Unsplash).

 

Margem para a ambiguidade

A ambiguidade e a polissemia estão relacionadas devido à natureza das múltiplas interpretações que podem surgir em ambos os casos, por isso a importância da compreensão de que essa duplicidade de sentidos pode muito bem dar margem a situações onde a ambiguidade fica clara, mas, nesse caso, confunde o interlocutor. Felizmente, a presença deste fenômeno pode ser altamente vantajosa em determinados contextos, especialmente quando o autor busca colocar uma dose de ironia no texto, seja com fins humorísticos ou como crítica social.

Tenha como exemplo a seguinte afirmação: “Tenho que comprar feno para a vaca da minha irmã”. Bem, na falta de um contexto, não conseguimos distinguir se a pessoa realmente quer comprar alimento para um animal ou está ofendendo a própria irmã. Vê como é curioso?

E a homonímia

Já a homonímia, é um fenômeno linguístico no qual duas ou mais palavras diferentes têm a mesma forma ortográfica e, às vezes, a mesma pronúncia, mas têm significados completamente distintos. Veja que curioso!

Assim, temos a homonímia homográfica, que se refere às palavras que são escritas da mesma forma, mas têm significados diferentes. Por exemplo: “manga” pode se referir à fruta ou à parte de uma camisa. Também temos a homofônica, que diz respeito a palavras que são pronunciadas da mesma forma, mas têm significados diferentes. Por exemplo: “canto” pode se referir à ação de cantar, mas também pode se referir a uma esquina ou à extremidade de algo, como em “o cão foi deitar no canto da sala”.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.