“Por que”, “Porque”, “Por quê” e “Porquê”: Como usar os 4 casos corretamente?
O uso dos porquês é mais fácil do que se imagina
Uma das maiores dificuldades que estudantes e concurseiros enfrentam, nas redações, é no uso dos “porquês”. São quatro casos que, embora soem iguais, na escrita são diferentes.
A maioria dos estudantes até aprende que o “Por que” separado é usado na pergunta, e o “Porque” junto na resposta. Mas e quanto aos dois casos com acento?
Como usar cada um deles?
Para não errar mais a gramática, leia nosso artigo.
1. Por que
O “Por que” separado e sem acento é usado em perguntas, no início da frase:
- Por que você quer estudar na nossa instituição?
- Por que escolhi estudar na sua universidade?
Mas não apenas.
- Ele pode ser a combinação da preposição “Por” com o pronome “Que” usado como um substantivo interrogativo. Nesse caso, o “Por que” vem no início da frase, e traz a ideia de saber qual é o motivo, causa, razão ou circunstância de algo:
- Por que você quer estudar na nossa instituição?
- Por qual motivo você quer estudar na nossa instituição?
- Ele também pode ser usado como um pronome relativo, no meio da frase. Ou seja, ele é usado para substituir o pronome interrogativo “Que” e pode ser trocado por expressões como “Pelo qual” ou só o “Que”. Isso é chamado de “Pergunta indireta:
- O motivo por que escolhi sua universidade é sua avaliação no MEC
- O motivo pelo qual escolhi sua universidade é sua avaliação no MEC
- O motivo que escolhi sua universidade é sua avaliação no MEC
- Se fosse uma pergunta direta: “Por que motivo escolhi sua universidade?”
2. Porque
O segundo “Porque” é o mais simples. Ele é uma conjunção explicativa, ou seja, uma palavra que serve para unir duas sentenças, colocando a segunda como explicação da primeira.
Você pode trocar ele por outras conjunções explicativas:
- Escolhi sua universidade porque ela é conceituada no MEC
- Escolhi sua universidade pois ela é conceituada no MEC
- A corrupção é nociva porque rouba verbas da educação pública
- A corrupção é nociva porquanto rouba verbas da educação pública
3. Por quê
O terceiro caso é do “Por quê”, e é similar ao primeiro: A preposição “Por” e o pronome “Quê”, mas nesse caso, apenas no fim da frase.
O principal uso é reforçar a primeira parte, quase como se quiséssemos fazer a pergunta, apenas para reafirmar uma afirmação. Logo, o seu uso tem mais motivação estilística:
- Você colou na prova, por quê?
- Você colou na prova sob qual pretexto?
- Essa dor de cabeça persiste, por quê?
- Essa dor de cabeça persiste devido a que?
4. Porquê
Embora não seja tão comum de vermos ou usarmos, o último caso é o mais simples. “Porquê” é um substantivo. Ele é um sinônimo para “motivo”, “razão”.
- O porquê de meu medo é um trauma de infância
- O motivo do meu medo é um trauma de infância