Qual foi a importância da Semana de 22 para o Brasil?

 

Um dos eventos de maior importância para as Artes Brasileiras completou, no último mês, 100 anos. Foi a Semana de 22, anunciada na época como Semana de Arte Moderna.

Falarmos em artes literárias, visuais ou musicais, sem falarmos da Semana de 22 é, hoje em dia, praticamente impossível.

Logo, é um assunto essencial para quem está estudando para provas e concursos.

Claro que o evento tem suas críticas. Aliás, na época, o acontecimento foi muito mais cercado de ataques, do que de elogios.

Porém, se vamos estudar Artes no Brasil, falar da Semana de 22 é imprescindível. Por quê? Entenda.

 

Rompendo as tradições

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Antes da Semana de 22, as Artes Brasileiras ainda seguiam muito de um modelo europeu, principalmente, francês.

Isso é, as pinturas traziam um estilo da Arte Clássica, a música era muito próxima de uma padrão de composição alemão ou italiano, escritores de literatura eram muito influenciados por escritores como Balzac, Flaubert, Zola ou Châteaubriant…

Entretanto, a própria Europa, começou um movimento de renovação das artes, principalmente depois da I Guerra (1914-1918), quando valores tradicionais começaram a ser questionados.

Eram as chamadas Vanguardas Europeias.

Pintores como Picasso ou Gauguin começaram a copiar a arte tradicional de povos não-europeus.

Compositores como Stravinsky e Debussy começaram a explorar ritmos tradicionais em novos padrões de composição.

Escritores como Mallarmé e Marinetti produziram textos que incorporavam a linguagem coloquial, além de temas antes vistos como tabus – sexualidade, violência enfrentamento a governos tradicionais.

Influenciados por toda essa verve, jovens artistas que iam à Europa estudar começaram a trazer essas ideias, para o Brasil.

 

Ideias europeias, cara brasileira

Diante de todas as mudanças pelas quais a arte europeia vinha passando, artistas e ensaístas brasileiros começaram a debater sobre o que vinha sendo produzido no Brasil.

Antes de 22, já tínhamos escritores como Monteiro Lobato e Lima Barreto e pintores como Almeida Jr., que traziam a “cara do povo” para suas produções.

Porém, os parâmetros de criação artística começaram a ser questionados ali. A arte produzida aqui era vista como algo deslocado da realidade brasileira.

Diante disso, surgiram manifestos e propostas de mudar essa forma de arte. Mas tudo começou com a Semana de 22.

 

Apresentando as novas artes brasileiras

A semana em questão foi composta por uma série de palestras, apresentações musicais exposições artísticas, acontecidas no Teatro Municipal de São Paulo, entre 13 e 17 de fevereiro de 1922.

Alguns dos momentos mais marcantes foram a leitura do poema Os Sapos de Manuel Bandeira, pelo poeta Ronald de Carvalho, que foi vaiada, e a apresentação do músico Heitor Villa-Lobos, que havia machucado o pé, e entrara de sandálias.

A audiência entendeu as apresentações como afrontas a uma cultura tradicional, e o evento foi execrado pela opinião pública da época.

Porém, a Semana foi o estopim para movimentos de revitalização da cultura brasileira, como aqueles encabeçados por Mário de Andrade e Oswald de Andrade, ou ainda pelas artistas Anita Malfatti e Tarsila do Amaral.

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