“Quantidade de acertos NÃO ESTÁ diretamente ligada à nota do Enem”; saiba a verdade

Antigamente, o exame tinha como resultado a base na TCT (Teoria Clássica dos Testes)

Muitos candidatos que corrigem suas provas do Exame Nacional do Ensino Médio acabam se desanimando com o “resultado”. Mas, o que alguns ainda não sabem é que a pontuação do Enem é diferente dos demais vestibulares, portanto, a quantidade de acertos não tem relação direta com a nota.

No entanto, até 2009 era assim. O exame tinha como resultado a base na TCT (Teoria Clássica dos Testes). É quando o número dos acertos corresponde à nota. Na Unesp ou Fuvest o sistema ainda funciona dessa forma, por exemplo.

Enem tem correção das provas com base no cálculo TRI

Desde o ano de 2010, o Inep decidiu aplicar o método novo para avaliação de candidatos. A intenção era usar algo que fosse capaz de medir a proficiência real em determinada área baseando-se na “coerência” de acertos dos candidatos.

A forma de correção é amplamente conhecida por ser um método até bem eficaz para se identificar os tão usados chutes que muitos dão nas provas.

Como é feito o cálculo

Análise das questões

Quando se tenta explicar como a TRI (Teoria de Resposta ao Item) funciona, é necessário considerar que o exame de cada uma das áreas de conhecimento é elaborado com base em um equilíbrio das questões de nível fácil, médio e difícil.

Considerando os níveis de dificuldade das questões, o Inep prepara a função matemática, que leva em conta também outros dois parâmetros:

  • Do acerto casual (as chances de os candidatos acertarem a questão chutando);
  • Da discriminação (a eficácia das questões em medir os que dominam ou não o conteúdo).

Dessa forma, gera-se um gráfico para cada uma das questões da prova, mostrando quais são as chances que os candidatos têm de acertar com certo nível de proficiência. No entanto, falta algo ainda, já que os cálculos da probabilidade do acerto sempre são feitos em conjunto com a coerência pedagógica.

“Quantidade de acertos NÃO ESTÁ diretamente ligada à nota do Enem”; saiba a verdade
Antigamente, o exame tinha como resultado a base na TCT (Teoria Clássica dos Testes) – Imagem: Canva

Coerência

O chute tem seu lugar aqui também. A prova considerada como incoerente é a que o candidato acerta as questões mais difíceis e as de nível médio do que as questões fáceis. O Inep tem um jeito mais didático de exemplificar:

Pense em um carro que faça 120 km/h em uma estrada. Assim, espera-se que o veículo também consiga alcançar 100 km/h ou 80 km/h, mas não que ultrapasse o seu limite, por exemplo, fazendo 150 km/h.

Portanto, caso o candidato tenha acertado uma questão de Português bem simples e errado uma mais questão mais complexa, ele não se encontrará em uma questão tão ruim. A prova será mais coerente do que as daqueles candidatos que acertaram inversamente.

Então, o que fazer nessa situação? Não se deve chutar as questões difíceis, pois o TRI considerará o acerto como feito por acaso? Não é bem assim. É preciso ficar atento para que se responda às questões de nível fácil primeiro, garantindo tais acertos, já que, assim, o exame será “coerente” para a correção do Enem.

Se o candidato não souber a resposta das questões restantes, deve-se chutar, uma vez que é bem melhor do que deixar em branco. Isso porque a questão em branco infelizmente não pontua, sendo que o acerto – mesmo chutado – somente tem a chance de pontuação com uma nota menor.

Para concluir, aqui está uma consideração: não será sempre que quem teve a mesma quantidade de acertos terá a nota igual, tal como os que acertaram 30 questões podem ter a nota superior aos que acertaram 35. Tudo dependerá da famosa TRI (Teoria de Resposta ao Item).

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