Proteja-se contra os cortes no Bolsa Família: descubra maneiras de manter o benefício sem redução de valor
Segundo informações fornecidas pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), no período de março a setembro deste ano, foram cancelados cerca de 2,9 milhões de cadastros no programa Bolsa Família.
A justificativa para essa medida é a identificação de irregularidades nos registros, e há a possibilidade de novos cortes ocorrerem.
No início do atual governo, sob a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Tribunal de Contas da União (TCU) já havia alertado sobre possíveis fraudes no programa, que, sob a nomenclatura de Auxílio Brasil, viu um expressivo aumento no número de beneficiários no último ano.
Há suspeitas de que, em virtude do ano eleitoral, o governo de Jair Bolsonaro (PL) tenha fragilizado os sistemas do Cadastro Único, possibilitando a inclusão indiscriminada de novos beneficiários. Para se ter uma ideia, em dezembro de 2022, o benefício social contemplava pelo menos 21,65 milhões de famílias.
Diante dessa situação, a equipe social do governo Lula iniciou um minucioso pente-fino nas inscrições do Cadastro Único, suspendendo ou cortando os pagamentos do Bolsa Família desde março.
O MDS justifica que, ao excluir indivíduos sem direito ao benefício, foi possível incluir efetivamente os verdadeiros beneficiários.
Inicialmente planejado para se estender até dezembro deste ano, o pente-fino pode ser prorrogado. Caso surjam novas evidências de fraudes ou suspeitas, uma nova análise será conduzida para combater pagamentos indevidos e o mau uso de recursos públicos.
Quer obter mais detalhes sobre essa questão? Consulte o texto abaixo.
Entenda quando pode ocorrer cortes no programa Bolsa Família
O cancelamento do benefício do Bolsa Família representa a ação mais extrema e severa, sendo aplicada somente quando os beneficiários deixam de cumprir com os requisitos essenciais.
Antes desse estágio, há outras penalidades, como o bloqueio ou suspensão dos pagamentos, que, vale ressaltar, são passíveis de reversão mediante a atualização de dados e o retorno à conformidade com as normas estabelecidas.
A decisão de cortar o programa é baseada em uma análise criteriosa das informações registradas no Cadastro Único (CadÚnico). Além disso, o cruzamento de dados com outras plataformas é uma prática adotada para identificar situações em que o benefício deve ser interrompido.
Dentre os cenários que podem levar ao corte, destacam-se:
- Aumento da Renda Familiar: Caso a renda per capita ultrapasse o valor de R$ 218, o benefício pode ser suspenso;
- Ausência de Crianças e Adolescentes na Escola: A participação regular de crianças e adolescentes em atividades educacionais é um dos requisitos estabelecidos pelo governo para que a família seja elegível ao benefício. Dessa forma, a falta de frequência escolar pode resultar no bloqueio do Bolsa Família;
- Não Acompanhamento Pré-natal por Gestantes: Também é determinado que gestantes realizem o acompanhamento de pré-natal regularmente para se manterem como beneficiárias;
- Identificação de Informações Falsas no Cadastro: a descoberta de informações fraudulentas, através do cruzamento de dados com outras plataformas, é motivo para o cancelamento do benefício.
Portanto, é fundamental que os beneficiários estejam atentos às regras estabelecidas e mantenham seus dados atualizados no Cadastro Único.
Observação
O governo federal implementou uma nova medida no programa Bolsa Família, denominada regra de proteção, com o intuito de incentivar os beneficiários a aumentarem sua renda.
Através dessa regra, as famílias podem elevar o limite de renda por pessoa para meio salário mínimo (R$ 660), mantendo sua participação no programa.
Esta mudança permite a permanência no Bolsa Família por dois anos, mas o valor recebido é reduzido pela metade, representando 50% do benefício original. Caso haja uma diminuição na renda durante esse período, os beneficiários podem retomar o valor integral dos recursos.
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Qualquer desrespeito às regras resultará em notificações através de SMS, do aplicativo do programa ou do extrato bancário.
No caso de bloqueio do pagamento, é importante que o representante da família se dirija ao CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) para realizar a atualização dos dados e tentar restabelecer o auxílio financeiro. Evitar contratempos é possível, desde que o beneficiário do programa adote as seguintes práticas:
- Manter os dados regularmente atualizados no Cadastro Único;
- Limitar a renda familiar a um máximo de R$ 218 por pessoa;
- Assegurar a frequência escolar das crianças e adolescentes, mantendo-a sempre acima de 70%;
- Efetuar o monitoramento da saúde de gestantes, mulheres e crianças;
- Abster-se de fornecer informações falsas nos cadastros;
- Permanecer atento às mensagens e convocações emitidas pelo governo federal.