Qual é a importância do “Dia do Fico”, para a Independência do Brasil?

 

Uma das cenas mais evocadas, quando se fala em Independência do Brasil, é aquela que teria acontecido no dia 9 de janeiro de 1822 – o Dia do Fico.

Nesse ano de 2022, esse episódio, como todos os outros desse ano, tem uma ênfase ainda maior. Afinal, 2022 é o bicentenário da independência.

Para os que ainda não se lembram, o Fico pode assim ser resumido.

Segundo apregoam os historiadores (não sem um toque de literatura e dramaticidade) nesse dia, Dom Pedro teria saído à varanda do Paço Real, então escritório administrativo do príncipe Regente, para dizer à população:

Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto. Digam ao povo que fico.

A despeito do tom dramático que aa cena teria causado, em termos concretos, o fato é: no Dia do Fico, as campanhas de Independência nacional ganharam consistência.

Mas qual é a importância desse gesto, para o Brasil?

 

As campanhas napoleônicas e o ano de 1808

Antes de 1808, o Brasil era uma colônia Portuguesa. Isso significa que, economicamente, toda a produção de commodities nacional era controlado, em termos econômicos, por Portugal e pelas elites portuguesas.

Tudo mudou em 1808, quando Portugal sofreu foi coagido por Napoleão Bonaparte, que vinha fazendo uma sucessiva campanha militar por toda a Europa, mas sem sucesso contra o Reino Unido.

E justamente Portugal era uma das nações com melhores relações comerciais com os britânicos.

Buscando uma alternativa que garantisse a soberania da coroa portuguesa, e a continuidade das parcerias comerciais com os britânicos, o rei Dom João 6º transfere a sede da coroa para o Rio de Janeiro.

Logo, o Brasil é elevado ao status de Estado Nacional, e nossas elites amplificam seus ganhos, a partir de uma gestão econômica liberal.

 

O fim do bonapartismo

O ano de 1821 marcou o fim do bonapartismo definitivamente, pois Napoleão morre na ilha britânica de Santa Helena. Com isso, os ingleses assumem à frente da economia mundial.

Com isso, a elite portuguesa tradicional começa suas campanhas de retornar a Lisboa. Essa decisão, contudo, desagrada às elites brasileiras, que voltariam a condição de colônia portuguesa.

Então, as campanhas pela independência nacional, em voga desde os anos anteriores, ganham força, encabeçadas, principalmente, pelo ministro José Bonifácio, o principal político brasileiro nato de então.

Oportunamente, Dom Pedro morava no Brasil, mas estava sendo intimado a voltar a Portugal, e concluir seus estudos. A fim de dar consistência ao movimento, as elites nacionais iniciaram uma campanha pela estadia do regente (então com 23 anos), no Brasil.

Um abaixo-assinado com 8 mil assinaturas (um número alto, para a época) chegou a ser entregue a Dom Pedro, pedindo para ele ficar. Influenciado por esses movimentos nacionalistas, e ciente de não estar na linha direta de sucessão portuguesa, Dom Pedro decide ficar.

Com isso, as campanhas pró-independência foram unificadas, e organizadas em um movimento únicos e, em 7 de setembro de 1822, a independência chegou.

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