Quais profissões podem ter porte de arma?
O decreto foi assinado pelo ex-presidente, Jair Bolsonaro
A questão do porte de armas no Brasil sempre gera debates acalorados. Muitas profissões estão relacionadas a riscos diários que, de alguma forma, justificam a necessidade de portar uma arma de fogo. O porte de arma dá o direito de transportar a arma fora de casa ou do local de trabalho, o que, para algumas ocupações, pode ser essencial para garantir a segurança pessoal. Com base em um decreto presidencial recente, o acesso ao porte de arma foi facilitado para diversas profissões. A seguir, descubra quem pode ter esse direito e as condições necessárias para isso.
O que é o porte de arma?
O porte de arma é o direito de transportar uma arma fora de sua residência ou estabelecimento comercial, conforme a legislação brasileira. No Brasil, a posse de arma dentro de casa ou do local de trabalho já é regulamentada, mas o porte exige requisitos mais rígidos. Não basta apenas possuir uma arma, é preciso uma autorização específica para carregá-la em locais públicos ou fora de seu domicílio.
Quais profissões podem ter o porte de arma?
O decreto do presidente Jair Bolsonaro em 2019 ampliou a lista de profissionais que podem ter acesso ao porte de arma. Além de categorias já conhecidas, como policiais e seguranças, agora outras ocupações consideradas de alto risco também têm esse direito. Entre as profissões contempladas pelo novo decreto, destaca-se:
- Instrutores de tiro e armeiros credenciados pela Polícia Federal.
- Colecionadores e caçadores com Certificado de Registro de Arma de Fogo emitido pelo Exército.
- Agentes públicos de segurança, incluindo inativos, da ABIN, agentes penitenciários, do sistema socioeducativo, e policiais legislativos.
- Políticos eleitos nos Poderes Executivo e Legislativo, desde o presidente até vereadores.
- Advogados, por atuarem em casos sensíveis.
- Oficiais de justiça, que lidam com situações de risco ao executar ordens judiciais.
- Proprietários de lojas de armas, escolas ou clubes de tiro.
- Residentes em áreas rurais, que precisam garantir a segurança em locais isolados.
- Profissionais da imprensa, que cobrem áreas policiais.
- Conselheiros tutelares, que atuam em situações de vulnerabilidade.
- Agentes de trânsito, que lidam com conflitos em vias públicas.
- Motoristas de caminhão e transportadores autônomos de cargas, devido aos riscos de assalto.
- Funcionários de empresas de segurança privada e transporte de valores.
Esses profissionais, segundo o decreto, não precisam comprovar a efetiva necessidade de porte de arma. A lei considera que, devido ao risco inerente de suas atividades, essa comprovação é automática.
Requisitos para obter o porte de arma
Embora o decreto facilite o porte de armas para essas categorias, ainda é necessário cumprir alguns requisitos. Entre eles, estão:
- Idade mínima de 25 anos: A pessoa precisa ser maior de idade e ter completado 25 anos.
- Capacidade técnica: Deve-se comprovar que sabe manusear a arma de forma segura e responsável.
- Avaliação psicológica: Além da capacidade técnica, é fundamental que o solicitante passe por uma avaliação psicológica, comprovando que está apto a portar uma arma.
- Ausência de antecedentes criminais: O candidato não pode ter qualquer histórico criminal ou estar respondendo a inquéritos.
- Residência fixa e ocupação lícita: A pessoa deve comprovar residência e exercer uma ocupação reconhecida pela lei.
O impacto do decreto
O decreto publicado busca facilitar o acesso ao porte de armas para algumas profissões de risco. Isso se justifica, principalmente, pela vulnerabilidade desses profissionais no exercício de suas atividades. Advogados, por exemplo, podem lidar com casos perigosos, enquanto oficiais de justiça enfrentam situações de confronto ao realizar execuções judiciais. Motoristas de caminhão, muitas vezes, transportam cargas valiosas e correm risco de assaltos.
Além disso, jornalistas que atuam na cobertura policial muitas vezes se deparam com cenários de violência, o que torna o porte de arma uma forma de autodefesa. Caçadores e atiradores esportivos, que já possuem armas registradas, agora têm a possibilidade de portá-las fora de suas propriedades ou clubes.
No entanto, é importante lembrar que, mesmo com o decreto, o porte de arma não é um direito automático para todas as pessoas. Além das exigências citadas, o candidato precisa passar por processos rigorosos de análise por parte da Polícia Federal.
Qual a diferença entre posse e porte de arma?
É fundamental entender a diferença entre posse e porte de arma. A posse de arma se refere ao direito de ter uma arma de fogo dentro de sua residência ou local de trabalho, desde que seja de propriedade do indivíduo. Ou seja, a pessoa pode comprar uma arma e mantê-la em casa ou no escritório, mas não pode carregá-la em público.
Já o porte de arma autoriza a pessoa a transportar a arma fora desses locais, o que permite o uso em deslocamentos ou em situações de risco. Isso significa que, enquanto a posse é limitada ao ambiente privado, o porte expande o direito de carregar a arma em diferentes contextos.
Para mais informações, leia o Estatuto do Desarmamento.