Prefeitura estuda novo concurso para a Guarda Municipal no combate à violência contra a mulher
A informação é da prefeita Adriane Lopes (PP)
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A administração municipal está considerando a realização de um novo concurso para a Guarda Civil Metropolitana (GCM) como parte de uma estratégia mais ampla para enfrentar a violência contra mulheres na capital do estado. Esta iniciativa surge em um momento importante, quando a cidade enfrenta grandes desafios relacionados à segurança e ao bem-estar das mulheres.
A prefeita Adriane Lopes, em reunião recente com a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, discutiu a possibilidade de implementar novas medidas para aprimorar o atendimento às vítimas de violência. Entre as propostas em análise, destaca-se a ampliação do efetivo da Guarda Municipal por meio de um novo concurso público.
“Vamos estudar todas as medidas que podemos implementar para melhorar o atendimento e os fluxos. Talvez a ampliação do efetivo da Guarda Municipal, um novo concurso, mas ainda vamos nos debruçar sobre isso”, declarou a prefeita.
Contexto da iniciativa
A discussão sobre o possível concurso ocorre em um cenário de crescente preocupação com a violência contra mulheres em Campo Grande, no estado do Mato Grosso do Sul (MS). Recentemente, a cidade registrou seu primeiro caso de feminicídio em 2025, evidenciando a urgência de ações mais efetivas por parte do poder público.
A prefeita Adriane Lopes ressaltou que, no caso específico mencionado, os equipamentos municipais presentes na Casa da Mulher Brasileira não foram acionados. Esta informação destaca a necessidade de não apenas ampliar os serviços, mas também de garantir que eles sejam acessíveis e utilizados de maneira eficaz pela população.
Desafios no atendimento às vítimas
Durante a reunião entre a prefeita e a ministra, foram abordadas as dificuldades enfrentadas no atendimento às mulheres vítimas de violência. A ministra Cida Gonçalves reconheceu a existência de falhas no sistema atual, descrevendo-as como um “coletivo de falhas” que precisa ser corrigido.
“É um coletivo de falhas que vai se dando que precisa ser consertado, arrumado e a gente acha que passa por uma questão política, por uma questão de gestão do sistema”, explicou a ministra.
Entre os pontos críticos mencionados, destacam-se:
- Necessidade de aprimoramento na gestão do sistema de atendimento
- Implementação de tecnologias para o registro e acompanhamento de denúncias
- Melhoria na qualificação e aptidão dos profissionais que atendem às vítimas
Relatos de atendimento inadequado
Um dos casos que trouxe à tona a urgência de melhorias no sistema foi o de Vanessa Ricarte, vítima de feminicídio, cujos áudios descrevendo o atendimento recebido na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) ganharam repercussão.
Nos relatos, Vanessa caracterizou o atendimento como “frio e seco“, evidenciando a falta de acolhimento adequado às vítimas que buscam ajuda.
Vanessa procurou ajuda e denunciou seu ex-noivo, Caio Nascimento, pouco antes de ser assassinada em sua própria residência. A causa de sua morte foi esfaqueamento.
No último domingo (16), a jornalista celebraria seus 43 anos ao lado de amigos e familiares. Agora, ela deixa uma brilhante carreira e independência, além das denúncias registradas em gravações de voz.
Proposta de novo concurso
Diante desse cenário, a proposta de realização de um novo concurso para a Guarda Municipal de Campo Grande surge como uma das possíveis soluções para fortalecer o combate à violência contra mulheres.
A iniciativa visa não apenas aumentar o número de agentes, mas também proporcionar uma formação específica para lidar com casos de violência doméstica e de gênero.
Expectativas e próximos passos
A possibilidade de um novo concurso para a Guarda Municipal tem gerado expectativas positivas entre especialistas em segurança pública e defensores dos direitos das mulheres. Acredita-se que o aumento do efetivo, aliado a uma formação adequada, possa contribuir diretamente para a prevenção e o enfrentamento da violência contra mulheres em Campo Grande.
Os próximos passos incluem:
- Realização de estudos de viabilidade técnica e financeira
- Elaboração de um plano detalhado para a implementação do concurso
- Definição do número de vagas e das atribuições específicas dos novos agentes
- Desenvolvimento de um programa de formação especializado em questões de gênero e violência doméstica