Qual é a origem do forró?

 

Um dos mais populares estilos musicais do Brasil é o Forró, mas se hoje ele é um estilo que leva milhões de pessoas a casas de show, por todo o Brasil, podemos dizer que seu começo foi mais lento.

Atualmente, o estilo movimenta altas cifras, e artistas como a banda Calcinha Preta e o sanfoneiro Dorgival Dantas são celebridades nacionais. Algo bem diferente do começo com artistas com uma formação musical muito mais intuitiva do que formal.

Isso não significa que o forró não seja um estilo de grandes músicos. A começar por Luiz Gonzaga (1912-1989), um dos maiores sanfoneiros de todos os tempos.

Mas Gonzagão não era o “Rei do Baião”? Então, por que estamos o chamando de músico de forró? Para saber mais, leia nosso artigo.

 

Começo “misturado”

O começo do forró não pode ser precisado com exatidão, uma vez que as diversas formas musicais que deram origem a ele não têm seus “começos” precisos.

Sabemos que antes do século 20, havia diversos grupos musicais, artistas mambembes e cantores repentistas que faziam músicas inspiradas em ritmos indígenas, africanos e europeus.

E todos esses grupos influenciaram profundamente os músicos do nordeste brasileiro que, ao longo do século 20, começaram a vir para o Rio e São Paulo, incluindo Luiz Gonzaga, e nomes como Jackson do Pandeiro (1919-1982) e Marinês (1935-2007).

 

Forró, xote ou baião (ou xaxado)?

Essa música não tinha um nome tão definido. Documentos e gravações dos anos 30 em diante mostram as palavras forró, baião e xote. Há ainda o xaxado, que tem suas origens remontadas à época do cangaço (ca. 1870-1940). Cada um dos 4 estilos traz peculiaridades em termos de ritmo e andamento.

Contudo, no eixo Rio-São Paulo, a palavra começa a ser usada a partir dos anos 50, para descrever músicas nordestinas com sanfona.

E quanto ao nome? uma das teorias afirma que a palavra seria oriunda de “forrobodó”, uma expressão popular para falar sobre festas. Outras dizem que ela teria vindo de militares americanos em bases do nordeste, nos anos 40, que gostavam da música “for all” (para todos).

Seja como for, o termo ficou, e a partir dos anos 60, outros músicos foram ganhando as rádios, principalmente, devido ao público, composto por migrantes nordestinos.

 

Os anos 80 e os grandes produtores

A partir dos anos 80, músicos nordestinos começaram a ser procurados por grandes gravadoras, tendo seus discos com produções requintadas, usando instrumentos elétricos, e até eletrônicos.

Foi o caso de bandas como Mastruz com Leite (199) e Calcinha Preta (1994)

O estilo também ganhou fãs entre jovens da classe média do eixo Rio-São Paulo, e bandas de forró fora do nordeste foram surgindo, como caso do Falamansa e Bicho-de-pé (ambas de 1998). O estilo ganhou casas noturnas e DJS passaram a tocar forró, também.

Nos anos 2000, o estilo foi evoluindo, sendo misturada com gêneros como sertanejo (o “Piseiro” com músicos como Zé Vaqueiro, 1999), e o funk do Rio (Os Barões da Pisadinha, 2015).

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